[Original] The Simple Plan - Capítulo 37

Capítulo 37 - O projeto de atriz

Segunda-feira

Ir pra escola com Diego significava ver Eduardo. Não que isso fosse uma coisa do tipo: Oh, que coisa diferente. Quer dizer, é diferente, pois estarei indo com Diego, mas o restante continua a mesma coisa.

Eu e Diego saímos debaixo de um frio de lascar. Eu odeio estudar de manhã.

– Porra, aqui ta parecendo o Rio Grande do Sul, bah.

– É, frio pra caralho.

Estávamos andando a uma distancia considerável. A rua estava deserta, porque é claro que em dia de frio muitos faltavam, hello, ir pra escola já é tenso, ir pra escola no frio é maldade e das grandes. Diego me puxou pela cintura e nós fomos abraçadinhos até a escola.

Quando chegamos próxima a área escolar todos me olharam surpresos e os comentários não foram nada discretos... E observação: Todos eram sobre Diego.

É... Assim eu me obrigo a concluir que sou muito sem graça, e quando digo muito, é muito mesmo, tipo, super.

Paramos na calçada em frente ao portão principal. E um pouco mais a frente Eduardo, Manu e os outros estavam perto de uma árvore esquisitinha que em dias de sol dá sombra pro banquinho que fica ali.

Não me atrevi a olhá-los, mas podia sentir que eles faziam isso,.

– Se tu quiser eu vou embora. – Diego disse. Ele com certeza percebeu que Eduardo me olhava.

– Fique. – Pedi.

Eu os olhei por canto de olho e vi que todos estavam de boca aberta. Eric parecia estar bufando de raiva (às vezes eu tenho a impressão que ele tem ciúmes de mim) Eduardo estava mordendo o lábio e contendo um sorriso duro, forçado. Foi então que pra botar mais lenha na fogueira eu beijei, beijei mesmo sabe...? Aquele beijo com direito a chupada no pescoço e tudo. Qual é?! Se é pra fazer o show que o façamos direito.

Quando nos soltamos, ele soltou o ar e sorriu.

– Bah, é por isso que eu gosto das paulistas.

Quando eu me afastei, me senti uma diva desfilando pela escola. A maioria dos alunos (pelo menos os que me conheciam de vista) me olhavam pasmados, entrei pelo portão do refeitório e me encaminhei a minha sala.

“Ta ficando gostosa ela, né? – Ouvi uns garotos comentarem, aqueles que andavam com Eric a muuuuuuuuuuito tempo atrás.

Ai, ai, tem dias que vir pra escola é o melhor remédio.

Terça

Terça começara de uma maneira comum, aquele mesmo esquema de sempre: acordar, comer, me arrumar e vir pra escola agarrada com Diego. Essa última parte estava me deixando mal acostumada, admito.

Pulando pra parte do meu dia que realmente foi emocionante: Eduardo finalmente deixou sua mascara cair. O que significava que era o fim do meu relacionamento com ele e dessa vez não teria volta, não teria perdão, seria o fim, o fim mesmo.

E eu teria que saber lidar com isso da melhor maneira o possível.

– Sim, eu adorei o filme! Nossa, foi ótimo, tipo, MA-RA-VI-LHO-SO! – Eu não me virei pra ver Eduardo encenar seu showzinho. Continuei guardando meus materiais. – Eu to falando contigo.

– Eduardo... – Me virei com o sorriso mais falso e ao vê-lo eu tive a impressão de que ele não estava com nenhuma paciência pra piadinhas. – Eu posso explicar.

– Não. quero.ouvir.nada.

– Mas... Mas.. – Fingimento, fingimento. Globo, me aguarde! – Eduardo...

– CHEGA PAOLLA! Aonde você acha que vai chegar com isso?

– Eu cheguei exatamente onde eu queria chegar. – Cruzei os braços e sorri, vitoriosa.

– Tá! qual é seu veredicto final?

Eu o fitei surpresa. Eduardo sempre me subestimou, mas dessa vez sabia o que eu tinha descoberto.

– Tem certeza que não sabe? – Ele quis se aproximar, mas eu não deixei.

– Paolla, eu não transei com a Carolina. – Sem querer eu acabei me lembrando do dia em que encontrei Eduardo na cama com a vadia.

