Quando o amor chega à noite sem convidar. Cap.2
Toc - Toc!
– Se há uma coisa nesse mundo que eu realmente odeio é acordar com o sol ainda na janela. Isso vem de antes do encontro com Mabelle, a noite sempre me fascinou, veio em forma de mulher e me puxou pra ela. Eu feito um tonto me entreguei e sei lá se um dia vou conseguir sair. – pensava Vince enquanto descia os degraus dormindo no meio da tarde.
Toc – Toc! Continuavam a bater na porta insistentemente.
– Já vou! Aff! Que saco, é bom que seja muito importante pra me fazer levantar e andar pela casa correndo o risco de encontrar uma fresta de sol desavisada. – gritava indo em direção à porta na escuridão, vestindo desajeitado uma camiseta branca.
Abriu-a desarvorado pronto para expulsar o perturbador com toda raiva acumulada quando deu de frente com uma senhora que quase bateu na sua cara, não esperando ser atendida naquele momento.
– Olá rapaz! Eu estou procurando o Sr. ou Sra. Monserrat! Eles estão? – perguntou de supetão.
– Não! Eles estão viajando, eu sou o filho deles! – respondeu Vince bufando.
– Entendo! Disse a mulher observando o estado do garoto todo amarrotado e sonolento no fim da tarde.
– Mas o quê a senhora quer afinal? – perguntou Vince impaciente e perturbado com a claridade.
– Eu sou Mirna, a nova governanta mandada pela agência! Disseram que precisavam de uma aqui urgente e que todas as outras não aguentaram devido as peculiaridades do senhor da casa. Acho bom me tratar bem, pois só sobrei eu. – explicou rindo entre dentes enquanto observava o local, atenta a poeira e a escuridão mesmo da antessala.
– Disseram isso é! – debochou Vince passando a mão pela cabeça. – Mas elas não contaram que pago muito bem pelo serviço. – defendeu-se.
– Você não! Seus pais, aliás, pra onde mesmo viajaram?
– Pra longe, bem longe! Ficam descobrindo coisas pelo mundo e cuidando de nossos negócios por isso nunca estão aqui! – disse Vince tentando despistar.
– Mas um dia eles vão voltar, e eu farei questão de conhecê-los. Você tem as recomendações da sua mãe? – quis saber D. Mirna.
– E a senhora tem as suas? – perguntou angustiado Vince.
– Aqui está mocinho! É a sua vez! – desafiou a mulher.
– Eu vou buscar! – resmungou pensando de onde tiraria escritas domésticas de tanto tempo atrás.
Correu pela casa de volta ao andar de cima e rumo ao sótão que revirou até encontrar um livro de receitas com anotações da mãe.
– Aqui está! – falou respirando fundo com vontade de cometer um desatino de tanta raiva daquela mulher que invadiu seu sono.
– Nossa! Que relíquia! Como sua mãe pode ter instruções domésticas tão antigas, amareladas e empoeiradas?
– Era da bisavô dela, verdadeira dona dessa casa. Nada saiu do lugar ou foi feito de outra maneira desde que ela escreveu aí. Como não entendo nada sobre casa acabou ficando largado. – explicou minucioso à senhora.
– Está bem! Eu não sou babá, não limpo coisas que não podem ser classificados como sólido, líquido ou gasoso, não excedo um milímetro do horário e não levo a culpa por alguém estar bêbado na delegacia.
– Falô! – concordou Vince a achando o ô!
– Agora, essas cortinas! – disse D. Mirna abrindo-as de repente.
– Naaaãããooo!!!! – gritou pulando para um canto onde a luz não alcançava.
– Qual o problema Vince? – perguntou assustada.
– Fecha! Fecha essa cortina, agora! – gritou.
– Eu tenho problema com luminosidade, fotossensibilidade! Prefiro que tudo fique escuro aqui dentro. Pode deixar claro onde você for ficar, mas o resto não. Também durmo de dia e saio à noite para estudar, etc. Acho que as outras não entenderam o meu jeito, se a senhora também não entender sinta-se livre pra partir. – explicou.
D. Mirna o olhou por inteiro achando compreender o garoto frágil e abandonado pelos pais cheio de estranhezas para chamar atenção que estava ali na sua frente.
– Vamos experimentar! Gosto de desafios. Vou pra cozinha preparar o jantar! – disse confiante já se dirigindo para os fundos.
Vince voltou para o quarto tomando cuidado com as frestas de sempre e caiu na cama exausto disposto a tirar todo o tempo perdido que teve com D. Mirna. O fundo das grossas cobertas foi a última coisa que viu antes de cair em sono profundo. De certo modo havia gostado de D. Mirna e pela primeira vez em muito tempo dormia com a certeza de estar protegido.
Grimório de Registros
Identificação n°: 102.876
Nome: Vicente Anacleto Monserrat (Vince).
Idade: 19 anos
Ocupação: Entender o que aconteceu a 80 anos.
Ele precisa: Se proteger dos perigos que a descoberta trará.
Ele quer: Olhar para Mabelle mais uma única vez.
Identificação n°: 203
Nome: Mabelle Stuvlav
Idade: 367 anos
Ocupação: Desaparecida desde 1931.
Ela precisa: Voltar para acertar contas antigas.
Ela quer: Nínguém nunca soube ao certo.
Identificação n°:135.678
Nome: D. Mirna
Idade: 63 anos
Ocupação: Governanta na casa de Vince.
Ela precisa: Ajudá-lo a enfrentar os desafios.
Ela quer: Aposentadoria!!!
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Continua...
Olá gente!!! Desculpa a demora em postar, trabalhar e escrever é dose, mas vou me esforçar!!!! Comentem se puderem, plis!!!
E como sempre tem o site:
http://kamyllasantos.vilabol.uol.com.br/
O video:
http://www.dailymotion.com/video/xjih3j_vince-quando-o-amor-chega-a-noite-sem-convidar_shortfilms
E o prólogo - Vicente o vampiro diferente nesse mesmo site.
Bye!!!Até ++!!!!