A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 8
Capitulo 8 : Um Olhar No Passado - Suzana
Essa é a primeira vez que meus pais me deixam viajar sozinha, eles sempre disseram que eu era muito nova para tal aventura, mas esse ano eu consegui convence-los a autorizar, eu queria ir esquiar nos Alpes suíços, mas ao invés disso, eles disseram que tudo que iriam pagar era oito dias em Bariloche, não é bem o que eu queria mais tem neve e eu podia ir sozinha, minha mãe chorou enquanto eu me dirigia para o embarque, meu pai estava mesmo era preocupado com os rapazes argentinos, meu coração pulava de empolgação, mas ao mesmo tempo eu sentia um frio na barriga, mas eu estava pronta já sei cuidar de mim mesma.
Cheguei ao hotel morrendo de frio, deveria ter deixado minha mãe arrumar minhas malas, nem ao menos sei se me lembrei de colocar um casaco de verdade, ainda bem que nos quartos tem aquecedor, abri a janela a vista era belíssima uma floresta de pinheiros cobertos pela neve, nem mesmo o vento frio que percorreu o quarto foi capaz de fazer com que eu desviasse meu olhar daquela floresta, tomei um chocolate quente no restaurante do hotel antes de retornar ao meu quarto ligar o aquecedor e me joguei na cama onde adormeci.
Na manha seguinte me agasalhei o Maximo possível, deveria ter trazido mais do que dois casacos agora vou ter que repetir roupas, desci ao restaurante onde tomei meu café da manha, ter a xícara de café em minhas mãos fez pelo menos por alguns minutos o frio passar.
Peguei o teleférico para uma vista panorâmica, lá de cima tudo era ainda mais bonito e o frio era ainda maior, cheguei a loja onde se aluga equipamentos para esquiar, aluguei todo o equipamento necessário, afinal meus pais não quiseram liberar dinheiro para que eu comprasse meus próprios, o atendente da loja perguntou se eu precisava de um instrutor, eu sabia que precisava de um, mas fiquei envergonhada de dizer isso a ele e fiz a coisa mais imprudente possível disse que tinha uma vasta experiência esquiando nos Alpes suíços, ele ficou impressionado e fez uma sugestão que eu esquiasse El Dedo De Dios, eu sabia que com esse nome deve ser a montanha mais perigosa da região eu concordei e ele me mostrou o caminho eu caminhei olhando para trás pronta para sair correndo.
Boa sorte – Ele gritou.
Eu peguei o teleférico ate o alto do morro, ao olhar para baixo senti uma leve tontura, eu não sei no que eu estava pensando, não havia a menor chance daquilo dar certo, os esquis nos meus pés pareciam mais pesados do que deveriam ser, posicionei os bastões na neve e lancei meu corpo para frente, comecei a deslizar suavemente pela neve, meus medos pareceram infundados, eu estava muito bem ainda mais se levar em conta que essa é minha primeira vez esquiando, mas de repente com um leve tropeção eu não conseguia mais controlar o meu corpo, no meio do caminho eu perdi um dos meus esquis e comecei a deslizar pela neve indo para o lado errado, o lado onde havia uma espécie de barranco eu rolava pela neve e tudo que passava pela minha cabeça era que eu não sobreviveria àquela queda, mas se sobrevivesse com certeza ficaria com muitos ossos quebrados, fechei meus olhos esperando o pior, foi quando eu me senti presa na neva, abri meus olhos e ele estava parado imponente com sua roupa de esqui e uma mascara que cobria todo o seu rosto, ele prendeu meu casado na neve usando um de seus Bastões de esqui, eu estava a beira do barranco, ele me puxou.
Você esta bem – Ele perguntou preocupado.
Eu estava em choque, meus ouvidos estavam com um zumbido ensurdecedor.
O que você estava fazendo aqui – Ele perguntou – Iniciantes não devem esquiar por aqui é fácil ir para o lado errado.
Eu não respondi, eu sabia que devia ele acabou de salvar a minha vida, mas as palavras simplesmente não saiam, ele me pegou no colo e me carregou ate a enfermaria foram alguns quilômetros e ele o fez sem reclamar.
A enfermeira cuidou das varias escoriações que eu tive, e do meu dedo quebrado, ela disse que eu tive sorte, eu sabia que tinha tido sorte, tive vontade de perguntar sobre o rapaz que havia me salvado, mas fiquei com vergonha, ela saiu e disse que já voltaria, antes de sair ela disse de um jeito maternal que eu ia ficar bem.
