Podia Ser(segunda temporada Sonho Forçado)capitulo 11

SAIA DO MEU ROSTO,SAIA DO MEU ESPAÇO(VITÓRIO)

__Cada coisa,cada mínima palavra que ela me diz,me empurra pra ela...me joga,e eu definitivamente estou apaixonado.

O Dr.Tony me olhou de lado e rabiscou algumas coisas no seu bloquinho de couro amarelo.

Eu examinei o ambiente mais uma vez:estantes com livros se encontravam por toda parte,junto com plantas,muitas plantas.E na sala não tinha nada,a não ser a pequena cadeira de balanço onde eu me encontrava e a cadeira onde o próprio doutor estava sentado.

Se eu estava fazendo terapia?Não,não.Eu só gostava de vir aqui e ouvir o silêncio perturbador do Dr.Tony,enquanto eu falava tudo sobre a minha vida.

__Mas,parece...-eu continuei.-Que os meus sentimentos nunca serão correspondidos...eu estou muito cansado de ter que esperar.Eu quero viver.Eu quero mais.Eu quero amor...

Eu parei um pouco,tomando ar pra desabar em palavras novamente,mas fui interrompido pelo Dr.Tony.

__Talvez...se você assumisse tudo isso...todo esse amor que sente...

__E correr o risco de ser rejeitado?Não!De jeito nenhum...

__O que é amar,Vitório,senão correr riscos?Ao passo que você se entrega a uma paixão,você já perdeu tudo o que tinha de perder.Pule de cabeça de uma vez!Se entregue...

O Dr.Tony tinha toda razão!Se eu nunca arriscasse,eu nunca teria a Alice do jeito que eu queria ter.E depois...a única coisa que eu ainda não tinha perdido era a esperança de vê-la me amar.

Eu levantei da cabeça de balanço e sorri.

__Obrigado,Dr.Tony...

ENTRE NO MEU ROSTO,ENTRE NO MEU ESPAÇO(ALICE)

Quando eu saí da piscina,assim que cheguei no quarto e pus a mochila em cima da cama,senti o celular vibrar dentro do meu bolso.Eu olhei pelo visor e dei um longo sorriso sarcástico:Vitório Fontenele.

Eu pensei em não atender,mas eu não ia arriscar que ele ficasse mais chateado ainda.

“Fala,Fontenele...-eu disse ao atender.-Olha,se você vai vir com suas liçõeszinhas de moral,é melhor...”

“Eu amo você!”

Eu engoli em seco,totalmente estarrecida.

“O que?”

“Eu amo você,Alice.E já faz muito tempo que eu sinto isso...desde quando a sua mãe te descreveu pra mim...desde quando você veio na minha casa...e amei mais anda quando descobri que gostava do meu irmão...e eu fiquei louco da vida quando você foi pra Califórnia.Eu amo você,Alice...e eu não aguento mais guardar isso pra mim!”

Meus pés fraquejaram e eu sentei na cama.Foi quando a Brunna entrou no quarto e sorriu na minha direção.

__Oi...

Eu apontei minha mão na direção dela e pedi pra ela se calar.

“Não vai falar nada?”-perguntou o Vitório do outro lado da linha.

Eu ainda estava em choque.Eu não sabia o que dizer.Queria falar tudo que eu sentia,mas com a Brunna ali,bem na minha frente,não dava.

“Será que você pode me ligar depois?”-eu disse enfim,com o coração quase que na boca.

Perto da porta,a “louca” me olhava curiosa.

“O que?Pôxa,Alice...eu demorei tanto pra falar isso,eu esperava uma resposta melhor...”

Eu franzi o cenho,preocupada.Era dizer “te amo também” ali na frente da Brunna mesmo,ou perder de vez a confiança e o amor do Vitório.

“Me encontra no quiosque da Marli daqui a meia-hora!”

Eu desliguei o telefone,temerosa de que ele não fosse a esse encontro.

__Quem era?-indagou a Brunna,sentando na cama.

__O Vini...-eu menti sentando ao lado dela.

Ela deu um meio sorriso,parecendo desconfiada,mas antes que eu pudesse levantar mais suspeitas,eu deitei minha cabeça no colo dela.Ela pareceu tomar um susto,mas deu um longo sorriso surpreso e afagou meu cabelo.

__Ta tudo bem?-perguntou ela.

Por dentro eu dei um sorriso.Quem olha assim do alto,até pensa que ela é uma boa amiga,mas não,essa louca é pior do que você pode imaginar.

__Não!-eu respondi.-Mas vai ficar...

__Eu fiquei surpresa quando você me chamou pra vir aqui...

Eu mordi o lábio inferior,pensando em alguma desculpa esfarrapada.

__Ah,eu...bom...se não pode detê-los,junte-se a eles.Não é assim que dizem?

Ela deu um longo sorriso.Estava caindo perfeitamente na armadilha e isso me deixava com uma vontade enorme de rir.

__Então...Alice...desculpa drogar você ontem,e...naquela noite...eu só...

Ela se interrompeu.Estava pedindo desculpas?Que coisa...pelo que eu lembrava,ela era igual a mim,nunca dava o braço a torcer.Acho que finalmente eu estava entendendo o que ela quis dizer quando falou que eu era uma das poucas pessoas que tinham mexido com ela.

__Ta tudo bem...-eu falei,engolindo em seco e depois me levantei.-Será que a gente pode conversar depois?Eu fiquei de encontrar o Vini na praia...

Ela também levantou sorrindo.

__Eu posso ir?

__Não!-eu falei apressada,mas me dei conta logo em seguida.-Quer dizer...eu vou tentar limpar sua barra com o Vini primeiro...pode ser?

__Ok...

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Continua...

Egila
Enviado por Egila em 03/08/2011
Código do texto: T3137296
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