[Original] The Simple Plan - capítulo 35
Capítulo 35 - Indesejadas visitas. Boas parcerias.
Paolla Santana
Finalmente hoje (depois de eu ter passado dias planejando tudo em minha mente pouco maligna) eu colocaria meu plano em prática. Seria tão fácil e eficaz que não havia dúvidas de que eu me sairia bem.
Em motivo de visita (super desejadas, claro), eu e a minha avó acordamos cedo e demos aquele “tapa” bem dado na casa. Quando finalmente podemos sentar, eu estava morta de cansaço.
Eu estava ansiosa, muito, mas soube me conter, minha vó parecia preocupada, ela não admitia, mas tinha medo de que eu escolhesse ficar com minha mãe. Coisa que jamais iria acontecer, claro. O encontro com Eduardo era as oito da noite.
A campainha tocou, meu coração acelerou na hora. Era a minha mãe, só pode ser.
– Eu atendo. – Minha vó disse ao meu lado.
A cada passo que ela dava, eu sentia meu coração disparar mais. E antes de abrir a porta ela me olhou. Eu sorri tentando passar um pouco de confiança a minha velha, que então abriu a porta.
– Mãe! – Eu engoli seco ao ouvir a voz da minha mãe, que agora estava abraçada com minha vó. Duas crianças brancas de cabelos claros (provavelmente filhos dela com o pai de Diego) entraram com caras de assustadas, e por ultimo um rapaz alto, pele clara e carregando no rosto um sorriso de canalha profissional. Os cabelos loiros e perfeitamente ajeitados num topete arrepiado diziam bem que Diego não havia mudado muito, só ficado mais bonito.
E bota bonito nisso.
– Filhota! – Após abraçar minha vó, minha mãe me abraçou como se realmente tivesse sentido minha falta.
Eu não movi um músculo, ainda estava meio perdida olhando o quanto Diego estava gostoso.
– Esse é o abraço que eu mereço? – Perguntou minha mãe, percebendo que eu fora bastante seca no nosso contato físico.
– Na verdade, nem isso você merecia.
Um clima de tensão pairou pelo ar. Diego que detesta clima ruim, decidiu quebrá-lo logo.
– Paolla! – Diego exclamou vindo em minha direção com os braços abertos. Eu dei um sorriso meio amarelo, pois estava surpresa. Ele pegou em minha mão e me puxou para nos abraçarmos. Eu quase me desmanchei com seu perfume.
– Nossa. – Murmurei, baixo. – Olá Diego.
– Olá Paolla. – Merda, ele mordeu o lábio. Isso é um sinal...
– Como foi de viagem? – Perguntei, me afastando.
– Foi ótimo filha. – Minha mãe respondeu, como se a pergunta tivesse sido dirigida a ela.
– Que bom. Hum, Diego, eu ajudo você a subir com as malas. – Ele não disse nada, pegou as quatro malas. Duas em cada mão e me seguiu pro andar de cima da casa.
Quando saímos da escada Diego me surpreendeu jogando as malas bem longe e me empurrando contra a parede. Isso que é pressa. Eu arfei, surpresa. As mãos dele firmaram sob minha cintura.
– Diego, olha...
– Fica quieta.
– Porque? – Perguntei, encarando brevemente seus olhos claros.
Cara, como alguém pode exalar tanta sedução?
– Porque eu quero.
E eu fiquei quietinha como ele pediu. Diego encostou os lábios lentamente. Primeiro chupou meu lábio inferior e eu senti algo parecido com falta de ar, mas não era só aquilo, era um misto de sensações. Era uma vontade de ficar com ele e apagar todas as merdas que eu estava vivendo com Eduardo e um desejo pequeno e racional de afastá-lo, pois nossos envolvimentos sempre foram muito intensos. O beijo foi quente, muito quente. Nossas línguas dançavam numa sincronia perfeita e invejável. A mão dele foi para o meu pescoço, me prendendo a ele. Possessivo o definia bem. Aos beijos fomos para o meu quarto, Diego fechou a porta e o restante... Bem... O restante...
Eduardo Mendes.
Quando liguei pra Paolla eu senti que algo estava errado. Muito. Ela estava irônica demais, quer dizer, não que ela nunca fosse, mas sabe quando a pessoa está DEMAIS?
– O que foi? – Eric perguntou. Eu ainda estava com o celular próximo ao ouvido, mesmo não estando mais falando com Paolla.
– Tem algo de errado com essa mulher.
– Oh sim, ô se tem. Eu cansei de me declarar pra mulher e só levo PATADA.
– Como é?
– De que mulher você ta falando?
– Hum, da minha?
Ela não é mais necessariamente minha, mas o poder da palavra faz toda a diferença.
– Ah sim, a miss drama.
– Você estava falando da Barbara? – Eu abri um meio sorriso. Era engraçado ver meu irmão estar tão gamado nela e vê-lo só levando fora.
– É, é, enfim. O que tá errado?
– Paolla.
– Tá, eu sei, mas o que exatamente?
– Ela foi muito irônica, disse que estava tão ansiosa pra sair comigo que nem tinha conseguido dormir.
– Uhhhh.
– O que?
– E quando Paolla não é irônica? Ela respira ironia Eduardo.
– Pode ser, mas ela foi mais. Eu a conheço.
– Ta achando o que?
– Ela vai aprontar. – Eric riu. – É sério.
– Pensa pelo lado bom. – Eu o olhei, esperando pra saber o lado bom.
– E qual seria?
– To pensando...
Meu Deus! Como alguém pode ser tão babaca?
Como eu não sabia o que fazer e nem sabia se minha intuição estava certa, segui para o shopping onde seria o ponto do encontro. O filme que assistiríamos era um que eu nunca tinha ouvido falar: O amor pede passagem.