Sentir

Um fato irrelevante: estou aos prantos. Não gostaria de começar esse texto dessa forma tão dramática, mas não tenho como fugir dessas palavras que se explodem dentro de mim junto a essa dor insuportável, que aos poucos, toma cada parte do meu coração. Minha tentativas de me manter como uma parede feita de tijolos e cimento vão se desmoronando aos poucos, e virando pó. Não é algo que eu possa controlar ou fugir, é um sentimento que só aparece de vez quando. Me derruba. Me assombra. Me faz gritar de dor. E então vai embora, sem deixar mágoas, apenas pequenos rastros insignificantes, os quais de uma hora para outra podem trazer tudo à tona novamente.

Às vezes tenho a impressão que esbanjo sensibilidade por aí, é inconformável o fato de viver esses momentos emotivos tão intensamente. Sentir é algo viciante, incontrolável, mas que precisa de um limite, levando em conta a questão do sofrimento. Acho que não nasci com esse requisito, definitivamente. É difícil não conseguir controlar esse líquido que se espalha no interior de minhas veias, deixando-me irracional, pedindo cuidado. Entretanto, apesar de ser sensível demais, desmonstro afeto de menos. Algo bem controverso, assim como eu.

Em meio a acertos e erros, me encontro em um meio termo, buscando uma perfeição que não chega, e tenho a consciência de que jamais chegará, por isso procuro aceitar esses defeitos emocionais em mim. Tento amenizar essa minha mania de sentir no silêncio uma montanha de palavras, na realidade idelizar sonhos e no meu coração amar o desprezível. Afinal, ter esperanças pelo possível até vale a pena, porém se tratando do impossível já não digo o mesmo.

Bela Afonso
Enviado por Bela Afonso em 10/09/2011
Código do texto: T3211921
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