JOVEM AGRADECE II
Um dia, passando em frente a igreja, no peito me veio um forte desejo de entrar.
Entrei, era noite e a igreja estava quase vazia.
Fui entrando devagar, passoa leves, olhos firmes voltados para o alto do madeiro onde o infinito estava a abraçar o mundo.A frente encontrei em meio a prantos e soluços um jovem da mesma idade que a minha, de boa aparência, porém parecia sentir uma dor profunda em seu coração.
No silêncio, sua vóz chegou até meus tímpanos ecoando entre as paredes da igreja.
Ele agradecia o lar e o pão de cada dia; porém nunca teve, pois dormia nos bancos das praças, barracos velhos e catava restos de comida nas latas de lixo e ainda mendigava na rua.
Agradecia pela infância e tudo o que aprendera na vida, porém nunca foi a escola e desde criança ficou órfão de pai e mãe.
Agradecia por ter braços e pernas, mas ninguém nunca deu oportunidade para trabalhar e o cachorros é que lambiam suas feridas para que ficacem saradas.
Agradecia por estar na igreja e desejava crer numa vida melhor, porém não sabia rezar e não tinha uma religião para seguir e se apoiar em seus momentos de fraqueza e dor e ninguém nunca lhe falou do Cristo Libertador.
Agradecia pela vida que tinha, mas na verdade não vivia; vegetava e as portas da morte o esperava, pois estava morrendo e clamava a companhia de um anjo para leva-lo até os braços do Criador.
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