Alguns segundos depois um rapaz entrou, eu sabia quem era, ele estava sem a mascara e a roupa de esqui, mas era ele o rapaz que havia me salvado, ele era bonito foi a primeira coisa que eu pensei, seu cabelo castanho meio arrepiado, sua pele branca como se ele não tomasse sol há muito tempo, seus olhos eram um castanho meio amendoado totalmente diferente dos meus olhos que eram meio esverdeados apesar de minha mãe sempre dizer que quando eu nasci meus olhos eram castanhos bem claros e não verde.
Ele sorriu e se apresentou, me disse que seu nome é Samuel, eu estava constrangida, nem tive coragem de encara-lo, mas ele se sentou ao meu lado.
Samuel: - Me lembro da primeira vez que eu esquiei – Ele disse olhando para mim – eu cai muito feio quebrei três costelas, quase desisti – Ela concluiu.
Suzana: - Obrigada por ter me salvado - Eu disse envergonhada.
Samuel: - Não precisa agradecer –Ele disse
Suzana:- Eu me sinto uma idiota.
Samuel: - Todo mundo cai na primeira vez – Ele Disse gentilmente – A questão é ter coragem pra se levantar e tentar de novo.
Suzana: - Às vezes é difícil – Eu disse fazendo uma careta.
Samuel: - Mais não impossível – Ele disse.
Ele me ajudou a levantar e me levou ate meu quarto ele era muito gentil, praticamente um lorde fiquei imaginando quantas garotas não deviam ser apaixonada por ele.
Samuel: - Você gostaria de jantar comigo mais tarde – Ele perguntou.
Senti-me tentada a aceitar o convite, mas eu estava toda dolorida, da queda e eu nem o conhecia apesar do fato dele ter salvado a minha vida.
Suzana: - Não acho que eu vá esta em condições físicas e psicológicas de jantar – Eu expliquei esperando que ele não ficasse chateado.
Samuel: - Mais é claro – Ele disse – Você acabou de passar por um grande trauma, por favor, me desculpe.
Suzana: - Não se desculpe, eu com certeza aceitaria, mas eu preciso descansar – Eu expliquei.
Samuel: - Eu estou no quarto 23 – Ele disse – Caso você precise de alguma coisa.
Eu assenti com a cabeça, ele me desejou melhoras e saiu, me deitei na cama e minha experiência de quase morte veio a minha mente, junto com um arrepio que percorreu toda a minha coluna, mas não era por causa do frio, parecia mais uma sensação ruim.
No dia seguinte depois de ter tomado um banho quente e escovado meus dentes, eu desci para tomar café da manha, sabe aquela sensação que todo mundo esta olhando pra você e comentando, a maioria das vezes é só coisa da sua cabeça, mas dessa vez era exatamente o que estava acontecendo todos estavam comentando sobre meu incidente na tarde anterior, quando eu ia me levantar da mesa para ir embora Samuel chegou com um grande sorriso e perguntou se o lugar estava ocupado.
Suzana: - Não – Eu respondi
Ele se sentou e notou minha expressão triste.
Samuel: - O que houve? – Ele perguntou.
Suzana: - acho que todos estão comentando o meu acidente de ontem – Eu respondi.
Samuel: - Não liga pra isso – ele disse – Com certeza todos eles já caíram algum dia.
Suzana: - Mais eu não estava aqui pra ver ou comentar.
Samuel: - Que tal passearmos de teleférico depois do café? – Ele perguntou cordialmente.
Suzana: - Eu quero distancia da neve – Eu respondi de forma rude.
Ele sorriu como se não tivesse se importado, eu balancei a cabeça pronta pra pedir desculpas a ele.
Samuel: - Você não precisa ter medo – ele disse – Eu estarei lá com você.
Aquelas palavras fizeram meu coração pular de alegria, por mais que minha expressão não tenha demonstrado, eu estava incondicionalmente feliz, por alguma razão eu senti que podia confiar a ele minha vida, por que essas coisas geralmente ocorrem de forma tão repentina, ontem eu só estava agradecida por ele ter salvado minha vida, agora meu coração palpita só em olhar pra ele.
Samuel: - Então? – Ele perguntou olhando diretamente em meus olhos.
Eu balancei a cabeça de forma positiva, um leve sorriso se fez em meu rosto.
Nós caminhamos ate o teleférico, eu disse a ele que não estava pronta pra esquiar de novo, ele entendeu prontamente e nem ao menos me questionou, acho que só eu esta no teleférico já era uma vitória pra ele.
Samuel: - Que cidade você mora? – Ele perguntou.
