Paixões & Traições - Faço tudo por você ( Capítulo 5 )

(Narrado por: Jasmine)

Estava agoniada com todo o calor que fazia naquela manhã. Isso que eu nem tinha saído da cama.

Mas o dia estava lá. Teria 48 horas livres do Equality. Enfim, era sábado e eu podia ser a Jasmine de sempre.

Me levantei da cama, assim que ouvi uns ruídos no andar debaixo. Desci.

- Pai, ainda não foi trabalhar? - perguntei num sorriso tão exuberante, que tenho certeza de não tê-lo repetido naquele dia.

A resposta que recebi foi um (Plum!) bater de porta.

Ele já tinha ido. Nada anormal; a vida do meu pai sempre se resumiu naquele trabalho maldito.

Devo ter esquecido de acrescentar: seriam 48 horas de solidão também.

Senti vontade de voltar a dormir novamente, de fugir do mundo; mas não ia conseguir mesmo, então vamos embora comer!

Tomei um copo de suco de manga e comi umas torradas. O pouco foi o bastante para me saciar.

Fui até a varanda dar uma olhadinha na praça em frente a meu prédio. Não estava muito cheia. Tive a ligeira impressão de ver Bruno Giorgio nela. Mas não se engane foi só impressão mesmo. Afinal, o que ele estaria fazendo ali?

Acho que ver Bruno Giorgio, e falar de Bruno Giorgio, estava me deixando meio tonta. Aquele colégio só falava dele, era entediante demais.

Alguns dias me serviram para entender melhor a escola. Que havia algumas regrinhas. Não vindas da direção, mas regras de convivência criadas pelos alunos. Eram sete.

Primeira delas: nunca sentar-se embaixo da paineira no centro do pátio. Era lá onde os chatinhos ficavam. E você ia evitar que Julia Albertoni te carbonizasse com o olhar.

A namoradinha de Bruno, vivia grudada a ele. Era o tipo de garota que tocava o terror sem sequer abrir a boca. Todos tinham medo porque não sabiam até onde seu silêncio poderia durar. Diziam que seu pai João Albertoni, o diretor, só faltava lamber o chão por ela. Também era filha de Laura, a protagonista da novela das nove. Morou com a mãe em Nova York. Ouvi boatos de que ela e Brian Alcântara tinham um caso, nada que eu desse muita importância. Afinal, opinião é opinião e gostava de ter uma própria. E na verdade achava que Julia gostava muito de Bruno, eles eram um casal perfeito e pronto acabou. Julia era insuportável, mas inventar mentiras é outra história.

Segunda regra: Nunca fale mal de Bruno. O problema não é sua namorada, e nem ele se revoltar contra você; e sim um exército de tietes querer te dar o preço. Era incrível como aquele playboy tinha seguidoras.

Além de ser o popular do colégio - e o mais lindo -, ocupava o cargo de capitão do time de futebol, era filho de uma dona de editora, com quem morou em Londres até seus cinco anos, e do dono do milionário grupo Giorgio, Orlando. Era um ano mais velho que eu, e ainda não sei porque fazíamos aula juntos. Que graças a Deus só aconteciam uma vez por semana. As meninas diziam que ele era um garoto legal; mas dessa vez estava do lado dos meninos: ele era um chato de galocha que se achava o maioral.

Terceira regra: não acreditem em tudo que Samanta fala. Simpática, é do tipo que sorri e acena mesmo se estiver do outro lado da rua. Isto é, se não estiver com os amiguinhos; a quem é submissa até a alma.

Sam morava só com a avó que há um ano descobriu estar com câncer no pulmão. Ela secretamente amava o Renan. Ele também gostava dela, só não se declarava. E é por conta dele que devia-se obedecer a próxima regra:

Nunca iniciar um debate em sala de aula. Porque Renan saberia te argumentar ao ponto de ficar sem justificativas. Ele era o que chamariamos de nerd. Mas um nerd muito cool.

Renan não era preponderante, nem te olhava de cima (até porque não era muito alto). De todos era aquele com quem eu mais ia com a cara. Seus pais trabalhavam na casa de Bruno, a mãe era governanta e o pai motorista. Os dois foram criados juntos.

