[Original] The Simple Plan - Capítulo 36

O gaúcho "parça". - Capítulo 36

Paolla Santana

A mão de Diego estava sob minha barriga, beliscando minha pele, ele roçava os lábios nos meus de maneira provocativa. Quando eu tentava morder seu lábio (fala sério, há coisa mais gostosa que dar mordidinha no lábio de alguém?) ele se afastava, rindo da minha ansiedade maluca. Gaúcho babaca. Eu não queria parecer uma vagabunda qualquer e gemer, mas era inevitável, ele tinha a pegada, sabia como me fazer enlouquecer, principalmente quando perguntava aos sussurros “O que tu quer que eu faça contigo?”

Um barulho chamou minha atenção, era meu celular. Comecei a tatear o bolso da minha calça.

– 1 minutinho.

– Ta. – Diego disse bravo. Ele me deu um minutinho pra pegar o celular.

– Uhu. – Eu disse, vendo a mensagem no visor.

“To indo pro shopping, te espero lá, amor!”

Sim espere! E sentado querido, em pé irá cansar.

– Quem era? – Perguntou Diego, fitando-me com curiosidade.

– O Eduardo. O cara que esta mentindo pra mim. – Ele franziu. Eu ainda não tinha contado pra ele toda a história. – Ah... Ahn... Ele é meu ex..

– Bah! – Exclamou, bravo ao sair de cima de mim.

Boa, Paolla!!! Você não poderia ter ignorado o chamado da sms?

– Qual é? – Perguntei, segurando sua camiseta.

– Perdi a vontade.

– Mas foi você que perguntou.

– Eu sei. – Ele soltou um suspiro, chateado.

– Diego. – Chamei, carinhosamente. Fiz minha melhor cara de boa moça para ver se fazia sua vontade voltar. – Para... Vem aqui.

– Eu entendi porque tu ficou comigo agora... – Foi a minha vez de franzir o cenho. – Pow, até gostei da idéia.

No momento em que eu entendi suas palavras, fiquei da cor de um pimentão. Tá, tudo bem que uma hora ele descobriria, mas ainda sim é constrangedor.

– Eu posso explicar.

– Eu até te ajudo, mas...

– Mas...?

– Vou ter que tirar algum beneficio disso, certo? – Ah Paolla, você realmente achou que ele fosse fazer tudo de boa vontade?

–Tipo...?

Estou com um sério medo da resposta.

– Se tu quer colocar ciúmes no guri, vai ter que fazer bem feito.

– Claro.

– Sendo assim, nesse tempo que eu estiver aqui, tu é minha, somente minha e vai fazer o que eu quiser! – Minha boca foi abrindo em câmera lenta sabe? Tipo quando você ouve uma coisa que realmente não esperava? Não, quer dizer, eu esperava isso dele, veja bem, estamos tratando do Diego, mas acho que o jeito que ele disse que me deixou assim, pasmada.

– Eu...

– E ah, vou querer tudo. – O espanto deu lugar à raiva.

– TUDO O QUE???

– Sexo. – Eu mostrei o dedo do meio pra ele. – É brincadeira, isso só se tu quiser.

– Vai achando que sou uma de suas vadias.

– É a mais especial delas. – Eu quase voei nele. – É MENTIRA! MENTIRA!. – Me levantei e fui na direção da porta. – Eita guria braba!!

– Sai. – Ele me agarrou por trás. – Diego!!

– Eu... – Lentamente ele foi girando meu corpo e me empurrando no pequeno espaço da parede ao lado da minha cômoda. – Diego, estamos há quanto tempo aqui?

– Sabe que eu não sei Paolla? Nós já poderíamos estar lá embaixo, mas tu fica me enrolando.

– Eu te enrolando? Pelo o amor. – Diego sorriu e me deu um selinho. Eu não ia deixar passar disso, mas ele forçou a língua contra a minha boca obrigando-me a beijá-lo. O que, claaaaaaro, era muito difícil pra mim, ironicamente falando.

Eu já sentia ele me mover de volta a minha cama, novamente, mas um pigarro chamou nossa atenção.

– Sua avó esta chamando, Paolla. – Era a irmã dele. Ela realmente não tinha ido com minha cara. Crianças... Sempre tão amorosas. – E a mãe também, Diego.

