[Original]The Simple Plan - Capítulo 42
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Beijos, pegações e a tal da resistência
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Paolla Santana
- Isso! Vocês dois estão lindos! Incrível! – A professora de teatro estava maravilhada com nossa encenação. – Eduardo & Mônica em carne e osso. (E muita beleza, minha cara!).
A maluca bateu palmas, feliz.
A última cena (aleluia! Aleluia! Parei) era a que Mônica decidia deixar Eduardo viver sua vida terminando o relacionamento deles. Ele não aceita e vai atrás dela no aeroporto. É uma cena bem emocionante.
E cara!! Agora é só fazer isso no palco da escola e já era. Vai ter um ensaio geral e depois é encenar tudo pra ganhar notas e passar de série!
Na escola tudo estava caminhando muito bem. Eu recuperando uma e outra nota. Eduardo estudando direitinho (meu orgulho), nosso namoro está ia de vento e poupa (e meu Deus... Quando eu e ele combinamos de estudar juntos... Nós estudamos bem... Bem mesmo. Se é que me entendem.)
Ah... Como é bom estar feliz.
Eduardo Mendes
- Você não precisa ir. – Minha mãe apareceu na porta do meu quarto. Ela estava tentando me fazer mudar de ideia. – Eduardo... Eu não quero que você vá.
Suspirei.
- Mãe, eu quero ir. Relaxa, eu vou voltar.
- Não é você o problema... É ela. – Minha mãe ficou séria. Ela não gostava da minha avó. – Sua avó tinha que sair da Alemanha e vir para cá.
Revirei os olhos, e a fitei.
- Mãe, a vó é uma senhora de idade, qual é!
Ela resmungou, acho que a ouvi murmurar um “cobra velha”.
- Eduardo... Por favor, não ouça aqueles devaneios dela.
- Mãe... Pode deixar, não troco a senhora por ela. – Brinquei.
- Tonto. – Ela sorriu. – E a Paolla?
- Está bem... Ou pelo menos demonstra que está. – Eu dei de ombros, despreocupado. Paolla e eu estávamos nos entendendo tão bem que nem parecia a gente. – Ela vai ficar bem, eu confio nela.
- Sim, eu também. – Ela coçou a cabeça, preocupada. – O que Eric tem?
- Está apaixonado. – Mandei na lata. Minha mãe me olhou por 2 segundos com olho arregalado e depois riu alto, bem alto mesmo. – Ih mãe... – Eu ri também.
- Ai Eduardo... – Ela riu ainda mais. – Eric apaixonado... Tá bom. Vou ir ao mercado.
Ela saiu rindo. Eu a entendia. Era difícil acreditar que Eric estava apaixonado, mas ele estava, só não iria admitir. Depois daquele dia em que ele dormiu com Emanuella (só dormiu... diz ele), os dois não tem se falado. Ela tem evitado olhar na cara dele, e ele não faz nada pra mudar isso.
Eric não quer mudar. Emanuella não quer amar. É complicado o caso deles.
Eu já havia arrumado minhas malas para viajar, o que aconteceria daqui a três dias. Oficialmente eu já estava de férias, já tinha feito minhas provas e poderia viajar tranquilo, sem me preocupar com essa parte. O que realmente preocupava era Paolla, quer dizer, agora ela está bem, nós estamos bem... Mas como ela ficará sem mim?
Com a chegada do fim de ano, a cidade de São Paulo entrou em erupção, muitas pessoas comprando, passeando, admirando e vivendo o clima natalino. Havia algo naquela época que deixava Paolla inundada em lembranças, lembranças ruins, lembranças de sua mãe.
Fazia duas semanas que Eduardo havia ido viajar, não ouve uma despedida cheia de melação do casal, eles foram simples, foram rápidos. Paolla confiava na volta rápida de Eduardo.
Após a viagem dele, a garota seguiu sua rotina, ia pra escola, fazia cursos aos sábados, entrou em um serviço de meio período de segunda a sexta feira.
- Não, não gosto dele. – Emanuella e Paolla estavam indo para a escola. Melissa fora mais cedo com Johnny e Breno. – Não gosto, não quero saber dele. E é isso ai.
Paolla assentiu, debochando.
- Claro. E eu sou o bozo pintado de rosa pink! – Ela revirou os olhos.