Quinta regrinha: Lugar de humano é na terra; não provoque desafios. Sem querer dizer que Erik, o melhor amigo de Bruno era um Deus Grego e ao mesmo tempo já dizendo... Mas ele conseguia se nivelar ao amigo no quesito beleza. Era o ex-capitão do time, atual e melhor nadador, além se ser zagueiro. Ninguém o vencia no nado; ninguém ( Talvez o Cielo conseguisse). Era emancipado e morava com o irmão na Vila Olímpia.

Sexta regra: Não desperdice sorrisos, ou vai ficar com o maxilar doendo. Karine Yamashita era linda com sua beleza oriental, mas todos concordavam que era a mais antipatica também. Era filha de uma estilista brasileira e de um japonês. Morava somente com o pai no japão à dois anos atrás. A mãe foi quem criou o uniforme do colégio. E ela só vivia nos braços de Erik. Dava nojo.

Sétima e última regra: Colecione tendências, e todos te cobiçarão. O mestre disso era Brian que não colecionava, mas distribuía modinhas para todos os gostos. Era incrível como os meninos seguiam sua onda. Garanto que se viesse fantasiado de Sweet Lolita, amanhã teria gente usando também. Brian tinha um sucesso surpreendente com as meninas (isso fora eu), elas diziam que ficar com ele era como acertar na loteria, e depois todos meninos iriam querê-las. O problema era que Brian nem olhava para ninguém ali. O mundo era só ele.

As regras eram claras e todos obedeciam. É claro que eu não concordava com aquilo; mas também não queria ser a laranja podre em meio as maduras; preferia ser apagada e não estar brilhando feito uma estrela porque quebrei as regras de ouro do colégio.

Falar em quebrar regras me lembrou uma pessoa...

Bateram na porta.

Era estranho porque o interfone não tocou, e também porque meus vizinhos não tinham a aparência necessária para virem pedir uma xícara de açúcar.

Quase não acreditei no que vi pelo olho-vivo. Bom, só enxerguei um busto coberto por um couro brilhante e preto de uma jaqueta, a pessoa era bem mais alta que eu, mas os cachos dourados sobre os ombros não podiam ser de outra pessoa.

Abri a porta. Ela sorriu estendendo um bolo de chocolate.

- Sofia? - disse ainda meio demente. - O que está fazendo aqui?

Ela ergueu as sobrancelhas que mostravam seus olhos dourados; jogou o bolo em minhas mãos e entrou.

Depois de se jogar no sofá, disse:

- Ué não está feliz em ver?

Sorri, ao mesmo tempo que voltava a respirar.

Depois de outro encontrão daqueles, Sofia tinha virado minha melhor companhia naquela escola. Era bem doidinha, e soltava uns palavrões adoidados e não usava de maneira alguma o uniforme do colégio. Quebrar as regras era com ela mesma. Odiava todos os alunos; dizia que eram todos fúteis. Até minha chegada era como uma cadáver aos olhos de todos. Quando estávamos juntas fazíamos a felicidade uma da outra, nos torturante momentos de descanso, quando todas as tribos se reuniam. Sofia era um ano mais velha que eu, e seria uma pena não tê-la ano que vem no colégio.

- Meu Deus! Você tá horrível - disse me olhando. Lógico tinha acabado de acordar!

- Isso vindo de você. A menina que vai de pantufa para a escola - falei. Ainda não sabia como a direção tinha chegado nela.

- Melhor ir de pantufa do que fantasiada de Sailormoon.

Fiz uma careta, admitindo que ela não estava tão errada assim.

- Você não me disse o que veio fazer aqui.

- Te resgatar desse tédio! - Olhou em volta. - Ia mesmo passar seu sábado trancada aqui? E aquilo são cruzadas? Meu Deus você ia fazer palavras cruzadas? Sabe que isso é um passo pra uma depressão, né?

Revirei os olhos. O único problema de Sofia, era falar. Ela falava tanta coisa num só segundo que chegava causar um congestionamento de palavras em minha cabeça.

- Na verdade isso é do meu pai.

- Ufa que alívio! Mas vim te resgatar, então joga um sobretudo sobre esse pijaminha do ano passado e vamos embora, que o taxímetro tá rodando lá embaixo.

