Bad Romance [Parte 1]

Hey, pra quem não me conhece sou Netto Andrade, já postei muito aqui, e trago agora minha nova série! Que se chamaria Nobody's Perfect, mas troquei para Bad Romance, por motivos que ao decorrer da história vocês entederão. Este é o capítulo de apresentação. (Ah... Marcie essa série aqui não é curta e é divertida) Espero que gostem.

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E Assim eu fui humilhada

:o

O avião pousou no exato momento em que rasguei a minha foto, antes favorita. Eu e meu pai às margens do lago Ontário, em Toronto, nossa querida cidade. Abraçados e felizes, bem diferente de como me sinto agora.

Não tenho nenhuma recordação do sol da flórida, não gosto de cidades praianas, o sol transforma nossa pele em pele de camarão e nossos cabelos em palhas de milho e agora sou obrigada a viver numa cidade assim, a viver com minha mãe depois de anos.

Tá, eu sinto falta do carinho de mãe às vezes, mas nunca tempo o bastante para me lembrar, quando se tem dinheiro, agente se distrai facilmente.

— Tá olhando o quê? — disse para um passageiro que me encarava, ele virou o rosto corado para o outro lado.

Eu fiz uma bolinha com a foto e joguei em qualquer lugar.

— Senhores passageiros, chegamos ao nosso destino final, Sejam bem-vindos à Flórida.

Peguei minha bagagem e saí. Mamãe me esperava no saguão de desembarque.

— Elizabeth Freeman, você não vai chorar! — murmurei discretamente para eu mesma.

Eu estava feliz por rever minha mãe, mas não estava feliz por estar ali, eu odeia esse calor e adorava Toronto, mas agora tenho que me contentar e ser cautelosa para não machucar os sentimentos de minha mãe, que está radiante de braços abertos, esperando por mim.

— Mãe...

— Oh Liza, querida! Estou tão feliz por você ter vindo.

Mamãe me abraçou forte e eu quase me denunciei. .

Os olhos dela marejavam de felicidade, já os meus brilhavam de tristeza, há menos de dez minutos ali e já me sentia deslocada. Até a energia do lugar era outra.

— Você está tão pálida, mas não tem problema já que temos uma praia no nosso quintal. Está se sentindo bem querida? Se sente enjoada ou algo do tipo?

— Não mãe, mas temo que minha cabeça exploda a qualquer momento. — comecei a arrastar minhas malas.

Era tão irreal estar ali depois de tantos anos. Eu estava toda encasacada enquanto todos ao meu redor usavam camisetas e shorts, uma gota de suor escorreu pela minha testa. Coisa que não acontecia há muito tempo.

Elas seguiram pela Atlantic Boulervard até chegarem à Jacksonville Beach.

— Ainda não consigo acreditar que você, realmente, está aqui! — Mamãe disse enquanto dirigia para casa.

— Nem eu...

— Chegamos. Você ainda se lembra daqui não é?

— Claro que sim, mãe. Está diferente, mas ainda é o mesmo lugar. Posso subir? — pedi.

— Ok.

A casa era a mesma, pequena e aberta demais. Encarei meu quarto, as paredes em branco e rosa, uma fada no teto e borboletas penduradas no ventilador, uma cama de solteiro entre dois criados-mudos, um tapetão persa e uma escrivaninha sem nada. O quarto é pequeno, mas pelo menos há um banheiro só pra mim e um closet grande para todas as minhas roupas.

Deixei as malas no chão, fechei a janela e as cortinas para tentar evitar aquele cheirinho de maresia inevitável, desenrolei minha echarpe e me joguei na cama. Eu queria me enterrar viva e morrer numa cova funda de tanto gritar e chorar. Era horrível estar ali.

Meus primeiros dias foram horríveis, minha mãe trabalha das sete da manhã e só retorna às seis da tarde, fiquei sozinha em casa olhando os banhistas pela janela do meu quarto. Senti aquela vontade de pelo menos ver a praia mais de perto, mas não tinha coragem, a repulsa me impedia.

“Filha eu vou trabalhar hoje. Cuida da casa e aproveite o sol, afinal é sábado.”

Desanimei de novo. Era sábado, o dia que esperei tanto para ter companhia e agora estava só de novo, mas não adiantava ficar mais um dia trancada no quarto chorando e olhando a praia de longe, peguei uma canga, vesti o único short que havia ali e de acompanhamento uma camiseta branca regata e justa, coloquei o protetor solar fator 60, óculos escuros daquele grande. Coloquei o celular, o iPod, a maquiagem, uns cremes na bolsa e já ia saindo quando vi um chapelão de praia pendurado no porta-chapéus, o peguei e saí de casa pela primeira vez em sete dias.

A praia se estendia por quilômetros, o sol estava baixo, andei pelo calçadão, pois salto alto e areia não combinam. Comprei um sorvete de chocolate no carrinho e coloquei meus fones nos ouvidos, todo mundo me encarava.

— I'm on the edge of glory, And I'm hangin' on a moment with you! I'm on the edge The edge, the edge, the edge

The edge, the edge...

Eu ia cantando Lady Gaga e dando pulinhos alegres, (o sol deve estar me enlouquecendo) quando algo me atingiu virei o pé e caí sentada.

Quando olhei em volta, muitas pessoas riam, uma bola de algum jogador de vôlei acabou batendo em mim, o sorvete virou uma meleca na minha camiseta, minha bolsa e se abriu jogando para fora tudo que estava dentro e meu salto se partiu em dois.

Eu respirei fundo e contei até dez...

E foi aí que eu o vi pela primeira vez.

Pele bronzeada, corpo atlético com músculos bem definidos, olhos verdes-musgo, cabelo liso ondulado cor de mel e desajeitados. Uma barba mal-feita.

— Você está bem? — Ele pegou minha mão e me colocou de pé. Nós nos encaramos por um tempão, fiquei sem ação. Ele parecia um modelo da CK.

— Você. Consegue. Entender? — perguntou de novo.

— Seu imbecil! Que tipo de atleta sai por aí dando boladas em recém chegadas? Olha o que você fez! Essa camiseta é da coleção de verão da Thierry Mugler, me custou quinhentos euros e você acaba de estragá-la, o meu sapato é Prada, mesmo que você trabalhasse um ano inteiro não seria capaz de pagar a metade de um deles. Maldita hora que eu saí de casa. — comecei a me limpar. Mecha comigo e veja a onça aparecer.

— Ah sua branquela! É só mais uma patricinha mal-educada de qualquer lugar do mundo, vinha parecendo uma giripoca pulando pela rua, tá pensando que aqui é Hollywood? Olha por onde anda da próxima vez.

OMG! Ele não disse isso, ele não disse isso...

Virei as costas, alguém gritava alguma coisa, mas não dei ouvidos, saí parecendo uma manca com um salto maior que o outro, me senti humilhada e fiquei disposta a nunca mais colocar a cara pra fora de casa.

— Ei branquela! — chamou. Não acredito!

Continua...

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 22/07/2011
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T3111260
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