Sonho Forçado!!!(parte 5)

RESSACA MORAL(ALICE)

Por que isso tava acontecendo comigo?Ele não era o oposto dos caras que fazem meu tipo?Pra completar,meu pai tinha várias fotos com ele e vários jornais espalhados pela casa com notícias cobre ele:”O FUTURO DO RIO DE JANEIRO!”

Eu já não falei que odeio falar de futuro?Eu sou mulher de viver o presente,e Vitório Fontenele não deve fazer parte do meu presente.Então por que eu ainda lembro dele?Continuamente,aliás?

Meus devaneios iam aumentando,quando alguém bateu à porta do quarto.

__Posso entrar?-disse o Vinícius,mentendo a cabeça pela porta.

__E precisa perguntar,Vini?-eu disse sorrindo.

Ele retribuiu o sorriso e veio sentar-se ao meu lado.

__O dia amanhã vai ser bem longo,você devia ta descansando,Alice...

Eu suspirei alto e deitei minha cabeça no travesseiro.

__Vini,o que você achou do Vitório Fontenele?

Eu sabia que o Vinícius não ia começar com toda aquela baboseira:”você ta gostando dele e tal???”

__Bom,ahn...-ele começou.-Eu sei que deve ter julgado ele pelo terno e gravata,mas ele é diferente...

__Diferente?Diferente como?

__Eu li numa revista que ele já fugiu de casa.

Eu confesso que fiquei bem suspresa.

__Por que?Ele não tem uma vida perfeita?

__Ele odeia a vida que tem,Alice...-disse o Vini sorrindo.-Ele quer ser músico e o prefeito quer que ele seja político.Isso causou o maior escândalo no começo do mês,quando a gente tava na Austrália.

__Então ele não é um playboyzinho ridículo?

__Ele passa longe disso,querida!

Eu sorri,aliviada.Então ele era um rebelde,tinha fugido de casa como eu.Nada mal pro filho do prefeito.

Naquela noite,eu resolvi não ligar pra minha mãe.Ela ia começar com idiotices emotivas,me mandando voltar pra casa imediatamente e isso eu não ia fazer.Eu queria manter minha volta em sigilo,mas eu sabia que isso era impossível,já que o juíz devia me mandar pra um reformatório ou coisa do tipo.Não mais pela morte do Áustin,mas pela minha fuga pra Austrália.Naquele momento,eu só esperava que uma possível temporada de “rehab” não incluísse o Vini.

Na manhã do dia seguinte,bem cedo,eu peguei o celular e disquei o número da minha mãe.Eu sei que você não vai querer ouvir a primeira parte da nossa conversa e nem eu quero mostrar ela me dando bronca,então eu te mostro o fimzinho.

“Eu não vou deixar que te coloquem na cadeia,filha.Mas o reformatório é inevitável.”

Inevitável?Inevitável era meu acesso de cólera diante da calma dela ao me ver sendo mandada pra um lugar onde eu ficaria presa.

“Alice?Você ainda está aí,filha?”

“Eu tô aqui,mãe...”

“Então,filhinha,volta pra casa.”

“Você vai se separar daquele velho nojento?”

Do outro lado da linha,ela hesitou por alguns segundos.

“Alice,eu já te expliquei tudo,eu não vou me separar do Leon!”

Eu assenti,indignada.

“Então pode esquecer que tem uma filha!”

Eu desliguei na cara dela.Eu sabia que ela ia tentar retornar,então eu desliguei o celular e o joguei em cima do criado mudo.

Eu deitei por sobre a cama e o rosto de Vitório Fontenele veio à minha cabeça de novo,de novo.Eu tinha sido tão rudo e marrenta.eu devia ter dito pelo menos um “oi”,mas eu fiquei paralisada demais,achando que ele era um mauricinho sem graça;acabou que ele era como eu,só tentando fugir da vida que levava.

Então eu concluí que se tinha uma pessoa que me entendia nesse mundo era Vitório Fontenele.E eu precisava vê-lo,e logo...

Egila
Enviado por Egila em 09/05/2011
Código do texto: T2958508
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