- Taxímetro? Mas e o bolo? Pensei que iríamos comer! E... Sobretudo? Desculpa, mas olha que sol lindo tá lá fora! Acha mesmo que vou me cobrir igual você com essa jaqueta de couro?

- Sol faz mal pra pele. Já ouviu falar?

- Pra pele de vampiros, não pra minha!

- Legal, então finge que sou a Katherine e vamos logo. Marquei uma mesa pra gente no Paris 6.

- E o que é isso?

- Meu restaurante preferido.

O telefone tocou. Fui atender e Sofia foi fuçar umas coisas que estavam sobre o rack.

- Oi Flor - disse meu pai do outro lado. - Como está? Juro ter ouvido falar comigo enquanto saía.

- Imagina... Deve estar ouvindo coisas. Talvez foi o estrondoso barulho que provocou ao bater a porta na minha cara. - Ele não entendeu o sarcasmo.

- Bom, só liguei para saber como estava. Preciso desligar, tenho uma operação para fazer.

- Pai! - disse antes que desligasse. - Quero saber se posso ir num restaurante com uma amiga.

- Jasmine... - (você sabe que não conheço essa menina, então é melhor ficar em casa e me esperar chegar). Podia apostar que diria isso caso eu não o tivesse interrompido.

- Não quero ficar presa aqui! Sabe, quero conhecer a cidade. No que adianta viver aqui e não saber onde estou?

Isso porque só no dia anterior fui descobrir que morava pertinho do parque Ibirapuera.

- Tudo bem, vá. Mas volte cedo. Nada de anoitecer pelas ruas...

- Obrigada.

Desliguei o telefone.

- Ai que fofo! Você pede para o seu pai antes de sair de casa? - Sofia disse rindo.

- Claro que sim! Porque você não pede? - falei. Seu rosto desfaleceu.

Me arrependi de ter dito aquilo. Falar dos pais de Sofia era como mexer com espinhos. Eles estavam em processo de divórcio na França e isso a magoava. - Desculpa.

- Quê isso - disse voltando com o sorriso. Ela era tão má atriz que era perceptível que só sorria quando queria esconder algo - Quem é essa aqui? - Estendeu um porta-retrato onde havia uma mulher de cabelos longos e castanhos, uma pele clara e olhos expressivos da cor do cabelo.

- É a Elô - falei - Minha mãe.

Ela ergueu a sobrancelha analisando a mulher de uns vinte anos.

- Eu já a vi antes.

- Impossível - falei num tom firme, irreconhecível até para mim.

Ela franziu a testa.

- Ela já morreu - Falei. - No dia do meu parto.

- Perdão - lastimou-se.

Dei de ombros. Odiava quando as pessoas sentiam dó de mim, por conta da minha mãe. Na verdade nem sentia falta dela. Fui criada por minha avó, era somente dela que sentia falta.

- Vou trocar de roupa - falei voltando a sorrir.

Em pouco tempo estávamos no Paris 6. Um lugar bem aconchegante, inspirado em bistrôs franceses.

- Porque gosta de vir aqui? Além da comida, é claro.

- Me lembra a Europa - disse sorrindo, meio alienada. - Gosto de estar aqui com quem gosto - sua voz chorava enquanto dizia.

- Você gosta de mim? Pensei que você fizesse a linha do "que se dane o mundo" - brinquei tentando fazê-la melhorar o ânimo.

Por trás de suas variações de humor, sua agressividade nas feições e suas roupas de cores sobrias e cheias de tachas, Sofia era uma menina delicada. E só quem convivia todo dia com ela poderia saber.

- Na verdade, você só está aqui porque gosto de ver sua cara, quando está secando Bruno Giorgio.

Franzi a testa. E ela olhou para trás.

Ele estava ali no terraço, junto com sua namorada no maior Love.

- Não acredito que me trouxe aqui para isso! - rosnei. - Sofia, eu detesto esse garoto.

- Detesta tanto que passa o almoço inteiro olhando para ele.

- E não é isso que todo mundo faz?

- Não quem não é afim dele. - Ela se levantou. - Vem, vou apresentar vocês dois.

- Nem morta! - disse fazendo a sentar-se novamente. - E desde quando você é íntima de Bruno Giorgio?