– Claro, e eu tenho cara de otária.

– Paolla, é sério! Eu tenho a séria desconfiança de que ela me bateu, depois tirou minha roupa, e me jogou na cama.. Não, pera.... – Ele arregalou os olhos. – É isso, eu estava bêbado, ela se aproveitou...

– Ohhhhhhhhh, claro! Ai você acordou pra realidade? – Debochei.

– Eu não estou brincando garota.

– Não importa. Quer saber? Que tenha transado com ela mesmo, vocês se merecem. – Eu tinha uma esquisita mania de falar gesticulando muito, e enquanto eu falava com Eduardo mexia as mãos, e numa dessas ele agarrou meu pulso e me puxou. – ME SOLTA.

– Eu não vou deixar você sair da minha vida de novo!

– Ah não vai? Então porque mentiu?

– Você acreditaria em mim? Não.

– O QUE VOCÊ PENSARIA SE ME VISSE NA CAMA COM SEU IRMÃO? – Não sei bem porque coloquei o Eric nisso... Ah, sei, o Eduardo ainda tem ciúmes dele.

– Porque você citou meu irmão? – Ele franziu o cenho, seu rosto estava vermelho. E não era de vergonha. Era de raiva.

– Me deu vontade.

– Te deu vontade ou você também esta de olho nele? Quantos você quer na sua vida? Eu não sou suficiente?

Preciso dizer mesmo que virei minha mão no rosto dele?

– Você meça suas palavras ao falar comigo. – Tirei a mão dele do meu pulso e lhe dei as costas. Eu já estava próxima a carteira de uma garota que não ia muito com a minha cara quando Eduardo me puxou e me beijou. Foi meio dolorido pela força com que ele me pegou, mas depois eu meio que “relaxei” e me arrependi, pois eu estava sendo fraca novamente.

– Eduardo você... – Ao ouvir a voz de Eric eu empurrei Eduardo com tudo. A mão dele estava levantando minha mão blusa lentamente. Eu estava descabelada, vermelha e arrepiada e com os lábios inchados (que belo conjunto pra uma garota que esta tentando se livrar do “amor” de sua vida). – Opa...

– Eric! – Eu exclamei, dando um sorriso falso. – Que belo momento pra se juntar os irmãos Mendes! Vamos Eric, não se acanhe.

Eric franziu o cenho.

– Eu já contei pra ela. – Explicou Eduardo.

– Paolla... – O babaca-mor murmurou com a voz séria. – Entenda que...

E eu? Bem, eu o interrompi.

– Poupe de explicações Eric! Afinal, pra que se explicar pra mim? É melhor mentir não? E olha... Você é bom nisso, tão bom que esta até dando aulas ao seu irmão. – Fitei Eduardo. – Pena que ele não aprendeu mentir.

– Para, você esta sendo ridícula. – Eric falou, e no mesmo instante eu fui até ele, parando bem próxima. Ele olhou diretamente em meus olhos. – Controle-se.

– Não estou descontrolada, mas ouse continuar falando que estou pra ver se não jogo essa carteira – Apontei pra carteira próxima a nós. – bem na suas costas.

– Agressividade não vai adiantar. – Argumentou o grande filho da puta.

– E mentir adiantou?

A sala ficou em um pleno silêncio. Eu não deixei a peteca cair.

– Bom, creio que quem cala consente...

– Você tem a personalidade mais irritante que eu já conheci em uma garota, e olha, eu já conheci muitas. – Eric disse, como se alguém tivesse pedido a opinião dele sobre minha personalidade.

– Cala a tua boca, Eric!

– Só me responda uma coisa. – Eduardo disse, eu automaticamente me virei para ele. – Você esta ficando mesmo com aquele magricela?

Eu dei um sorriso tão aberto que até me assustei.

– Sim, estou, mas isso não é da sua conta.

Nós nos fuzilamos com o olhar, mas com sua ultima pontinha de orgulho. Eduardo empinou o nariz e saiu em direção a porta. Eric lhe deu passagem, e então, pra completar o maravilhoso dia, eis que alguém muito indesejado aparece na porta.

– Queridos! As aulas de teatro voltaram!

Por favor, me dêem uma arma que hoje eu cometo um crime.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 06/05/2011
Reeditado em 15/11/2018
Código do texto: T2952199
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