Clara - Dois Caminhos - IV

CAPITULO VI

DOIS CAMINHOS

- Prova chatinha hein? Sim mas, agora me fale quem é a garota? Eu sabia que você e o André também despertariam para vida, o ser humano precisa de alguém para poder viver – Disse Clara em tom explicativo.

- Me deixa adivinhar, você aprendeu isso naquele livro que o Ulisses te falou né?

- Ah, você já leu ele? Sabe Anderson, é um livro ótimo você deveria ler também, eu passei a refletir mais na vida... Ah já ia me esquecendo, e a garota? Quem é?

- Ah, você não conhece...

- Como assim não conheço? Já não bastava vocês não terem me falado do Jackson e da Carlinha e tem mais outra? – Clara nesse momento se alterou.

- Não, eu ainda não falei pra ela que gosto dela, aliás, ela nem olha pra mim e eu acho que... Ah não sei de nada... – Disse Anderson em tom lamentável.

- Deve ser ruim não ser notado, eu nunca tive problemas com isso, não consigo imaginar como se sente Anderson. Sabe, o Ulisses, eu acho que o Ulisses é um cara diferente, no inicio eu não fui muito com a cara dele, mas ele me ajudou tanto, ele me dá tantos conselhos sobre a vida e como viver, eu não sei não Anderson, mas eu acho que to gostando dele... – Nesse momento, Clara olhou para o céu, sorriu e ofegou.

- Clara é tão difícil entender? Aquele livro parece que faz é fechar os seus olhos para ver o quanto que eu... Ah, deixa pra lá.

Ao terminar de falar Anderson saiu da frente de Clara e fui rumo à saída sem ao menos se despedir da menina. Clara não conseguiu dizer nada, ficou imóvel, tentando entender o que se passara ali em sua frente. Dali, Clara foi direto para a casa pensando nas poucas palavras que Anderson dissera, Anderson por sua vez ficou reflexivo nas palavras que disse para a Clara, achando ter sido muito grosso.

Já era umas cinco da tarde e Clara estava sentada na sua cama olhando pela a janela a chuva forte que caia próximo as siderúrgicas, com o olhar desfocado ficava se lembrando do tom que Anderson usara para falar com ela e pensava continuamente consigo, “O que é que não consigo entender? O que ele quis dizer com o livro?”. Por mais que Clara tentasse parar de pensar não conseguia e em meio aos seus pensamentos começou a achar que ela poderia ter sido o motivo de Anderson ter mudado em relação a ela.

Na secretaria da escola havia muito trabalho, já eram seis horas da tarde e Ulisses tinha uma resma de papel gigantesca em sua mesa para organizar. Estava nervoso, eufórico, alegre, pois, teria planejado naquela noite pedir Clara em namoro, havia um buquê de flores meio murcho dentro de seu carro esperando por Clara, apesar de Ulisses ser mais velho e ter mais experiência não evitou a sua ânsia e desajeito ao se direcionar a Clara, afinal, ela era tudo que ele sempre sonhou, a menina que ele esperou crescer para poder começar investir em seu projeto romântico, projeto esse que durou tantos anos, exigiu tanta paciência, mas, lá estava o homem ali, concluindo seus afazeres e tomando rumo a casa de Clara, não quis ao menos ir em casa para tomar um banho porque achou que perderia muito tempo, e não queria chegar muito tarde a casa dela.

Clara levou um susto ao vê seu celular vibrando.

- Oi... Ah e ai André, beleza?... Pois é, essa chuva atrapalhou tudo... – nesse momento, Clara levou um susto como se tivesse recebido uma noticia de alguém que morreu mas, na verdade foi o comentário de André sobre o lago Rare que deveria estar sujo e cheio de mais

- Ah não André, vai ser quem nem ano passado, o inverno sem o Rare... Eu não tava a fim de estudar mesmo, você estuda ai que eu estudo aqui... Tchau.

Quando Clara desligou o celular deitou e imediatamente dormiu, sem nem ao menos descer para jantar. Ulisses se atrasou mais do que esperava e chegou à casa de Clara por volta das sete e meia.

- Oh meu filho saia dessa chuva, vamos entre! – Disse dona Clarice recebendo Ulisses.

- Dona Clarice, eu queria falar com a Clara, por favor.

- Sim, claro. Vou chamá-la.

