[Original] The Simple Plan - Capítulo 40
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Sábado II - Deixa o amor entrar.
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Paolla Santana
– Bom dia meninas! – Cumprimentei, sorrindo. Emanuella me olhou por alguns minutos e então me abraçou apertado.
– Me desculpa, me desculpa! – Pedia ela, com a voz meio que desesperada. – Eu não devia ter omitido aquilo de você. – Eu a abracei também, não demorou muito pras duas estarmos chorando. Eu tinha perdoado minhas duas melhores amigas. Logo Melissa se uniu a nós e os soluços de choro aumentaram. Eu estava feliz, eu precisava delas mais do que nunca. Meia hora depois estávamos no meu quarto, fofocando horrores.
Eu contei a elas sobre Diego e nossas brigas. Emanuella disse que eu devia ser menos bocuda, Melissa achou fofo. Ela sempre acha fofo qualquer coisa que envolva pegação, romance e briga.
– Caralho! – Emanuella exclamou, pasma. – Que bom, é, eu fico feliz, afinal, ainda há motivos pra sorrir. – Eu a olhei, confusa. Ela estava feliz ou estava sendo irônica?
– Manu e Tiago terminaram. – Melissa respondeu, se ajeitando no sofá do meu quarto. Emanuella soltou um suspiro, eu tentei conter meu grito, mas fora em vão.
– POR QUÊ? ?
– Ele me traiu, eu bati nele, ele tentou pedir perdão, eu não aceitei, cabô.
Engraçado, ela conta como se tivesse sei lá, narrando uma tirinha em quadrinhos.
– Não, para não!!!
– Paolla, relaxa, tipo... De boa.
– De boa o caralho. – Eu não podia crer no que estava ouvindo. – Porque não me falaram?
– Porque você não estava a fim de nos ver?
Tomou, distraída?
– Mas... Mas... Isso é grave! – Porra, to me sentindo a pior pessoa da terra.
– Paolla, não é não.
– Claro que é! – Emanuella suspirou novamente. Ela estava se irritando, eu podia sentir isso. – Tá, Emanuella...
– Eu estou bem, estou respirando, meu coração continua batendo, não há motivos pra tanto desespero, não mesmo.
Ela engoliu o que parecia ser um soluço, Emanuella não era de chorar, não era do tipo “sensível”, mas ela precisava extrair a dor dela. Ao dar duas piscadas as primeiras de muitas lagrimas foram caindo. Melissa e eu a abraçamos, dando o maior apoio possível a ela, como sempre fora.
Eduardo Mendes
“Lembre-se que ela esta nervosa com você, mas ela continua sendo sua.” – Eu vim repetindo isso desde que sai de casa. Era uma maneira de me auto-afirmar.
Combinei de me encontrar com Paolla no shopping Tatuapé as 18h00. Era um bom horário, se você tivesse paciência pra lidar com um shopping lotado e crianças chorando.
“Cara, ela não vai aceitar o presente, puta que pariu!” - Me encostei a parede e respirei fundo, peguei meu celular e comecei a ouvir Nickelback enquanto esperava Paolla chegar. Desencostei-me da parte e fui olhar a grande avenida que dava de frente para o shopping. Eu realmente devo ter me distraído, pois não percebi a presença de Paolla ao meu lado.
Primeiro eu senti uma vontade enlouquecedora de abraça-la. Depois me lembrei de nossa última conversa e senti ódio.
– Olá.
– Oi. – Ela sorriu.
– Vou poupar a pergunta do “tudo bem?”, depois da nossa última conversa, acho que é dispensável, né?
Paolla suspirou enquanto me fitava.
– Eu não transei com o Diego. - Eu senti que havia sinceridade em suas palavras, isso me desarmou. – Só disse aquilo porque, sei lá... Eu queria te provocar, te irritar. Eu gosto quando te irrito.
– Tantas maneiras mais saudáveis de me irritar e você pega uma que quase me faz enfartar.
Nós rimos. Era bom estar rindo com ela.
– Diego está mudado, quer dizer, ele é um pouco safado, sem-vergonha, mas não como eu imaginei que estava. – Revirei os olhos. – Ele disse que sente inveja de ti.
– Por quê?
– Por causa do meu sentimento por você.
Aquela resposta tinha dissipado toda a minha raiva em relação à Paolla. Eu segurei sua mão. Ela sorriu de canto.
– To esperando o “feliz aniversário Paolla”.
Puxei-a para mim.
– Claro...
Minhas mãos foram para o pescoço dela, sua pele era macia, sedosa e quente, muito quente. Eu a beijei lentamente, aumentando a intensidade conforme nos aproximávamos. Eramos como imãs.
Entramos no shopping de mãos dadas. Era o começo de uma noite incrível.
Eric Mendes
– Vamos, vamos! Arrumem isso logo! – Eu ordenei ao povo que estava ajudando na festa da Paolla. Foi de brincadeirinha, poxa! Todos fizeram cara feia, e Emanuella veio em minha direção, furiosa. – Ih...
– Na próxima vez que você ficar nos acelerando eu vou dar na sua cara!
– Porque tanta brutalidade contra minha pessoa? Eu estava brincando ow!
– Babaca! – Ela me deu as costas, irritada. Eita garotinha difícil, qual é... Nem fiz nada.
– Mal amada. – Falei baixo, mas ela ouviu. – Eu não disse nada!!
– Tá com medo? – Emanuella parou.
– Eu? Porque teria?
– Pareceu nervoso, Eric.
Ela é louca...
– Não há motivo pra eu ficar nervoso.
– Se você diz... – Emanuella se afastou rapidamente, eu fiquei olhando ela ir para perto das amigas.