Emanuella riu.
- Você não me leva a sério.
- Não levo nem eu mesma a sério, quem dirá você.
- Deveria. – a menor fez cara de brava. – Eu falo sério sobre ele.
Paolla deu de ombros.
- Eric está diferente. – Ela suspirou. Sabia que Eric tinha sentimentos por Emanuella, mas o problema era fazê-lo assumir tais sentimentos.
- Aham, cada vez mais ridículo. – a outra falou, tranquilamente.
- Você também hein... Só dificulta.
- Sempre.
As duas se olharam e novamente Paolla soltou um suspiro cansado. Ao olhar pra trás viu Eric passar por elas, sério e andando em passos rápidos.
- Ele ouviu...
- To nem ai.
Eric parou, lançou um olhar gélido a Emanuella.
- Você deveria se sentir mais do que realizada por eu ter te dado a chance de ficar comigo. – Ele queria faze-la se sentir desprezada, mas Emanuella não era como as outras garotas que o rapaz já se envolvera.
- Pra mim tanto faz.
Os dois trocaram olhares que iam do desejo obscuro ao ódio. Eles se queriam, era óbvio, mas os dilemas (que eram muitos) os separavam. Isso acabava com Emanuella.
Paolla Santana
Na primeira aula eu me sentei ao lado do Eric, não que ele tenha pedido, mas me sinto no direito.
- Oi. – Eric em resposta forçou um sorriso.
- Esse é o tipo de situação que eu considero desnecessária. – Sorri, como se tivesse gostado de sua sinceridade – Sério. Eu sei o que você vai falar.
- Vocês são difíceis.
- Ela é, e bem mais do que eu. – Eric franziu o cenho.
- Ela tá apaixonada!
A cara de nojo dele não poderia ser mais engraçada.
- Que mané paixão, Paolla!
- Aceita logo!
- Dá um tempo, você fala umas coisas muito sem sentido. O que rolou na festa foi... – Ele não tinha encontrado uma resposta.
- Foi super diferente do que você já passou. - Completei.
- É, foi. Mas isso não muda os fatos.
- Fica com ela.
- Não.
- Porque não?
- Porque não Paolla. – Ele odeia se sentir pressionado.
- Quero uma resposta sincera, não o que sua razão teima em lhe pedir.
- Ah, por favor. – Eric estava se irritando.
- Você também tá apaixonado.
- Blá.
- Eric.
- Não to, você que fica ai tentando passar seu tempo sem Eduardo juntando eu e a louca lá.
- Tá.
- Tá mesmo.
- Irritante.
- Sou mesmo. – O babaca sorriu, metido. Voltei para o meu lugar.
4ª aula
- Sabe... – Cheguei à sala de Emanuella e fui até sua mesa, me sentando ao seu lado. Ela estava ouvindo música em seu celular. – Sinto falta de Eduardo.
- É... Eu imagino. – Ela tirou os fones e me olhou.
- Me sinto ainda mais só sem ele. – Drama meu, oi.
- Ele vai voltar logo, relaxa.
- É... A professora de teatro disse que talvez Eric seja seu substituto.
Vi Emanuella se contorcer na cadeira, ameaçando soltar uma pergunta, mas ela mordeu o lábio, se contendo.
- Hum, terá beijo então. – Ela murmurou. Eu não me contive.
- Ciúmes... Hum. – Emanuella revirou os olhos. – Se for é sem língua, relaxa.
- Rá, rá, rá, espirituosa como sempre... Vai fazer a formatura do 3º?
- Vou né.
- Não quer?
- Sei lá, me sinto velha.
- Você é! – Eu belisquei o braço dela. Que riu alto. – É brincadeira!!!
- Calada. – Me sentei no lugar de Eduardo pra dar espaço pros poucos alunos que ainda vinham pra escola entrarem na sala. Oficialmente nós alunos estávamos de férias, mas eu ainda vinha por causa do teatro, já Emanuella vinha pra não ficar se entediando em casa.
Começamos a conversar sobre o que eu faria após o ensino médio, pensei em responder: Vou pra Holanda fumar maconha loucamente (é brincadeira) Ou talvez passar um mês em Vegas com Eduardo (talvez minha economia suada dê pra eu ir... Estou mesmo iludida, que isso). A única resposta que consegui dar a ela sobre meu futuro foi...