Dona Clarice subiu as escadas e empurrou a porta entreaberta do quarto de Clara e notou que a menina estava dormindo profundamente, resolveu não incomodar e desceu para explicar a Ulisses.

- Tudo bem dona Clarice, eu venho outra hora – Disse Ulisses desapontado.

Foi uma segunda feira chuvosa e os dias subsequentes não foram diferentes, semanas de provas, muito estudo e pouca coisa pra se contar, Ulisses estava trabalhando muito e não pode falar com Clara durante a semana. Na hora livre que antecedia cada prova, Anderson ficava no fundo da sala estudando sozinho, sem nem ao menos dá atenção para seu amigo André, que uma volta e meia aparecia para perguntar alguma coisa. Clara só chegava atrasada, faltando cinco minutos para a prova começar e isso dificultava o contato, quando terminavam as provas, todo mundo ia direto para suas casas, duas ou três vezes André esperou por Anderson e esse se reguardava em seus comentários sobre Clara. Ulisses não perdia a chance, por mais que estivesse trabalhando muito, ligava constantemente para Clara perguntando para ela como estava, se estava indo bem nas provas e etc. Na sexta feira daquela semana Ulisses finalmente falou com Clara pessoalmente antes da prova começar.

- Eu estava pensando se agente... Digo, se você queria me levar no Lago Rare amanhã, para eu visitar, eu já comprei todo equipamento de segurança, kits de primeiros socorros, uma cesta de piquenique, uma barraca... – Disse Ulisses extremamente nervoso.

- Pra que tudo isso Ulisses? Quando eu vou para o Rare eu não levo absolutamente nada, o máximo que já me aconteceu foi quando eu estava subindo a colina, daí eu escorreguei, mas nem cheguei a cai porque o... Então, sem falar que está chovendo, e os meninos devem estar estudando muito, eu também deveria estudar.

- Clara eu tenho trabalhado tanto... Um ar fresco, ver um lago em minha frente acho que iria me ajudar bastante, por favor! Eu prometo estudar com você quando voltarmos de lá

- Tudo bem, eu te espero amanhã – Disse Clara sorrindo do entusiasmo de Ulisses pelo o lago. Ulisses absorveu o sorriso de Clara com uma seriedade profunda, aproximou-se dela e respirou profundamente, sorriu e disse “Até amanhã”.

Clara saiu da escola com um sorriso largamente estampado em seu rosto pensando consigo: “Ele ia me beijar, ele ia me beijar...”. Pegou o celular e ligou para Carlinha.

- Carlinha você disse que eu poderia ligar caso precisasse conversar sobre qualquer coisa, então me fale, quando nós podemos conversar? Pode ser ainda hoje, agora à tarde? – Indagou Clara impacientemente.

- Calma Clara, eu estou aqui – respondeu Carlinha ao celular – Às três horas eu passo ai na sua casa, tá?... Beijo, tchau!

Ainda na sala fazendo provas estavam Anderson e André, quando Anderson vai saindo da sala, alguém empurra um papel no bolso de sua calça, Anderson para e mete a mão no bolso.

- Anderson, se já terminou se retire da sala – Disse professora Aline.

Anderson sai da sala tira o papel do bolso e lê a seguinte mensagem:

“Oi Anderson, tudo bom? Espero que sim. Percebi que você anda distanciado da Clara, vocês não estão se dando bem não é? Eu esperei desde o primeiro ano que isso acontecesse, eu sempre te vi diferente, mas, você sempre esteve ao lado dela e eu nunca quis atrapalhar, não que queira ver você triste, mas, é que eu esperei todo esse tempo, quando surgem as oportunidades devemos agarrá-las. Pedi que a Laura empurrasse esse recado no seu bolso, pois não teria coragem de dizer isso pessoalmente. Caso queira saber quem eu sou, estarei te esperando as dez horas na Lanchonete da Dona Cissa, Beijos.”

Anderson entendeu de cara o recado, olhou para o relógio do celular e viu que faltavam quinze minutos para as dez horas, sentou no banquinho da escola e resolveu esperar por André, queria conversar a respeito. Os quinze minutos passaram voando e nada de André sair da sala, quem passou por ali foi Ulisses que apenas encarou Anderson seriamente, causando em Anderson raiva. Esse sentimento fez Anderson se levantar, sair da escola e ir direto para lanchonete. No percurso até a lanchonete Anderson estava meio nervoso, nunca havia recebido um recado daquele tipo, dobrou a esquina e finalmente chegou, havia apenas uma garota sentada, de cabelos pretos, olhos pretos e tomando um suco, Anderson reconheceu logo, era Denise do segundo ano, muito popular na escola, simplesmente linda.

