Love By Chance - Prólogo

Love By Chance

Prólogo - Uma Foto

30 de setembro de 1996.

Quando olhei no relógio, percebi que já era tarde: 18h10min. O dia estava chegando ao fim – e o meu trabalho também. O clima estava prazeroso: uma brisa leve que tinha o poder de invadir seu corpo e arejar os pensamentos. Até este horário, eu já havia fotografado vários casais e, agora, estava fotografando o último para o meu projeto.

– Juntem-se, por favor! – Pedi ao último casal que eu fotografava.

Coloquei meu dedo indicador sob o botão que dispara o flash. Pressionei-o lentamente. O flash disparou no momento em que ela atravessava na frente do casal.

Distanciei a câmera de meus olhos e reparei a foto: lá estava ela, em primeiro plano. Sua face meiga e rosada destacava-se entre o emaranhado de cabelos escuros e seus olhos negros e puxados. Ela usava um suéter rosa bebê apesar de não estar frio.

– Desculpe-me – disse ela.

Sua voz era mais meiga e encantadora do que sua face poderia comprovar.

Olhei em seus olhos, que brilharam ao cruzarem com os meus. Senti calafrios. Algo me dizia que havia centenas de borboletas voando em meu estômago. Senti meu rosto queimar de vergonha. Mas foi uma sensação rápida.

Logo pude dizer quando retomei o ar e me recuperei:

– Não foi nada.

Desta vez, ela me olhou com certo interesse. Senti uma breve vontade de dizer–lhe “eu te amo”, mas percebi que acabávamos de nos conhecer. E por acaso.

– Desculpe–me. Não tive a intenção... – começou ela novamente.

– Já disse, não foi nada – interrompi-a.

Ela me lançou um último olhar prazeroso, e, então, saiu rapidamente sem dizer um adeus. A única lembrança deste dia foi a foto, tirada por acaso, numa encantadora segunda–feira.

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