Sonho Forçado!!!(parte 9)

CHOQUE PÓS-TRAUMÁTICO(VITÓRIO)

“Mudança de conceitos”...

Aquele nome vagueou pela minha cabeça o tempo inteiro.Dia...hoje era quintadia de visitas no reformatório.A essa hora meu pai já havia saído pra visitá-lo.Por que eu não era capaz de fazer nada?Fazia 3 anos que ele estava preso naquele lugar,sem culpa alguma,só remorço e medo...do tão temido e poderoso Fernando Fontenele...

COMO UMA LUVA(ALICE)

Depois do choque no salão de visitas,eu estava atordoada demais.Eu fui no meu quarto,peguei minhas coisas e fui pra aula do Prof.Aurélio,com a cabeça à mil.Afinal,o que o Tavares tinha a ver com o pai do Vitório?

Eu me sentei do lado da Liss e do Dinho e me enterrei na cadeira.

Foi quando o Tavares cruzou a porta da sala:ele usava uma camiseta amarela e um jeans preto;as tatuagens ainda à mostra e o cabelo arrepiado,como sempre.

Ele se aproximou e beijou a testa da Danyella e o rosto da Liss.

__E você quer que eu te beije onde?-disse ele todo sorridente pra mim.

Eu apenas o olhei em desaprovação e ele deu de ombros,se sentando.

__Você é bem arisca,ne?-perguntou Dinho remexendo o cabelo castanho.

Eu dei um meio sorriso,foi o tempo em que o professor chegou e nós iniciamos a aula.

Eram 1 h e meia de aula e eu já estava impaciente nos primeiros 20 minutos.

__Ôhh,Liss...-eu me virei pra ela e sussurrei.-é só aquele homem que vem visitar o Tavares?Ninguém mais?

Ela pareceu analisar minha pergunta a pensar numa resposta.

__Sabe que não?Uma vez veio um carinha ver ele.Ele era tão lindo,Alice...cabelo bem preto,todo arrumado,de terno...

Era o Vitório,eu tinha certeza!Se o pai dele tava aqui,eu não tinha dúvidas de que era ele.Mas por que?O que o Tavares tinha a ver com o Vitório?

Eu mordi o lábio inferior,desconcertada.Foi quando bateram à porta da sala.

__Desculpe,professor,nós temos visitas para a interna Alice Falanges.

O professor apontou pra mim e eu me levantei histérica.

__Vini...-eu sorri e saí correndo.

Quando eu cheguei no salão de visitas,eu corri e abracei o Vini.Eu me senti tão segura naquela hora,como se eu não estivesse naquele lugar horrível.

__Eu tava morrendo de saudades,Vini...

__Eu que o diga!

Nós nos sentamos.Eu não parava de sorrir e o Vini também não.

__Então,sumida...como é o reformatório?

__Isso aqui é péssimo,Vini...-eu disse suspirando.-eu não posso nem respirar...

__Logo você que gostava tanto de liberdade...eu falei pra gente não sair da Austrália!

Nós dois sorrimos.Foi então que o envolvimento do Tavares com Fernando Fontenele me veio na mente outra vez.

__Tudo bem,Alice?-perguntou o Vini vendo meu desconforto.

Eu o olhei e ele parecia estar na expectativa.

__Vini...tá acontecendo uma coisa super estranha aqui...o pai do Vitório Fontenele,o prefeito,vem visitar um carinha que ta aqui e ninguém sabe por que...

Ele pareceu examinar o qe eu tinha dito com cautela.

__Por que o prefeito se envolveria com um “boy problem” de reformatório?

__É exatamente isso que eu quero saber!

Ele se ajeitou na cadeira e pôs as mãos no queixo.

__Há 3 anos atrás,Alice...a mãe do Vitório morreu num acidente de carro...quem sabe esse garoto não é...

Eu estava entendendo perfeitamente aonde ele queria chegar.Mas que droga de insinuação era aquela?

__Mas que droga de insinuação é essa,Vini?-eu me levantei,estupefata.

__Calma,Alice...eu só fiz uma suposição...

__Mané suposição,Vinícius...até parece que o Tavares ia matar a mãe do Vitório...

__Alice,se acalma...quê que é,você ta afim desse Tavares,é?

Eu parei de respirar.Eu?Afim do Tavares?Eu soltei a respiração e prendi o ar novamente.O Vini me olhava com cautela e expectativa ao mesmo tempo.Por que eu tinha ficado tão nervosa?

Eu me sentei calmamente e respirei fundo.

__Por que o pai do Vitório visitaria o assassino da mulher dele?

__Eu viajei,deixa isso pra lá,Alice...

__Mas o que o Tavares tem a ver com tudo isso?

__Por que a gente não deixa isso pra lá um instante?

Eu o olhei e dei um meio sorriso.

__Ok...fala aí,como tá a louca da minha mãe?

Ele deu uma gargalhada e começou a me por a par do mundo lá fora.

NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO(VITÓRIO)

Eu tinha voltado pra câmara naquele dia.Mil e um problemas e pápeis pra assinar me esperavam e eu não estava com o menor saco pra fazer aquilo.

Minha cabeça corria,vagueava,continuava indo na direção daquele reformatório.Será que a Alice já conhecia “ele” ?Será que eram amigos?Próximos?Se falavam ao menos?Isso me tirava a paciência...

Mas eu sequer podia ir lá vê-la.Não com o Guilherme por lá.Eu tinha que despistá-lo o máximo que eu pudesse.Ninguém podia saber que ele era...

MEU IRMÃO...

Egila
Enviado por Egila em 12/06/2011
Código do texto: T3029740
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