Com o Coração disparado, engoliu seco e continuou andando, chegando junto a mesa disse:

- Oi, bom dia – Disse Anderson se sentando na cadeira a frente de Denise.

- Dona Cissa, põe na conta! – Disse Denise em voz alta, se levantando e indo embora. E lá ficou Anderson sem entender nada, Anderson ficou apenas olhando para o porta-guardanapo da mesa.

- Dona Cissa, um suco de limão com gelo – Disse Anderson olhando para as unhas.

- Oi Anderson, me desculpe a demora, a prova foi mais difícil do que eu pensei – Disse uma voz feminina, Anderson virou de costas para ver quem era e disse baixinho:

- Vanessa...

- Quer dizer então que você já pediu um suco? Esse eu faço questão de pagar, se não se importar...

- Eu não estou acreditando. Vanessa da sala dois... Tudo aquilo... O bilhete...

- Olha Anderson, eu sei que é tudo loucura, mas estamos no terceiro ano, já é final de ano, eu não poderia esperar mais e nem perder essa oportunidade logo agora depois que você e a Clara terminaram.

- Mas eu nunca namorei a Clara, sempre fomos muito amigos.

- Mas não é isso que todo mundo via quando vocês dois estavam juntos – Disse Vanessa e Anderson ficou calado.

- Eu sei que você gosta dela, mas eu tenho certeza que eu gosto muito mais de você e é por isso que to fazendo essa loucura toda, pode me chamar de desesperada ou do que quiser, mas eu precisava fazer isso.

- Eu acho que eu sei como você se sente Vanessa.

- A moça vai querer beber alguma coisa? – Disse um atendente da lanchonete.

- Sim, um suco de uva, por favor – Respondeu Vanessa – Olha Anderson, independente do que você tenha a me dizer, eu já estou muito feliz em poder estar aqui, conversando contigo pela a primeira vez – Disse Vanessa, e Anderson olhava para o seu suco de limão.

- Eu sei que mulheres não devem fazer isso, isso ficou foi para homens fazer, mas se eu não fizesse isso, você jamais iria me notar – Disse Vanessa em voz baixa e segurou nas mãos de Anderson, que por sua vez tomou um susto, palpitou-lhe o coração e lhe encurtou a respiração, pelo o toque das mãos de Vanessa, Anderson percebeu que tudo o que ela lhe falava era verdade, aquele toque era diferente de tudo que ele já havia sentido, falava mais do que as próprias palavras de Vanessa, as mãos frias e a firmeza que ela segurava as mãos era de como quem tivesse pedindo ajuda ou muito mais do que isso.

Nesse momento surgiu um misto de pensamentos em Anderson, quando ele levantou os olhos viu que olhos de Vanessa brilhavam e observou cada detalhe, o uniforme limpo, os cabelos cacheados, os olhos castanhos claros, o cheiro de tuttifruti que ela tinha e naturalmente os grandes e fartos seios de Vanessa. Anderson não estava acreditando que aquele mulherão estava ali na sua frente se declarando e dizendo coisas que caberia em qualquer cena romântica de cinema.

- Anderson me fala alguma coisa, não fica calado, isso é pior pra mim.

- Você quer namorar comigo? É isso?

- Não sei, o que eu queria era te dizer tudo isso, te dizer o quanto eu sonhei estar nos teus braços. Anderson! Não me faça ficar desse jeito, você quer me ver humilhada mais do que isso?

- Se me esperou todos esses anos é porque me conhecia e deveria saber que sou assim – Disse Anderson em voz rouca e Vanessa sorriu.

- Sim eu sei, mas é que... – Nesse momento Anderson pegou nas mãos de Vanessa, se levantou e disse:

- Vanessa, vem comigo, não posso mais ver você em seu lugar de mulher agir dessa forma por causa de um cara como eu.

- O que você vai fazer? Ta me levando pra onde?

- Aqui perto, vem – Disse Anderson.