Suzana: - Rio De Janeiro – Eu disse – Na verdade eu queria ir pra suíça, mas meus pais não pagaram.
Samuel: - Quem sabe da próxima vez que eu for você possa me acompanhar – Ele disse.
Saímos para caminhar, apesar de esta com os equipamentos certos sentia enorme dificuldade em andar pela neve, conversamos por vários minutos, descobri que nós moramos na mesma cidade, compartilhamos de mesmo gosto musical e hoje em dia é tão difícil encontrar alguém que goste de Bob Dylan, Donovan, e tantos outros das antigas, ele também me contou que é um jovem emancipado, apesar de ter só 17 anos um ano mais velho do que eu, ele parecia tão maduro para pouca idade.
Enquanto andávamos de teleférico ele me contou que seus pais morreram há alguns anos e essa era a razão de sua emancipação senti pena dele, tão jovem e tão sozinho tive vontade de abraçar e confortar ele, mas achei que seria maternal de mais, então aconteceu nossos rostos se aproximaram, minha respiração ficou ofegante nossos lábios se tocaram eu já havia beijado uns dois ou três meninos, mas dessa vez foi especial, foi mágico como se aquele momento pudesse durar para sempre, pelo menos era o que eu queria... Ter os lábios dele junto aos meus pra sempre, mas eu pensava que tudo podia só ser empolgação exagerada de adolescente, mas eu rezava em silencio para que não fosse.
Samuel: - Acho que ouvi sinos tocarem – Ele disse sorrindo quando parou de me beijar.
Suzana: - Acho que eu também – Eu respondi envergonhada.
Nós beijamos outra e outra vez era tão intenso e verdadeiro que em dois dias depois do nosso primeiro beijo já não conseguia me ver longe dele, era tão estranho sentir isso, sempre achei que coisas assim só aconteciam em filmes, mas estava errada é real, e é incrível.
Na noite do quarto dia depois do nosso primeiro beijo, aconteceu nossa primeira vez e a minha tinha medo de esta apressando as coisas, eu sabia que estava apressando as coisas, mas foi maravilhosos tudo que eu esperava e ainda mais ele foi tão carinhoso e sensível mais sabia exatamente o que estava fazendo ficou claro que ele já havia feito aquilo antes, tentei não pensar nisso e me entregar ao momento, antes de dormimos ele disse com sua voz meio rouca, por causa do frio.
Samuel: - Eu te amo! – Nunca havia dormido tão bem quanto naquela noite.
Na manha seguinte quando abri meus olhos, ele não estava ao meu lado olhei para o relógio pensei que talvez já fosse muito tarde, mas ainda eram só sete e meia da manha, fiquei com um nó na garganta, pensando que ele tinha conseguido o que queria e agora tinha ido embora, que eu fui só mais uma garota bobinha que caiu naquelas promessas de amor, estava me sentindo uma completa idiota tive vontade de bater minha cabeça na parede ate que o tempo voltasse, uma lagrima deslizou pelo meu rosto enquanto eu lutava para não me desmanchar em lagrimas.
Ele entrou carregando uma bandeja de café da manha com uma rosa sobre a bandeja, eu nem podia acreditar no quanto eu estava sendo trágica, ele notou minhas lagrimas colocou a bandeja ao meu lado na cama e se ajoelhou aos meus pés tomando minhas mãos entre as dele.
Samuel: - O que foi? – Ele perguntou preocupado.
Suzana: - Não é nada. – Eu respondi tentando parar de chorar.
Samuel: - Foi alguma coisa que eu disse? – Ele perguntou.
Eu tirei minhas mãos de entre as mãos dele e as levei ate seu rosto e o beijei.
Suzana: - Me desculpe – Eu repeti essas duas palavras algumas vezes antes dele me abraçar bem forte me fazendo sentir tão protegida.
Samuel: - Por que você esta se desculpando – Ele perguntou.
Suzana: - Eu pensei que você tivesse ido embora – Eu disse envergonhada.
Ele sorriu como se dissesse: Sua Boba, e me beijou.
Samuel: - Eu não tenho planos de deixar você Suzana – ele disse – Ontem a noite significou muito pra mim Eu te amo.
A cada palavra dele eu me sentia mais e mais envergonhada por ter duvidado das palavras dele.
Samuel: - Toma seu café hoje temos um dia cheio – Ele disse.
Suzana: - Cheio de quê? – Eu perguntei.
Samuel: - Vamos esquiar – Ele disse confiante.
Suzana: - Não mesmo! – Eu respondi.
