A rua que nos separava #4

Como é lindo o sorriso de quem ama. Não que os outros não tenham seu valor, mas eles dizem várias coisas, já os sorrisos apaixonados dizem apenas “eu te amo”.

- Sabe quanto tempo esperei por esse momento? O jovem parecia cantar suas palavras. – Talvez não mais que eu. Refutou a garota.

Por que há prazos de validade nas histórias de amor? Deveriam ser eternas, durarem mais que o tempo, deveriam resistir a tudo.

Eles trataram logo de se ajeitarem em algum lugar, trocaram telefones e falaram de tudo, principalmente de suas expectativas. As horas passavam despercebidas e a única coisa que parecia importar era estar na companhia do outro. Como se não existisse uma possibilidade de vida além daquele momento. E sem que notassem, já era noite e ali mesmo, na calçada se despediram, como se o amanhã não existisse.

Os corpos estavam em seus quartos, porém suas mente e seus corações no outro lado da rua. A jovem parecia estar em transe, sorria para o teto, até que seu celular toca, calando o silêncio propiciado pela situação. – Adorei o dia. Uma mensagem com o nome “João H.”. – Também gostei, espero que não seja o ultimo. A garota titubeou na coragem antes de enviar. E os dois trocaram mensagem uma boa parte da noite, - Beijo, boa noite e sonha comigo. – Não teria graça se eu não fizesse isso. Boa noite, também. E até então, aquela foi a noite mais longa de suas vidas.

E ao acordar, João se certificou que a noite passada não havia sido um sonho. - Hoje acordei te amando mais ainda... Era o que ele tinha escrito em seu celular. Levado por suas pieguices hesitou em enviar, por achar que Bruna, do outro lado da linha ainda estivesse dormindo.

Por que o nada parece ser tanto, quando se deseja alguém? Do outro lado da rua a garota deitada em sua cama, com o seu celular na mão e uma dúvida, enviar ou não o que outrora havia escrito e a estava enlouquecendo - Me diz que tudo foi real?