Deram uns vinte passos e pararam ao lado de carro que estava estacionado em baixo de uma arvore enorme, Anderson não soltou a mão de Vanessa em momento algum, com a respiração ofegante de Anderson e os passos rápidos que a garota foi entender o que Anderson estava pensando, seu corpo respondeu ao dele e ficou de costas para a porta de um carro que estava estacionado abaixo de um coqueiro. Anderson sem nada a esperar pegou no pescoço dela com as duas mãos e a beijou rigorosamente como alguém que está com sede e bebe um copo d’água. Vanessa sentiu as mãos calejadas e rígidas, a boca quente e se deixou perder completamente nos braços de Anderson se sujeitando livre a qualquer movimento que ele fazia. Em momento algum Anderson tirava a boca da boca da garota. Em um determinado momento ele desceu as mãos até a cintura e puxou o corpo dela para ele, com essa atitude ela o empurrou e disse:

- Não era isso que eu queria, não foi isso que eu sonhei pra nós dois! – Disse Vanessa indignada.

- Me desculpe Vanessa, você é tão linda e eu perdi o controle – Falou Anderson e Vanessa começou a chorar.

- Você é igual a todos os outros homens – Vanessa virou as costas e começou a correr. Anderson saiu correndo atrás, alcançou, pegou pelo o braço dela e disse:

- Você esperava que eu fosse amar você assim de cara? Sempre soube que é da Clara que eu gosto, se tomou toda essa coragem para vir falar comigo, deveria esperar esse tipo de reação.

- Eu já imaginava isso.

- Me desculpe Vanessa, eu não queria que tivesse acontecido dessa forma.

- Eu sou uma idiota mesmo em pensar diferente de você, você é homem e nunca devemos tratar homens desse jeito.

- Não é bem assim Vanessa, você é uma garota linda, educada, eu me apaixonaria por você de verdade!

- Você ainda é apaixonado pela a Clara Anderson, me desculpe ter te atrapalhado, não se preocupe comigo, Tchau.

- Vanessa...

- Tchau Anderson.

Anderson volta a lanchonete para pagar a conta e fica pensando no erro que cometeu em ter tratado Vanessa daquela forma, enquanto pensava e pensava foi saindo da lanchonete lentamente e seu celular tocou:

- Fala ai André... Tô aqui perto da escola... Beleza, claro... Falou.

Passando-se alguns minutos, Anderson chega ao portão da escola e fala com André.

- E ai, o que achou da prova? – Perguntou Anderson.

- Nunca chutei tanto em minha vida, mas eu não me preocupo, eu já tenho nota suficiente para passar, eu nem precisava ter feito essa prova, mas vamos esquecer a escola, vamos combinar com o pessoal para irmos para o Rare amanhã? Hoje não choveu pode ser que ele esteja bom.

- Não sei, vamos voltar aqui na escola hoje à tarde, se eu tiver passado em tudo eu vou, se não, vou ter que ficar em casa estudando pra recuperação.

- Ah qual é, esse ano foi o ano mais fácil de todos.

- A Clara já saiu da sala?

- Sim, logo depois que você.

- Vamos chamar ela?

- Obvio.

Anderson não gostou muito da ideia, ele gostava dela, mas não estava gostando do clima entre os dois. André ligou para Clara perguntando se ela estaria disponível no sábado pela manhã, Clara respondeu que tinha muita coisa para fazer, a ida dos rapazes ao lago teria a companhia apenas de Carlinha e Jackson. Estando já em casa, Anderson recebe uma mensagem de Clara em seu celular que dizia:

“eu vi td e foi lindo stou torcnd por vcs 2 ela e um ótima garota, bjo”

Como se não bastasse o envolvimento rápido, frustrante e fracassado com Vanessa, Anderson teria agora que aceitar o fato de Clara dar forças para ele por algo que nem foi para frente.

Clara ficou felicíssima em saber que Anderson estava com alguém e resolveu pensar em si mesma e se abrir mais para Ulisses.

As cinco da tarde André e Anderson foram a escola para ver os resultados finais, André não ficara de recuperação em nenhuma mas, Anderson ficou em inglês.

- Se você tivesse prestado atenção na aula de revisão teria se dado bem – Disse André.

- Engraçado que só eu e a Clara ficamos. Ninguém merece! – resmungou Anderson.

