Um amor maior que a vida (Cap. 3)
O pior de todos os momentos
-Mamãe, disse Thiago entrando no quarto, papai e eu vamos sair para buscar uma coisa, não vou demorar a voltar.
-Tudo bem, meu filho, mas me dê um abraço antes.
Os dois se abraçaram mais forte que nunca, Beatriz deu um beijo no filho e com as lágrimas escorrendo viu seu maior tesouro partir.
-Eu te amo, muito, quero te ver sempre feliz. Voltou, deu mais um beijo em sua mãe saiu ao encontro do pai.
-Vamos rapaz, vamos buscar as flores preferidas da mamãe, ela ficou chateada com o que você disse mais cedo.
-Mas papai, eu só não quero que ela sofra quando...
-Pare, ordenou César sem deixar o filho concluir.
-Tudo bem, papai, eu também amo você.
-Eu também, você é meu orgulho, sabe disso, não sabe?
Thiago apenas sorriu, segurou a mão do pai e os dois entraram no carro.
-Hoje irei sem o cinto.
-Desde quando você decide ir sem o cinto, mocinho?
-Desde hoje, vamos, só andaremos alguns quarteirões papai, você sabe que não há perigo.
-Está bem, mas só hoje.
Beatriz observava da Janela, com vontade de gritar para que os dois não saíssem de perto dela, o nó em sua garganta estava cada vez mais apertado, entretanto ela reprimia qualquer sensação que não gostasse tanto como as verdades que nunca quisera admitir. Virou-se, pegou o lindo vestido branco com detalhes azuis que comprara na última viagem á Grécia.
-Santorini, murmurou, quero levar Thiago para conhecer o mar Egeu nas férias.
Mas antes que ela terminasse de se trocar um barulho ensurdecedor, seguido por um cheiro de fumaça rouba sua atenção, seu coração dá um pulo, não pelo susto, mas pela confirmação de suas suspeitas, chegando na janela vê uma fumaça preta saindo do carro de seu marido.
-THIAGO, NÃO!
Desesperada ela desce a escadas, tropeçando no último degrau, com o braço sangrando e muita dor no tornozelo consegue chegar ao local da explosão onde vê seu filho no colo de um dos vizinhos.
-Filho, filho, filho, você está me escutando? Filho, responda, querido, por favor.
Mas não havia mais o que se fazer, incrédula ela arrancou a criança dos braços de Caderousse, um vizinho francês que vivia no país há 40 anos e ainda falava com o mesmo sotaque de quando chegara.
-Bia, venha, eu levo vocês ao hospital. Disse Laura.
-Laura, ele está desacordado, está desmaiado, não é?!
-Não sei, sou advogada, não médica. De qualquer forma, venha. Ajudou a amiga a se levantar e levou-os ao hospital mais próximo. Após desligar o celular Laura tenta avisar:
-Os bombeiros foram chamados, socorreram César, ele está indo para o mesmo hospital que nós, seu estado é gravíssimo. Mas Beatriz não escutava, tudo o que fazia era tentar acordar o filho.
-Bia, disse Laura, não mexa tanto assim, ele sofreu uma batida grave, isso pode fazer mal.
-Pensei que você não fosse médica.
[Continua]