Eu combinei com meu irmão dele trazer Paolla às 23h00. A festa será na garagem de casa, nada muito grande, pois minha cunhada é muito pobrinha, não quer nada pomposo, é aquela tal da classe humilde. Eu chamei seus amigos, tipo, não que ela tenha amigos além de Johnny, Emanuella, Melissa, Tiago e Breno, mas eu chamei por que sou educado, até demais. Chamei Babi, a cruela não deu certeza que viria, mas acho que vem sim, ela esta louca pra me beijar. Todas estão.
Observei Emanuella terminar de ajeitar algumas coisas. Ela não estava bem desde que terminou seu namoro, isso é óbvio até pra mim que estou por fora dos assuntos. Bem... Ser corna não deve ser nada fácil, eu já fui corno e olha... É uma sensação estranha, você sente algo pesado na cabeça. Tiago foi burro, Emanuella é o tipo de garota que jamais deve ser trocada. E é vacilão, pois não sabe trair com classe.
Como acordei com vontade de praticar boas ações, vou conversar com Emanuella.
Me aproximei dela meio temeroso, nunca se sabe como ela pode reagir com minha beleza, né?
– Quer ajuda? – Perguntei, me sentando em cima da mesa onde estavam espalhadas algumas bexigas.
– Não.
– Olha, sei que me odeia E isso é recíproco, mas eu acordei com vontade de fazer boas ações, então fique feliz por eu estar falando com você.
– Agradeço tamanha bondade ou apenas bato palmas pra você? – Nossa... Mas como consegue ser tão irritante?
– Não precisa fazer nada disso. – Ela assentiu, rindo debochada.
– Eric, eu gostava quando você me ignorava.
– Pare de ser chata, Emanuella.
– Não consigo.
– Percebe-se.
– Me deixa.
Sorri. Era legal provoca-la.
– Shiu. Ow, você descobriu quem é a garota que o Tiago meteu gaia em tu?
– Como é sensível...
– Ah, foi mal. – Ela deu de ombros. – Fala...
– Não sei Eric, tenho evitado pensar nele.
– Não precisa... Eu sinto muito, Emanuella.
Ela me lançou um olhar triste antes de dizer bem baixinho.
– Não sinta, não faz bem a ninguém sentir.
Não sei porque, mas as palavras dela mexeram comigo de verdade.
Paolla Santana
Eu estava feliz por passar meu aniversario com Eduardo. Nós estávamos bem, sem brigas, discussões... Só sorrisos. Apesar de eu saber que isso não vai durar muito (tipo, convenhamos que muita felicidade pra um casal como nós é bem difícil), eu estava curtindo mesmo o momento.
– Hey, se eu te der um presente você promete aceitar? – Ele perguntou. Nós nos sentamos-nos à mesa próxima ao Mcdonalds na praça de alimentação.
– Depende. – Respondi, levemente assustada.
– É sério.
– Ah... – Dei de ombros. – Aceito...
– Certo. – Eu podia ver por sua expressão que ele estava realmente nervoso. Eduardo tirou do bolso uma caixinha preta de veludo. – Eu sei que passamos por momentos difíceis, que trocamos palavras ruins, que desejamos coisas ruins um ao outro, mas bem, nunca me disseram que seria fácil e acredito que nem a você... – Ele respirou fundo. É, ninguém me disse que era fácil, mas eu no fundo achava que ia ser moleza seduzir um garoto mais novo, acabou que eu que me ferrei, mas enfim... – Porra, to nervoso.
– Fala amor. – Incentivei, sorrindo.
– Você tem um monte de motivos pra não olhar na minha cara, e são motivos ótimos... Você tem toda a razão mesmo... Mas eu te peço uma ultima chance Paolla, porque sem você eu não consigo... Quer dizer, até consigo, mas eu não quero.
– Ai Eduardo. – Soltei um suspiro que saiu muito meloso. – Eu... – Eduardo era um babaca, talvez sempre fosse eu jamais percebi, mas era o MEU babaca, só meu. O que eu sempre moveria mundos e fundos. Meu Eduardo, só meu. - Amo você demais.
– Eu também... – Ele sussurrou. – Resumindo... Você aceita namorar comigo Paolla?
Eu fiquei 10 segundos com a boca aberta antes de puxar Eduardo e abraça-lo feito uma maluca. Seu toque, cheiro... Tudo naquele garoto me enlouquecia. Eu sempre seria loucamente apaixonada por ele, mesmo que isso valesse muitas lágrimas, brigas... Eu era dele. Eu sou dele.
Quando ele segurou meu rosto, dando uma risada meio histérica, mas totalmente feliz eu sabia que ele ia me dar mais um beijo daqueles, e bem, eu não hesitaria, nunca hesito, né.
– Eu aceito amor, aceito ser sua pra sempre. – Trêmulo, abriu a caixinha e tirou à aliança, eu estendi minha mão e ele pôs a aliança em meu dedo. era linda, linda demais e caraca, que emoção! Primeira vez que eu ganho uma aliança. Depois foi minha vez, coloquei a aliança nele, que respirou fundo, tadinho, tava tão nervoso. Quando estávamos perto de nos sentar novamente, uma senhora de idade gritou: VIVA AO AMOR, VIVA A FELICIDADE, VIVA!!!
Por um momento pensei que Eric tivesse contratado essa senhora, porque bem, isso é a cara dele, mas ao ver varias pessoas levantando e aplaudindo eu sorri timidamente. Eu ainda não era acostumada com esse tipo de coisa. Logo os aplausos se transformam em gritos de “beija, beija” e lá fomos eu Eduardo nos agarrarmos outra vez na praça de alimentação, pra total alegria do povão paulistano presente no shopping.