Por sorte, o sábado de manhã estava sendo iluminado pelo o sol em destaque no céu com poucas nuvens, oito horas em ponto Ulisses já estava na casa de Clara esperando ela se arrumar para irem rumo ao Rare. No caminho ao lago, Clara se sentiu medrosa e nervosa, de todas as vezes que foi ao lago teria sido acompanhada de André e Anderson e naquele momento ela estaria guiando Ulisses que não tinha nenhum costume com pedras, barrancos e etc. Ulisses sabia que aquela situação era constrangedora e tentou ao máximo não ter que precisar de Clara.

Depois de muito esforço, chegaram os dois a beira do Lago e notaram uma coisa terrivelmente deprimente. O lago estava sujo, cheio de folhas e com o nível muito acima do normal.

- Ah, eu devia ter imaginado, depois de tanta chuva o Rare deveria ter ficado assim – Disse Clara.

- Não tem problema, pior seria se estivesse chovendo.

- Não tem graça vir até aqui e não tomar banho.

- Eu já disse que não tem problema, o mais importante para mim não era estar aqui, era poder estar a sós contigo, o mais importante é o que eu tenho para te dizer.

- E o que você tem de importante para me falar aqui?

Ao responder Clara, Ulisses caminhava de um lado para o outro embromando o máximo que podia para enfim parar, olhar nos olhos de Clara e dizer:

- Eu sempre fui apaixonado por você Clara, desde quando eu fazia o Ensino Médio, eu te observava, você liderava quando estava no meio do Anderson e André, e isso me fascinava, você continua com o mesmo rostinho, a única coisa que mudou foi porque você cresceu, e eu esperei todo esse tempo por esse momento, para te dizer o que eu sinto por ti, te dizer o que eu posso te dar, como te fazer feliz, como te amar, como eu viverei para você se você responder sim a o que eu tenho a te pedir.

- Ulisses eu não esperava...

- Clara, você quer namorar comigo? Eu me aproximei de você e deixei que você me conhecesse mais para poder responder essa pergunta sem prazo, porque eu não conseguiria esperar uma noite por essa resposta. Clara, me diga, você quer ser minha namorada?

- Ah Ulisses, eu não esperava que fosse ser desse jeito, assim de repente, quer dizer, eu imaginei que você fosse me fazer esse pedido hoje mas, não assim agora, não faz nem três minutos que chegamos.

- Eu não pude esperar Clara – Nesse momento Ulisses se aproximou de Clara – Eu já esperei de mais Clara, eu te amo – beijou-a tensamente devagar.

Clara respondeu o beijo de Ulisses com as mãos retas para baixo, olhos abertos e boca rígida sem entender o que estava acontecendo ali. Logo após o primeiro beijo de Clara, Ulisses olhou-a diretamente nos olhos e disse que estava muito feliz de estar ali com ela, abraçou a moça com carinho e um aperto diferente dos abraços amistosos onde Clara se sentiu invadida, mas por delicadeza respondeu o abraço. As mãos de Clara suavam, o coração batia acelerado e não conseguia dizer uma única palavra, logo após dois minutos a menina se sentou no chão e começou a olhar para o lago.

- O que foi Clara? Não está se sentindo bem? – perguntou Ulisses

- Eu to bem Ulisses.

- Eu fiz ou falei algo de errado?

- Não – sorriu Clara – Você não fez nada de errado.

- E porque essa cara?

- É que eu acho que eu não estou preparada pra isso.

Enquanto Clara tentava explicar algo para Ulisses coisa que nem ela mesma conseguia entender, André e o resto da turma estavam escorregando por um caminho cheio de lama e apenas alguns metros da margem do lago.

- Não somos os únicos aqui pessoal – Disse Jackson.

- Mas a Clara me disse que ela tinha uns compromissos para hoje, o que ela ta fazendo aqui, e ainda mais com Ulisses? – Disse André.

- Se eu tivesse marcado algo com o Jackson antes de vocês marcarem comigo aqui, eu teria dito a mesma coisa – falou Carlinha

- E agora o que agente faz? Voltamos? – Perguntou Jackson.

- Vocês decidem mas, eu não quero ficar no mesmo lugar que esse tal de Ulisses estar – Disse André.

- Choveu praticamente a semana toda, o Rare deve tá um lixo – Comentou Jackson.

- Mas e ai pessoal, vamos ficar aqui esperando? – perguntou Carlinha.

Laercio Miranda
Enviado por Laercio Miranda em 10/05/2011
Código do texto: T2962180
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