- Vou estudar, estudar e continuar trabalhando.
- Ah, entendi. E o namoro? Vira casamento?
Apressada ela? Magina!!!
- Credo ow! Deixa eu fazer 27 e o Eduardo 24.
- 24 a idade da descoberta, hum.
- Emanuella, te cala. – Eu ri.
- Tá, tá.
Eric entrou na sala do 1º ano agarrando uma menina, eu não sei bem porque ele faz esse tipo de idiotice, talvez seja pra tentar se autoafirmar. Enfim, o foco do momento é a cara que Emanuella fez.
Eu soltei um “hum” pra ela que nem me deu atenção, ela olhava fixamente pra Eric.
Surpreendendo a mim, ao próprio Mendes e a garota que estava com ele, Emanuella se levantou, foi até onde eles estavam, afastou a menina de Eric e disse:
- Saia.
- Ta falando com quem fia? – Eric perguntou, confuso. Seu olhar cruzou o meu, ele esperava que eu tivesse a resposta, eu dei de ombros.
Emanuella fuzilou a garota com o olhar.
- Se você não sabe meu bem... Eric Mendes tem namorada.
E a cada palavra dita Emanuella dava um passo em direção a menina, que recuava, assustada.
- Como é? – Eric perguntou, pasmado. Ele quase engasgou com seu próprio ar. Hilário!!! – Com quem eu namoro?
O olhar fuzilante se transformou em um sorriso de deboche.
- Comigo... “Amorzinho”.
Olha, eu não sei bem explicar o que aconteceu, tudo bem que cada mínimo fato que acontece em minha vida é surpreendentemente inexplicável, mas ver Emanuella grudar Eric na parede superou tudo, até eu ter me apaixonado por um garoto mais novo.
Os dois se atracaram na carteira da sala, Emanuella estava tão empolgada em queimar o filme de Eric (sim, queimar. Isso foi tudo muito bem bolado. Garota esperta) que esqueceu (“esqueceu” aham) que a menina não estava mais ali há muito tempo. O pessoal da sala estava chocado, e os que passavam pela porta também.
Eu saí de fininho porque né...
Eric Mendes
PUTA QUE PARIU!!!!
Ela sempre me vence, sempre, não tem jeito.
Tentei empurrar Emanuella lentamente, mas ela se agarrou ainda mais pondo suas mãos dentro da minha camiseta, toda provocante.
Eu já estava sem ar, mas não queria que aquele momento acabasse.
Quando a sede por ar nos venceu nós nos afastamos, como se tivesse levado um choque.
- Estúpida. – Falei sem pensar. Ela arqueou a sobrancelha.
- Você... TÁ... APAIXONADO POR MIM! – Eu não entendi de primeira, meu cérebro estava meio lento por causa da agarração. Franzi o cenho. – SIM...
Eu estava sem forças pra rir.
- Tá apaixonado.
- Cala a boca Emanuella. – Eu a puxei novamente e a encaixei no meio das minhas pernas, eu sentado, ela em pé. Logo, nos beijamos novamente.
Paolla Santana
Na hora da saída Emanuella estava extremamente mal humorada.
- Me fala o que foi! – Pedi, me irritando com o estresse dela.
- Ficamos aquele tempo todo aos beijos. – Ela respondeu, com nojo. - Ele fala, eu revido, ele me toca, eu amoleço.
- Ele te provoca e vocês.. – Emanuella bateu na madeira da porta três vezes, entendendo meu sorriso de malícia.
- Você esta louca?
- É brincadeira, relaxa.
- Sério, eu to me irritando comigo mesma.
- Acontece... – Emanuella coçou a cabeça, irritada.
- Não devia, não devia mesmo.
- Para de tratar sua paixão por Eric como o fim do mundo!
- Meu Deus! – Ela berrou. – me diz que você não pôs as palavras PAIXÃO, SUA e ERIC na mesma frase.
De provocação, eu repeti a frase, ela tapou os ouvidos.
- Ok, parei. – Falei, após ela tirar as mãos dos ouvidos. – Tu se estressa a toa.
- Não é à toa. Parece que eu perdi o controle dos meus atos.
- Tsc, estar apaixo..
- Ah Paolla!! Cala a boca! – E antes que eu pudesse responder, ela saiu andando na frente.