- Desde que jogavámos bola no playground do Equality - disse rindo. - Já contei que sou melhor que ele no futebol?

- Bem a sua cara. Mas pede logo a conta, de repente esse lugar ficou chato demais. Quero ir para casa.

Ela fez uma cara de tacho. Mas o que esperava da minha reação? Eu queria FUGIR do Equality, não procurá-lo.

- Mas já?! O que tenho que fazer para você gostar mais daqui? Trazer Bruno até nós? - Ela olhou para trás. - Hum, ele está olhando para cá.

De vez em quando pegava Bruno me olhando, e pensava que era porque era nova ali ou porque tinha sido meio que uma ogra na diretoria... Mas agora estava explicado: ele olhava para Sofia, não para mim.

- Nem pense nisso! - rosnei.

- Então devo dizer que vi Bruno com um monte de papel escrito seu nome?

Franzi a testa.

- Parece que você desperta mais atenção do que deveria, não? - disse rindo do meu espanto.

No mesmo momento Julia se levantou e veio em nossa direção.

- Porque veio até aqui Sofia? - foi logo dizendo.

Ótimo! Pelo jeito não era só no Equality e não só comigo que tinha aquele péssimo hábito de arrogância.

- Olha, desculpa me intrometer. - Estava com tanta raiva que não consegui segurar as palavras. - Mas aqui é um lugar público! Não acha que tá na hora de largar aquela frescurinha toda do colégio e viver o mundo real? O mundo onde você é mais uma garota normal, e tem que usar a simpatia para agradar as pessoas?

- Escuta aqui fofa, nem sem quem é você! Sequer me lembro de ter te visto antes e caso tenha visto, seu rosto é tão apagado que não pude nem ocupar meu cérebro guardando ele.

Caí com o rosto. E decidi não falar mais nada.

- E desde quando guarda algo nesse cérebro? Se é que você tem um - revidou Sofia.

- Vou te denunciar se continuar com isso - ameaçou ela.

- Denunciar? - zombou Sofia. - Para quem? Para o Sindicato das Peruas sem Cérebro? Desculpa Julia, isso daqui não é Twitter pra ter spoilers e você sair me denunciando assim.

- Não sei o que pretende vindo aqui. Quer mostrar que depois de todos esses anos conseguiu uma amiguinha ao seu nível?

- Para sua informação foi o Bruno quem me chamou aqui.

A surpresa em meu rosto foi a mesma no de Julia.

Nós três olhamos em direção a Bruno que deixava de falar com o garçom para vir em nossa direção.

- Me diz que você não convidou ela - disse sua namorada, assim que ele chegou e passou a mão em sua cintura.

- Você não ia toillet?

- Ia. Até ver essa coisa aí.

Bruno e Sofia se olharam.

- Sim, eu chamei ela.

A palavra que definia a expressão no rosto de Julia era ceticismo.

- Er... Melhor eu ir ao toillet ou vou ter uma indigestão. Espero que o papinho de vocês acabe antes que eu volte - disse ela saindo dali.

- Ih! Acho que ela ficou nervosa - disse Bruno sentando-se e rindo.

- Acho que devo ir agora - falei arrumando a alça da bolsa.

- Não, por favor - disse Bruno me segurando pelo braço no mesmo instante em que me levantava. - Fica.

Seus olhos verdes, estavam bem mais afáveis naquele dia, assim como seu humor. Ele parecia mais um príncipe exprimindo aquele pedido. Não queria negar aquele pedido, mas não tive escolha.

- Olha, não quero atrapalhar você e Sofia e devo dizer que sua namorada já foi bastante inconveniente me dizendo coisas ofensivas.

- Peço desculpas pela Julia, ela não vai dizer mais nada. E quanto a Sofia... Não é com ela que quero falar. É com você.

???

- Ontem vi Bruno com toda sua ficha do colégio. À noite liguei para ele e perguntei o que queria com aquilo tudo.

- E então combinamos de nos encontrar aqui. Não era para ter Julia ter vindo. Mas não tem como me livrar dela num sábado de sol.

- Também não havia como dizer a você que Bruno estaria aqui - disse Sofia. - Ou você não viria.

Me sentei.

- Porque estava com minha ficha?

