A Busca das Tri Chaves - Capítulo 5 - Parte 2

CAPÍTULO 5

MÍSTIA, A RAINHA

PARTE 2

- Então… - concluiu Lucas - É por isso que eles não podem acabar com o mau presente em Simosong… Eles foram levados para as profundezas obscuras por terem agido de forma irregular, matando pessoas por ódio e vingança?

- Sim, certamente esta é a verdade. Porém, não se sabe ao certo o que são as profundezas obscuras. Dizem que lá, é um lugar horrível onde não há luz, apenas fogo. - Detalhou a rainha.

- Então… As profundezas obscuras, como são chamadas aqui, são como o inferno para nós mortais. - Acrescentou Stephan, com um ar meio preocupado.

- Sim, mas… Bem, não foi bem pra isso que pedi ao rei Alceu para que os enviasse para cá. Eu pedi para que ele os conduzisse até meu palácio para que eu lhes mostrasse um objeto muito poderoso e mágico. - Disse num tom misterioso. - SERVO, POR FAVOR! - Gritou.

O velho adentrou ao salão trazendo numa das mãos, uma travessa com petiscos para os garotos, e, na outra, uma caixinha negra com detalhes banhado a ouro e, certamente, safiras. Ele deixou ambas as coisas, numa mesinha de centro que a rainha acabara de conjurar, e saiu desta vez, rasteiro e silencioso.

A caixa tinha três fechaduras, cada qual com uma forma geométrica. A primeira tinha a forma de um quadrado, a segunda, uma forma de triângulo e, a última, uma forma de círculo. Todos observaram atentamente cada detalhe daquela caixa. A rainha, por sua vez, não se espantou nem um pouco. Tirou do bolso interno de seu casaco, uma das chaves que, por acaso, encaixava corretamente numa das fechaduras. Ela encaixou a chave na fechadura em forma de triângulo. Ouviu-se um estalo… Mas nada aconteceu. A rainha, então, decidiu explicar-lhes para quê aquela caixa serviria, então, para os senhores da natureza.

- Bem, tenho aqui em mãos a Caixa do Futuro.

- Caixa do Futuro? - Espantou-se Katharine.

- Sim… A Caixa do Futuro. Todo o futuro de Simosong depende do objeto que está aqui dentro. - Disse a rainha de Duntreau, séria. - E só vocês podem salvar-nos de todo o mal, e…

- Desculpe a interrupção majestade, mas, todos falam que Simosong está em apuros, está um caos, mas… pelo que vejo, não há nada que atormenta a todos. - Comentou Stephan.

- Sim, está totalmente correta senhora do Ar. Não há nada nos atormentando… ainda.

- E então para que foram buscar-nos? - Questionou Peter.

- Para acabarem com o mal antes que ele comece.

- Mas então… Diga-nos logo qual é o mal de Simosong? Queremos logo lutar e termos nossa honra, sermos reconhecidos. Não queremos ficar dentro de latas durante muito tempo. Queremos combater o mal. - Disse Stuart, com bravura.

- Bem, o mal que nos atormenta é uma profecia feita há muitos e muitos anos atrás, onde um dos anciões previu que, em meados de paz, chegariam os senhores da natureza e que, assim, começaria uma guerra que se estenderia por longos séculos. E este tempo está chegando. Simosong está quieta há muitos anos atrás. Tememos que esta profecia esteja chegando. Toda a terra de Simosong está sem sossego. Por isso senhores, eu lhes imploro, ajudem-nos a vencer esta profecia antes que ela se realize.

O silêncio tomou conta do ambiente durante alguns segundos.

- Eu estou fora. Este negócio está ficando sinistro - comunicou Peter.

Ele levantou-se e dirigiu-se até a porta.

- Então você é covarde? - Gritou Lucas para Peter.

Peter parou em seu lugar, e girou-se no calcanhar.

- Neste caso, sim. - Gritou Peter, do outro extremo.

- Você não defenderá a terra de nossos ancestrais? É o nosso sangue que corre aqui. Este povo precisa de nós. - Gritou, também, Stephan.

- Só se for o seu sangue que corre por aqui. O meu não. Eu nasci no mundo dos mortais e não é por causa de meia dúzia de pessoas que vou arriscar a minha vida e continuar vivendo aqui.

