Bad Romance [Parte 5]

Jacksonville

— Você deu alguma coisa a ela? (pausa) sei lá! É que ela ontem parecia uma louca, chorando quando cheguei em casa, mas quando eu a indaguei, ela disse apenas que era por causa do Glee! (...) Mas David, tem que ter algo errado, você acha normal que uma menina se acabe de chorar por causa de uma série de TV? (...) eu sabia que você acharia normal, não é a toa eu ela te odeia. Tchau pra você também. — minha mãe falava ao telefone com meu pai, por sorte ele não se importa comigo.

Mas...

O que é que tem de errado em chorar por conta do final de uma série? Tem gente que chora escutando música...

Poxa, falando nisso lembrei-me de uma vez, lá em Toronto quando eu me tranquei no quarto topei o som, e chorando comecei a cantar: Oh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh! Caught in a bad romance...

A vida é mesmo uma droga ou talvez nós é que a transformamos numa.

Ma enfim, eu voltei para o corredor e bati os pés para minha mãe não pensar que ouvi a conversa.

— Bom dia filha! Acordou um pouco tarde né...

Alguém buzinou lá fora.

— Qual é mãe? São nove horas, eu tenho dormir muito pra manter essa pele, mas agora eu estou faminta, o que temos para o café-da-manhã? — falei.

Talvez eu esteja sendo muito direta, mas é bom, pelo menos minha fica sabendo logo com o que ela está se metendo.

— Bem, querida, lamento informar, mas tenho que sair. Marquei de ir ao shopping com o Phil, invente algo. A geladeira e a dispensa estão cheias! — fechou a porta e saiu.

[:O] Não creio no que ela acaba de fazer!

Eu simplesmente não sei fritar um ovo, não sei nem abrir uma garrafa de leite, ai! É hoje que minhas unhas vão à ruína.

Ok. Vamos lá!

Abrir uma garrafa de leite ou uma caixa de cereais não deve ser muito difícil. Não mesmo.

Uma hora depois eu já tinha passado pelo sacrifício e minhas unhas ainda estavam boas condições.

Deixei a bagunça na mesa e subi para me arrumar, passei hidratante para pele, rosto, cabelos, mãos, pés, unhas e pepinos nos olhos, comi duas cenouras e esperei os cremes secarem, tomei banho com meu sabonete liquido para pele sensível e xampu para cabelo liso extremo, depois do banho passei hidratantes pós-banho e saí para escolher uma roupa.

Olhei pela janela do quarto, o dia estava ensolarado (é claro que estava, afinal estamos no verão de JVB)

Encontrei ZAC na agenda e liguei.

— Pois não?

— Não me trate como uma senhora. Venha me buscar em... Uma hora e meia. Ok?

— Tá.

Desliguei.

Talvez eu seja grosseira, mas foi tão bom ouvir a sua voz máscula.

Comecei a procurar um look legal por grife, mas antes liguei o som, eu sempre acerto na escolha quando ouço Marry The Nights...

Ok. Vou optar pela Mugler de novo, minha favorita.

Munida de cachinhos dourados, batom vermelho, maquiagem leve, uma bota marrom em veludo, um vestido curto branco com detalhes em renda, uma gargantilha de pérolas e minha pulseirinha da sorte, saí (finalmente) do quarto e esperei Zac aparecer, restavam-lhe apenas sete minutos e ele chegou antes.

Seu cabelo estava mais arrumado e os olhos intactos, a barbinha rala ainda estava no mesmo lugar deixando-o mais charmoso ainda, ele vestia jeans, tênis baixo, uma camisa lilás desbotada de gola V e uma camisa xadrez aberta por cima.

— UAU! — dissemos ao mesmo tempo.

Sorrimos.

— Você está tão... Perfeita! — pelo modo como ele falava, parecia estar prestes a babar.

Eu não estava muito longe disso. Quando ele chegou perto de mim o coração quis saltar do peito, seu cheiro me fez voar longe.

— Ninguém é perfeito e eu estou longe de ser. Digamos que talvez 50% de mim seja perfeita e os outros 50% de mim é uma parte odiosa. Mas não vamos falar sobre isso, se eu ficar nesse sol por mais tempo vou derreter de tanto suor e aí você vai ver a perfeição.

— falei.

Ele abriu a porta de seu conversível. OMG! CONVERSÍVEL?

Não acredito que só agora eu notei o carrão parado ali.

— É lindo não é? — perguntou-me.

— Estou boba. — confessei.

Ele abriu a porta do banco ao lado do motorista para mim.

— E houve boatos que não existia mais homens cavalheiros.

— Aqui você está diante de um belo gentleman querida. Aonde deseja ir primeiro? — perguntou ao entrar.

— Quero conhecer a bela Jacksonville, leve-me e pare de me tratar como se estivesse trabalhando para mim, isto aqui é um encontro de um casal (EU E VOCÊ) e não de empregado e chefa. — deixei claro.

Confesso que foi um dos meus melhores dias, pude bancar a giripoca novamente, mas dessa vez com a companhia dele, dançamos pelo parque, almoçamos num restaurante ao ar livre, compramos sorvetes e desta vez sujamos as caras um do outro. Sentamos no banquinho do Grande Parque para tomar refrigerante naqueles copos enormes.

Abaixei-me para tirar os sapatos e quando levantei ouvi a reclamação.

— Oh!

Bati o cotovelo em sua mão e o copo caiu derramando todo o refrigerante em sua camisa.

— Ai que droga! eu sou tão desastrada, me desculpe. Nós temos que... Temos que...

— Para! Isso é muito simples de resolver. — Zac me passou sua camisa de xadrez e tirou a camisa lilás manchada de coca.

Não precisa perguntar. É CLARO QUE EU ENLOUQUECI AO VER SEU CORPASSO DE NOVO!

— É normal tirar a camisa em público? Temo que as pessoas nos interpretem mal.

— Você não está mais no Canadá Liza, olhe em volta, um casal toma sol no gramado, estão quase nus. Ali... O vovô está de sunga molhando os pés na fonte do parque. Você não notou que estamos debaixo de 38°C? — brincou.

Eu sorri. Estava calor mesmo e a paisagem era adorável.

Não falo do parque. Falo de peitoral, abdômen, braços e oblíquos.

— Você quer tomar minha coca, já que derramei a sua?

— Se eu derramar ela no seu vestido você vai tirar também?

Gargalhei.

— Idiota. — brinquei.

Ele gargalhou também, era tão simples o modo como sorriamos juntos.

Ele saiu do banco sem um aviso e se deitou na grama como muitos dos visitantes estavam fazendo.

— Poxa... Eu te chamei de idiota, mas preciso fazer uma idiotice. — falei.

— O que é? — perguntou.

— Preciso... É que eu sempre vi os caras fortões e sempre tive

vontade de tocar em seus músculos, ver como é, duro ou mole, sei lá, é idiotice, mas você tem músculos, não é um fisiculturista com cara de pernil de natal, mas tem músculos, me deixa tocar? — Pedi.

Eu devia estar louca pra pedir uma coisa dessas.

Continua...

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Galerinha queria agradecer pelos comentários e agradecer também a quem lê sem comentar. Muita coisa aguarda esses dois, na próxima parte eles viverão um momento muito fofo, espero que gostem.

Ah e para imaginar melhor os personagens:

Liza é totalmente inspirada na modelo Leticia Kleeman

e Zac é totalmente inspirado no modelo e repórter brasileiro Franklin David.

Que trabalha no TV fama. Se quiserem jogar no google eu agradeço.

Abraços.

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 29/07/2011
Código do texto: T3126244
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