Uma nova esperança [5]

GÉLIDO COMO UMA ESTÁTUA

Quando o dia amanheceu ouvi o galo cantando, olhei pela janela e a fazenda parecia ainda mais bonita. O céu estava azul com algumas nuvens, o sol brilhava e coloria o orvalho sobre as folhas, o frio da noite fora-se embora dando lugar a uma temperatura bem agradável. peguei um vestido verde bem leve no armário e me troquei, lavei o rosto, escovei os cabelos e quando estava quase pronta Socorro chegou.

-Já de pé, menina?

-Estou acostumada a acordar cedo. Você dormiu bem?

-Muito e você?

-Demorei a pegar no sono, mas dormi muito bem. O senhor Acácio já acordou? -disse com desprezo.

-Ele é sempre o primeiro a se levantar, pediu para que ninguém te acordasse e que servisse seu café quando se levantasse.

-Fiquei com vontade de perguntar se ele voltaria para o café e se iríamos juntos á cidade mas me contive. Novamente encontrei uma linda mesa posta, queijos, geléias, pães e bolos tudo muito bonito e cheiroso. Tomei o rumo da cozinha e ouvi Socorro brigando comigo alguns passos atrás:

-O que está fazendo? Seu Acácio mandou que eu pusesse a mesa especialmente para você.

-Especialmente para mim? Por acaso ele come na cozinha? -disse em tom irônico.

-Sim, ele faz o desjejum conosco todos os dias.

-Está brincando?

-Claro que não. Estou dizendo, ele não é como os outros.

-Ele ainda parece bravo pelo que eu disse?

-Não, acordou de bom humor.

-Melhor, assim não crio problemas para ninguém.

-Tome seu café, eu vou me aprontar e Nico e eu vamos com você á Vila Rica para comprar roupas novas.

-Á capital? Por que tão longe? São quase duas horas de viagem...

-Seu Acácio achou mais seguro. -Eu abri a boca para dizer alguma grosseria mas ela me interrompeu:

-E você não irá como prisioneira, fique tranqüila.

-Nossa, ele não vai nem nos acompanhar para garantir que eu não fuja?

-Pelo que eu entendi, não. Mas se você quiser que ele te acompanhe eu posso mandar chamá-lo.

-Claro que não! -disse insegura.

-Com licença menina, se precisar de alguma coisa pode chamar por Maria, eu preciso me trocar para a viagem. Ela é minha ajudante e te atenderá.

Como era estranho ser tratada como patroa, eu sempre quis conhecer a capital, Faustina nunca me deixava acompanhá-la só porque sabia do meu desejo de conhecer o lugar. De repente Acácio entrou apressado, trazia um sorriso no rosto que desapareceu ao se dar conta da minha presença.

[Continua]

Aimée Legendre
Enviado por Aimée Legendre em 26/07/2011
Reeditado em 03/08/2011
Código do texto: T3118804
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