- Você é um egoísta Peter. - Interferiu Katharine.

Peter parou e observou todos ali reunidos contra ele. Deu as costas e abriu a porta.

- Eu vou voltar para o meu mundo. Lá sim é o meu lugar e não aqui.

- Volte, e verás o que lhe acontece. - Disse, por vez, a rainha.

- O que acontecerá a mim? Está me ameaçando? - Questionou.

- Estou lhe dizendo o que é mais conveniente a você fazer. Vá, e ficara preso para a eternidade entre o mundo mágico e o mundo mortal. Qualquer um de vocês apenas poderá voltar se todos desejarem voltar, juntos. Há uma magia que impede a vocês mortais que se tele transportem de um mundo para o outro, desacompanhados dos outros senhores.

Todos apoiaram a rainha. Peter, então, deu meia volta e encarou a rainha.

- Era apenas um teste pessoal. Ou vocês acham que eu iria abandonar vocês? - Disse Peter, aproximando-se dos outros.

Todos continuaram sérios.

No momento em que Peter reuniu-se novamente com os outros, Místia elogiou Stephan.

- Obrigado por compreender Stephan, e quero também dizer que o que a senhora do ar falou é verdade. O sangue de vocês corre por Simosong. Não foi à toa que aqueles dragões salvaram vocês. Eles os salvaram por que sentiram que os verdadeiros senhores de Simosong haviam chegado.

- Majestade… Por favor, termine de nos contar o que devemos fazer. - Pediu Katharine.

- Sim querida. Eu tenho em mãos, a Caixa do Futuro e pelo que vocês viram, nela há três fechaduras de formas diferentes. Eu tenho apenas uma, como viram, que foi feita por magia. Mas… Ela não abriu. Então, o que vocês devem fazer, é procurarem pelas Tri Chaves.

- Tri Chaves? - Perguntaram todos em coro.

- Sim. Vocês devem achar as Tri Chaves para abrir a Caixa do Futuro e salvar a terra de Simosong. Elas são compostas, como o próprio nome diz, por três chaves. Mas cada uma forma está espalhada por Simosong. Ninguém sabe, ao certo, onde elas estão.

- E por onde devemos começar? - Perguntou, então, Lucas.

- Bom… A única pista que contenho é um enigma.

- E qual é o enigma majestade?

A rainha, então, abaixou e sussurrou:

- "Existem as montanhosas cidades, de onde brotam uma das três formas da chave. Acima do mar e abaixo do céu, onde às doze baladas tocarem surgirá um fogaréu. Apenas aqueles que tenham a pura intenção, poderão resgatá-la então. Desafios encontrarão no caminho. Onde neste, existem pedras e espinhos."

Todos escutaram atentamente as palavras da rainha.

- Existem as montanhosas cidade de onde brotam uma das três formas da chave? - Repetiu Lucas.

- Eu sei… É difícil, mas tenho certeza que vocês irão encontrar o caminho certo. Nem sempre o que parece é. Sempre siga na direção direita por que a esquerda sempre haverá obstáculos, mas lembrem-se: Nem sempre o mais curto é o melhor. Sou confusa e nem tudo que eu falo é o que eu quero dizer.

Todos ficaram confusos.

- Bem… Tudo que eu podia fazer eu fiz, então, entrego-lhes o destino de Simosong à vocês.

A rainha, então, entregou a Caixa do Futuro à Lucas, e, como o velho Alceu, fez alguns gestos com a mão e desapareceu.

- Isto é fácil não é? Entregar tudo na nossa mão como o rei Alceu e desaparecer assim, como fumaça numa tempestade de confusões. - Disse Stuart.

Todos concordaram, balançando a cabeça.

- Então, o que nos resta a fazer agora é prosseguir com as únicas dicas que temos e com esta Caixa do Futuro. - Falou Lucas.

Todos concordaram e, juntos, saíram rasteiramente do palácio, cada um com sua teoria: Peter acreditava que a chave poderia estar no castelo. Katharine, por sua vez, disse não acreditar em Místia. Stephan analisava novamente, tentando achar um furo no enigma de Místia, e Lucas, ficou calado, tentando decifrar o enigma da forma mais correta.

D Silva
Enviado por D Silva em 02/07/2011
Reeditado em 12/08/2011
Código do texto: T3071050
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