Paixões & Traições - Faço tudo por você ( Capítulo 2 - PARTE I )
(Narrado por: Julia)
Eu e meus amigos estávamos no estacionamento. Já fazia um tempão, que eu tinha chegado, mas estava na diretoria, ajudando meu pai a colocar em dia a papelada dos novos alunos; ser a filha do diretor me obrigava a fazer essas coisinhas de vez em quando.
Brian, meu amigo de cabelos pretos, e duros de gel, foi me buscar, ou melhor, me salvar de ver todas aquelas fotos 3/4 ridículas. Mas como fazer a ceninha do plebeu salvando a princesa em perigo nunca foi a dele, o engraçadinho teve de colocar aquela mão onde não devia - Ele tinha quedinha grande por mim, só não admitia; mas vivia jogando suas cantadinhas fail para o meu lado. (uma vez nós transamos).
Não! Não pense besteira! Eu estava bêbada. Ele também. Eu amo meu namorado! E ele ama viver solteiro! Nós dois, apesar da amizade nos odiamos! E era isso que eu tentava dizer a Bruno, quando ele veio com seus ataques de namoradinho traído e ciumento.
- O Brian só estava com a mão em minha cintura! Eu te amo, nunca vou te trair - falei já pouco paciente com a persistência de sua suspeita. - Será que dá pra confiar em mim?
- Confio em você, Julia. Só não confio no Brian - me fulminou com o olhar.
- Se confiasse em mim, não te importaria o Brian, nem ninguém - falei separando minhas mãos de seu pescoço. Tentar persuadí-lo estava sendo perca de tempo. - Você está sempre me tratando como se eu fosse uma garotinha inconsequente, que não tem noção dos atos, que vive para seu próprio prazer...
- Não há como negar. Você é assim - interrompeu.
Hesitei.
- É, talvez eu seja mesmo. Talvez eu não esteja nem aí pra nada, nem pra ninguém; que faço tudo para me manter no topo desse colégio. Mas com você é diferente Bruno; e você sabe bem. Não faria nada para te magoar. Nunca.
Ele me olhou cruamente com seus lindos olhos verdes, agora, ainda mais claros por conta da luz da manhã.
- Odeio essa sua futilidade - rosnou.
Me afastei de junto dele, e fui para onde estavam todos os outros.
- Julia! - me chamou numa voz grave. Mas não me voltei a ele. Permaneci andando. - Ju, você sabe que não é bem assim. Eu também te amo, não faria nada para te magoar, mas... - se interrompeu.
Respirei fundo e estacionei junto a Karine, minha amiga oriental de cabelos vermelhos, e de Erik seu namorado lourão.
- Idiota - rosnei para mim mesma.
- Quanto amor, hein... - brincou Renan, o menino baixo de pele parda.
- Estou cansada, desses showzinhos dele. Sério - cruzei os braços, e bati o pé de tanta raiva. - É todo dia a mesma coisa. Brigas por qualquer motivo.
- E o que foi dessa vez? - perguntou Karine.
Olhei para Brian. Havia um sorriso escarnioso em seu rosto. Típico dele.
- Já entendemos - disse Kaique. Ele era irmão mais velho de Erik e nem estudava ali; só vinha fazer exposição de seus carros mesmo. - Vou dar apoio moral ao camarada ali - foi indo até Bruno.
Brian gargalhou, presunçoso.
- Tenho nojo de você - falei entredentes.
- Ai, tadinho - disse Samanta, com aquela voz irritante que parecia mais o chiado de um rato. - Nem é tão nojento assim, ele cheira a Armani - Sam era cabeça-oca mesmo! Faltava cérebro debaixo de seus cachos laranja, coitada.
Todos riram. Menos eu, que não conseguia ver naquilo graça alguma. E nem Brian, porque na verdade seu perfume não era Armani e sim um Calvin Klein.
Aproveitei o tumulto e me afastei. Queria ficar sozinha! Pelo menos um tempinho.