Uma nova esperança [7]
NO SILÊNCIO DOS OLHARES
-Menina? Menina? O que foi?
-O quê?
-Seu pensamento estava longe.
-O meu? Oh não, impressão sua. Preciso subir, vou limpar meu rosto para que saiamos.
Subi as escadas correndo sem olhar para lado nenhum, apenas preocupada em segurar o vestido para não tropeçar, foi quando tombei em alguém e perdi o equilíbrio, estava caindo quando senti um braço forte segurar minha cintura e me puxar para cima, fiquei estática e quando recobrei um pouco os sentidos vi que meu rosto e o de Acácio estavam colados, ainda não sabia aonde estava meu fôlego até o chão parecia ter sumido.
-Se machucou? -perguntou bem preocupado, eu não respondi, ele então me carregou nos braços até meu quarto sem demonstrar nenhum tipo de cansaço, me deitou na cama e tentou falar comigo, mas eu não conseguia expressar nada, então ele se levantou dizendo que ia chamar um médico foi quando eu reagi, pulei da cama e perdi o equilíbrio, caindo novamente em seus braços.
-Me desculpe, foi só um susto, eu estou bem.
-Tem certeza?
-Sim, foi só um susto mesmo.
-Não arredo o pé daqui até ter certeza de que está mesmo bem. É melhor que não viaje, tenho que ir á Vila Rica 3 dias, é melhor que descanse agora e te levo comigo quando for. Sei que não gosta da minha companhia mas Socorro irá conosco, e eu juro que não quero lhe fazer nenhum mal.
-Eu acredito, fui muito grosseira com o senhor, espero que possa me desculpar.
-Com uma condição: pare de me chamar de senhor.
-Não me agrada, mas é de sua vontade, tudo bem.
Seus olhos diziam tantas coisas que me deixavam perdida, eu pensava saber tudo da vida, mas agora percebo que nada aprendi.
[continua]