Samuel: - Não tem o que temer, eu vou esta lá – Ele disse.
Eu senti que ele daria a vida por mim se isso fosse necessário, eu assenti com a cabeça e comecei a tomar meu café da manha teria usado meus poderes e faria a comida vir ate a minha boca como eu geralmente faço quando não te ninguém por perto, mas não queria que ele me achasse uma aberração, pela primeira vez desde que descobri esse poder eu tive vontade de contar a alguém eu tinha quase certeza que ele entenderia, mas uma parte de mim dizia que ele se afastaria de mim.
Tomei um banho rápido, usei meus poderes para que a toalha me secasse sem que eu precisasse mexer um músculo, era divertido eu ate fiz um vídeo e postei no Youtube no qual eu movia os objetos como se fosse um truque de mágica, o vídeo recebeu dezenas de comentários perguntando qual programa eu utilizei para criar os efeitos, eles nem desconfiavam da verdade.
Ele me levou ate uma descida para iniciantes.
Samuel: - Não se preocupe – Ele disse.
Suzana: - Não estou preocupada – Eu disse – Não mais.
Samuel: - Se não fosse pela mascara eu lhe beijaria agora – Ele disse com uma voz feliz.
Suzana: - Me beija quando agente chegar lá em baixo – Eu disse.
Samuel me explicou exatamente como eu deveria fazer e disse que era mais fácil do que andar de bicicleta, agente começou a descer sentia o vento frio percorrer o meu corpo, mesmo estando com meu corpo completamente coberto por duas camadas de roupas de inverno, ele esta um pouco mais a minha frente, mas olhava constantemente para trás acho que era pra ver se eu estava bem, quase no final ele me segurou e agente caiu na neve fofa, agente ria tanto fazia tempo que eu não me divertia tanto, acho que desde quando eu era uma criança que achava graça quando meu pai fingia que eu era mais forte do que ele, coisa de criança.
Suzana: - Meu coração estava disparado – Eu disse.
Samuel: - É eu sei – Ele respondeu.
Suzana: - Como você sabe – Eu perguntei intrigada.
Samuel: - Eu quis dizer que imagino que ele estivesse disparado – ele respondeu, mas não pareceu esta dizendo a verdade, mas não dei importância.
Suzana: - Acho que você me deve um beijo – Eu cobrei.
Samuel: - Pagarei com juros – Ele disse tirando a mascara de esqui.
Quando ele estava pronto para vir me beijar ele levou uma bolada de neve na cara, ele ficou sem compreender como eu podia ser tão rápida, eu usei meus poderes para forma uma bola de gelo e atingi-lo, eu me abaixei e joguei outra bola nele, mas dessa vez ele revidou me atirando também, nós ficamos correndo um jogando bolas de neve no outro, ate que caímos lado a lado na neve ele abriu os braços e as pernas repetidas vezes fazendo um anjo na neve.
Suzana: - Fazia tempo que eu não me divertia tanto – Eu disse mal conseguindo conter a minha euforia.
Samuel: - Esta ao seu lado faz de mim a pessoa mais feliz do mundo.
Suzana: - Você esta mentindo – Eu disse de forma seria, enquanto ele me olhava sem entender – Eu sou a pessoa mais feliz do mundo – Eu conclui.
Ele colocou seu corpo sobre o meu e me beijou, o frio que eu estava sentindo desapareceu e deu lugar a um calor intenso, mas de repente ele parou e olhou em direção ao nada, seu olhar era tenso como se estivesse vendo algo que eu não estava.
Suzana: - O que foi? – perguntei preocupada.
Samuel: - Vem vindo alguém – ele disse se levantando.
Suzana: - Eu não estou vendo ninguém Samuel – Eu disse me levantando também.
Samuel: - Isso não muda o fato de que eles estão vindo – Ele disse.
De repente na direção que ele estava olhando surgiu à silhueta de duas pessoas, um garoto e uma garota. Pensei que talvez fossem um casal, mas quando eles se aproximaram eu notei a semelhança física entre eles, provavelmente eram gêmeos ambos tinha olhos verdes bem claros parecidos com os meus, mas a garota era magra seu cabelo louro voava com o pouco vento que batia, já o garoto tinha o cabelo curto e um pouco mais escuro que a menina, ao contrario dela que exibia uma fisionomia alegre e ao mesmo tempo debochada ele parecia serio de mais, mas era obvio que eles eram irmãos.
Anna: - Olá Suzana – Ela disse com um sorriso debochado.