Dito isso a garota desceu.

– Ela me odeia. – Eu disse, olhando por onde ela saíra.

– Que nada. Ela odeia minha namorada.

Foi minha vez de fazer cara feia. Ah, porque eu fiz mesmo isso?

– O que? – Perguntou ele.

– Nada, simplesmente nada. – Empurrei-o e desci as escadas.

O jantar fora aquela experiência familiar que eu achei digna... Digna de ser esquecida. Eu não to sendo exagerada, mas qualquer experiência que envolva eu e minha mãe é horrível. Ela ficava perguntando sobre tudo, se fazendo de boa mãe. Qual é? Que mulher mais cínica.

Depois do jantar, minha vó, ela e as crianças foram na casa de uns vizinhos que minha mãe queria ver (tipo: Ohhh, que saudade dos meus vizinhos lindos que eu não vejo desde que deixei minha “filha” pra morar com um homem!). E isso significava (não, sem pensamentos maliciosos, eu nem pensei nisso.) que eu e Diego teríamos que ficar com a louça. Ele lavando e eu secando.

– Tu não é fácil. – Comentou ele, sério.

– Never.

– Não foi uma pergunta Paolla. – Uh, toma.

– Ah, me deixa. – Ele riu enquanto lavava um copo.

– Não entendi porque você ficou nervosa.

– Reunião de família me dá enjôo.

– Tu não é mesmo fácil.

– Claro que não.

– Isso é o que mais me excita em você. – Eu revirei os olhos. Diego riu alto. – O seu guri tem quantos anos?

– Qui... – Tossi teatralmente - cof, nze.

– Mentira!

Ele pôs a mão na boca, como estivesse segurando um riso. Eu fechei a cara e segurei com força a faca que eu estava secando.

– Diego, para.

– Porra, 15 anos! – E então ele deu alta e estrondosa risada. – Na minha terra isso é pedofilia!

– Eu tenho 17 anos!!!!!!

Senti a faca entortar com a força que eu a apertava.

– E daí? Continua sendo pedofilia, Paolla!

– Isso realmente não é da sua conta.

– Nossa... Tu é apaixonada por um guri de 15 anos...

– Você vai me ajudar ou vai continuar com piadinha? – Gritei, irada. Diego se calou. – Ah, obrigada.

– O negócio vai ser aquilo mesmo não é? Você vai me usar pra fazer ciúmes nele. – Perguntou mais sério, ou talvez com medo de mim. O que eu sinceramente não acho ruim.

– Sim.

– E tu... Ahn, sei lá, não tem medo de..

– De? – Ele não estava sabendo como concluir sua pergunta. Que esquisito, o Diego que eu conheço não é disso. – Diego, fala.

– Esquece.

Ele terminou de lavar a louça e se sentou na cadeira.

– Sabe... Eu sinto tanta falta dele. – Comecei a falar sem nem saber realmente o porquê de estar falando disso com Diego. Tudo bem, ele vai me ajudar, mas não era com ele que eu devia falar esse tipo de coisa... Eu tinha Emanuella não? Apesar de que Emanuella estava afastada de mim, assim como os outros ela também escondia a mentira de Eduardo.

– Você esta disposta a perdoá-lo? – O olhei com um sorriso triste.

– Estou disposta a esquecê-lo, o que é melhor para os dois.

– Paolla. – Ele tirou o pano da minha mão e me abraçou carinhoso. – Você é mesmo apaixonada por esse guri. – Eu ia contestar. – Hey, não foi uma pergunta. Paolla pensa bem no que tu vai fazer.

– Eu sei o que eu vou fazer.

Lá no fundo uma voz dizia: Não, você não sabe.

– Ta, em todo caso meu ombro, corpo, boca, pessoa, enfim, tudo, esta a sua inteira disposição. Não se esqueça disso.

Eu ri enquanto ele me puxava pra mais um beijo daqueles, quentes, carinhosos e muito, muito excitantes. Minha pequena com Eduardo tortura começaria essa semana. Dessa vez eu sinto que ele não vai suportar. Ele pode camuflar muita coisa, mas ciúmes... Eu duvido muito.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 06/05/2011
Reeditado em 11/01/2013
Código do texto: T2952196
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