[Original] The Simple Plan - Capítulo 34

O plano insano - Capítulo 34

Na escola eu senti que ninguém me falaria nada. Todos estavam acobertando Eduardo e a única maneira de eu fazê-lo falar (sim, decidi não falar com Eric, não vai adiantar nada, ele me enrola com facilidade) era provocando-o. Mas a pergunta que não quer calar: como?

– Bom dia pessoal! – Sorri, com um humor matinal que não era meu. Todos sorriram, mas estavam surpresos. – Tudo beleza?

– Eu to bem. – Eduardo foi o primeiro a responder, eu sorri animada para ele. Me aguarde Mendes.

– Que bom, amor. – Toquei seu rosto com gentileza.

– Aham. – Tiago e Breno responderam me fitando sorridentes. Amigos da onça.

– To bem. – Melissa sorriu a mim.

– Bem sim e você? – Emanuella perguntou, eu balancei a cabeça em um sim. – É, me parece mesmo bem.

– Demais. Recebi a ligação de uma pessoa muito especial. – Ok, ok, to apelando. – Nossa... – Suspirei. Eric abriu a boca em espanto, rá. Quem é que tá por cima da carne seca agora?

– É, pelo seu sorrisinho maroto nós já percebemos isso! – Disse, sorrindo forçado.

– Pois é né? Ele é tão sincero comigo.

Todos embranqueceram.

– Combina com você, não é? – Eduardo me olhou de canto. Eu estava sentada ao seu lado. – Sempre sincera.

– Eu concordo, acima de tudo eu admiro a sinceridade nas pessoas.

Ironia é meu forte, definitivamente.

– Tá legal. – Emanuella bufou. – To sentindo ironia nesse ar, qual é Paolla?

– Eu é que pergunto! Qual é a de vocês? – Eles não disseram nada. – Ótimo, continuem mentindo pra mim. Eu irei descobrir qual é a mentira.

E por cima da carne seca eu saí da mesa e fui direto pra sala.

Senti meu celular vibrar e o peguei da bolsa, tinha uma mensagem no visor.

“Paolla, estude direitinho e finja que é boa pessoa. Estou ansioso para revê-la e pega-la com vigor :9”

Não é que Diego me deu uma ÓTIMA ideia?

Eduardo Mendes

Tá legal, ela sabe. E sabe mesmo. Paolla tá bancando a irônica pra ver quem se entrega primeiro. Isso não é bom, não é bom porque eu sinto que ela vai vir me pressionar e eu vou acabar falando.

Na saída da escola, eu fui o único que tive que lidar com a fera de nome Paolla.

– Oi... – Ela disse entrando na sala com um sorriso puro, que aos poucos ficava vazia.

– Oi. – Eu não podia demonstrar ciúmes pela pessoa “especial” que havia ligado pra ela.

– Quer sair comigo no sábado?

– Ahn... – Olhei pra ela, que sorriu, angelicalmente. Era impossível negar. – Quero.

Paolla me deu um selinho demorado e disse entre meus lábios.

– Esse encontro promete.

Porque eu acho que ela está aprontando alguma?

Paolla Santana

Não haveria encontro. O propósito do pedido fora exatamente esse: não ter.

No sábado o Diego chegara com minha mãe e eu, claro, serei obrigada a fazer sala pra eles com minha vó. Sinceramente eu acho um tédio, mas tenho que mostrar que sou educada...

A semana estava passando rápido e com ela, minha ansiedade aumentava de uma forma enlouquecedora. Eu estava louca pra ver no que minha ideia insana resultaria.

Quer dizer... Não é tão insana. Eu já tive idéias piores.

Eu simplesmente pedirei uma ajuda do Diego. Coisa pouca. Só pra ele fingir que esta afim de mim e deixar Eduardo muito puto de ciúmes, e com ciúmes eu posso pressioná-lo... Afinal, esse Eduardo não pode sentir isso por mim. Aliás, ele nem se lembra de mim, tudo bem que nós demos uns amassos ali, mas ainda assim, não deve lembrar do que sentia por mim.

Enfim. Só assim eu sei que ele irá falar e acabar com essa mentira... Mais uma. Eu não sei o que aconteceu com o Eduardo. Não sei por que ele optou em continuar nas mentiras. Isso só está nos afastando e piorando o que já parecia não poder piorar. A verdade é que jamais poderemos ficar juntos. O JAMAIS parece muito forte pra dois adolescentes como nós, eu sei, só que não vejo futuro pra um relacionamento que mais se baseou em mágoas do que em momentos felizes.

Eu estava na loja, trabalhando muito pra compensar minhas faltas quando vi Eduardo entrar com Eric atrás.

– Oi pessoal. – Eduardo disse, olhando para mim e depois para Babi, que estava no telefone e bem propositalmente revirou os olhos para Eric. – Como você esta?

A pergunta fora diretamente para mim.

– Bem sim e você?

– Ah, to bem, poderia estar melhor.

– É? – Continuei arrumando a loja e já observando os clientes entrarem. – Por quê?

– Sei lá. Vish... – Ele apontou com a cabeça pra direção de Babi e Eric. Eles estavam discutindo, e muito próximos um do outro. Aos olhos de quem os via pareciam estar a um ponto de se beijar, só que a expressão furiosa de Babi dizia outra coisa. – Ela o odeia.

– Sim.

– Por quê?

– O ego do seu irmão é terrível, ele a quer, mas não larga o jeito auto-suficiente de ser. Isso a incomoda.

– Ego é algo que incomoda.

– Eu sei, mas não me importo, eu não tenho ego mesmo.

– Todo mundo tem que ter ego. – Ele me olhou como se eu fosse um alien. – É do ser humano Paolla.

– Sou um alien. – Nós rimos. – Tá ansioso pra sair comigo? – Não resisti mesmo a perguntar.

Eduardo riu e me abraçou.

– E porque não estaria? Nós vamos aonde?

– Ah, eu pensei em um shopping, cinema sabe? Coisa assim.

Onde ele ficará lá, plantado e me esperando. Rá.

Preciso pensar num filme bem podre para assistirmos.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 04/05/2011
Reeditado em 14/07/2014
Código do texto: T2949076
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