Eu não sabia quem eles eram, mas eles sabiam o meu nome, Samuel se colocou a minha frente de forma protetora.
Filipe: - Vai embora rapaz – O garoto disse – Essa luta não é sua.
Samuel: - Agora é! – Samuel disse
O vento começou a soprar mais forte, o tempo não mudou de forma repentina foi o garoto depois eu viria, a saber, que o nome dele e Filipe e o dela é Anna, eles eram igual a mim também tinha um poder eu não queria que o Samuel se machucasse, mas eu sabia que ele não ia embora usei meus poderes de telecinese para atirar os Bastões de esqui em direção a eles o garoto usou seu poder de controlar os ventos e os atirou longe, Samuel me olhou abismado eu não conseguia olhar para ele.
Anna: - Já chega de brincadeira – Ela disse com um sorriso debochado – Você garota vai vir com agente e você garoto, vai esquecer que um dia nos viu.
Uma bola de energia branca começou a surgir na mão dela, Samuel segurou os bastões dele como se fossem espadas.
Suzana: - Vai embora Samuel – Eu disse com os olhos cheios de lagrimas.
Samuel: - Não! – Foi tudo que ele disse.
Ela lançou a bola de energia que veio rápido em nossa direção, Samuel bateu os bastões um no outro o que causou uma espécie de onda transparente que foi de encontro à esfera ouve um enorme clarão e um som ensurdecedor, pude ouvir o som do gelo se rompendo, a ultima coisa que eu vi foi nada alem de uma forte e intensa luz branca como se eu estivesse com as retinas a milímetros de uma lâmpada, eu apaguei.
Fiquei em coma por três dias, quando eu acordei e abri meus olhos só havia escuridão, como se eu estivesse dentro de um quarto sem luz, nem janelas, eu pedi que alguém acendesse a luz, pois eu não estava vendo nada foi quando eu ouvi minha mãe dizer com uma voz chorosa que estava de dia e o quarto estava tão claro quanto deveria esta, pude sentir alguém me abraçar a principio eu pensei que fosse o Samuel, mas era o meu pai ele disse que lamentava muito, pude sentir as lagrimas deslizarem pelo meu rosto enquanto eu me dava conta que aquela luz havia me cegado.
Minha mãe tentou me acalmar dizendo que ainda existia a esperança de um transplante, finalmente eu tomei coragem e perguntei pelo Samuel, preferia não ter perguntado, minha mãe respondeu que ele tinha ido embora hoje assim que eles chegaram, no começo eu pensei que ele ia voltar, mas nós dois dias seguintes ele não apareceu.
- Calma filha, tudo vai ficar bem – Meu pai disse.
OS Dias passaram pra mim pareceram uma eternidade presa naquela escuridão que se tornou a minha vida, todos os dias eu pensava no Samuel, lembrava de todas as juras de amor que ele me fez, e da ultima expressão no rosto dele quando eu mandei que ele fosse embora, ele também tinha poderes e aqueles dois também, mas quem eram eles de onde eles vieram o que queriam de mim, eram coisas de mais passando pela minha cabeça.
Eu ainda tropeçava ao andar pela casa, meu pai começou a acolchoar as pontas dos moveis para que eu não me machucasse, mas cada vez que eu esbarrava em um móvel eu me sentia um estorvo para eles, minha mãe sempre estava pronta para limpar os cacos de vidro do chão, tive vontade de me matar, ate cheguei a encher uma banheira, mas no ultimo momento eu desisti, me senti uma covarde por não conseguir acabar com meu sofrimento, mas então outro sentimento tomou conta de mim, eu não sabia o certo o que significava mais algo me dizia que eu não podia morrer ainda, por que ainda tinha algo a fazer.
Na terceira semana desde que eu fiquei cega minha mãe me deu uma ótima noticia, ela disse que haviam achado um doador compatível e que eu receberia suas córneas, eu fiquei extasiada eu voltaria a enxergar, senti o abraço forte de meu pai.
- Eu disse que tudo ficaria Bem – Ele disse.
Passei por todos os procedimentos médicos antes da cirurgia, fui levada para sala de operação meu coração estava numa mistura de euforia e raiva, assim que eu recuperasse minha visão eu ia procurar por aqueles dois, descobrir de onde eles saíram e por que queria que eu fosse com eles, assim que eu os encontrar acabarei com eles, e se por acaso encontrar o Samuel no caminho, ele também vai provar um pouco da minha vingança, a anestesia começou a fazer efeito a ultima coisa que eu ouvi foi o medico dizer que ia começar a operação.