- É uma longa história, mas resumindo: estou procurando por você faz um mês.

Bruno Giorgio me procurando? Piada né?

- Acho melhor eu sair daqui - disse Sofia se retirando. - Mas antes me responde uma coisa. Essa procura toda tem a ver com ela receber alguma herança do seu pai?

Ele riu.

- Não. Ela não tem parte alguma no testamento.

Ela riu e deu de ombros antes de sair. Retribuí o sorriso e quando voltei a Bruno, seu rosto estava perdido no meu.

- Você é bem mais bonita fora do Equality - disse ainda coma aquela cara.

Só para constar: ele estava mesmo me jogando uma cantada?

- Quer dizer sem aquela roupa estranha, e que todos andam como estivessem gostando? - desviei do assunto. O rosto queimando de tanta vergonha.

Ele riu. E bamboleiou a cabeça de um lado a outro, parecendo dizer "quase isso". Depois seu rosto voltou ao que estava.

- E você costuma ficar sempre ficar com essa cara de bobo, quando vê gente bonita?

Ele desacordou.

- Ah, não! - disse rindo. - Só tô vendo essa coisa no seu cabelo, aí.

- Meu cabelo?

Ai meu Deus! O que era agora? Podia jurar que não tinha piolho, caspa, nem nada de asqueroso. Passei a mão depressa na cabeça para tirar o que quer que fosse.

- Não, não para! - disse ele segurando minhas mãos. - Calma, você vai espantar ela. - Ela quem? - Espera, vou tirar pra você. - se esticou sobre a mesa, e tirou algo do topo da minha cabeça. - É só uma borboleta, não sei pra quê tanto medo - disse admirando as belas asas azuis do bichinho.

Tanto alarde por nada.

Olhei para trás, só pra ver quem tinha notado aquela cena toda; mas a única coisa que vi foi o vulto verde do vestido de Julia.

- Aquela foi sua namorada? - perguntei.

A expressão no seu rosto telegrafava "Essa não!".

Se levantou depressa.

- Preciso ir - disse enquanto colocava a borboleta na borda da mesa.

- Tudo bem, mas você nem disse o porque de me procurar.

Ele pegou meu celular que estava sobre a mesa e digitou algo. Depois o devolveu onde estava.

- Te espero lá - falou, beijou minha testa e se foi depressa.

Hesitei diante de toda aquela coisa rápida.

Peguei meu celular, o qual a borboleta já tinha tomado conta. E na lista de atividades, estava escrito "casa do Kaique as onze da noite" e o endereço.

- Ah-meu-Deus! Eu vi tudo viu? E na minha opinião o beijinho de despedidas deveria ter sido em outro lugar para completar o clima - disse Sofia sentando.

- Ele ficou louco só pode! - falei de uma vez.

Ela franziu a testa, depois percebeu a presença da borboleta. Pegou-a e pisoteou-a cruelmente. - insetos deveriam andar livremente somente na insetolândia - completou friamente.

Não liguei tinha coisas mais importantes pra pensar tipo, como dizer Bruno que não iria.

- Meu pai nunca vai deixar - disse entregando o celular a Sofia.

- Mas isso é uma festa na casa do Kaique! - disse surpresa. - Todo mundo quer ir num lugar desses!

- Meu pai é conservador Sofia, isso é uma coisa que ele nunca vai deixar. Ainda mais aqui onde não conhece ninguém.

- Pai e mãe nunca foi motivo pra prender ninguém em casa! Você vai ir nisso, sim.

Balancei a cabeça.

- Não. A única ligação que há agora, entre eu e meu pai é confiança não vou perdê-la.

Ela me encarou com seus olhos dourados e penetrantes. Cheguei a sentir um calafrio.

- Não estou brincando Jasmine. Você IRÁ, querendo ou não! Pensa que não é só a sua vida mais a minha também. A gente pode enfim deixar de ser as garotinhas irrelevantes e começar andar com os tops do colégio!

- Pensei que odiasse aquilo tudo.

- E ODEIO! Mas será ótimo se a Julia ver uma ceninha como essa que vi aqui. Vai ir ou não?

- Vou.

@nandaferreiram

Nandah Ferreira
Enviado por Nandah Ferreira em 22/07/2011
Código do texto: T3112070
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