Edward Drake - 9°Cap - Lagrimas de Tristão (parte1- a batalha espacial)

- CAPÍTULO NOVE –

Lágrimas de Tristão

(parte 1)

Edward estava com frio na barriga, estava prestes a enfrentar vários alienígenas treinados na arte de matar, não que tivesse com medo, mas suas outras lutas com alienígenas não foram muito fáceis, na verdade, quase morreu, então, não era de se admirar que ele estava com frio na barriga.

De acordo com informação, eram 340 oficiais da UAI contra apenas 150 piratas, ou seja, uma luta pouco justa. Mas Rockbeam estava se mostrando um perfeito capitão, coisa que deixou Edward muito surpreso, não esperava muita coisa vinda de Rockbeam com sua pose boba e seus sorrisos confiantes, mas na guerra, ele era o melhor aliado possível.

Rockbeam pegou um amplificador de voz e subiu em uma mesa na cabine de controle. Pelo jeito, iria anunciar para toda a nave suas ordens.

- Adams Ceth – Chamou Rockbeam.

- Sim capitão. – disse Adams tomando à frente no grupo dos piratas

- Pegue alguns homens e busque meios de fazer essa nave se mexer com energia alternativa, nem que seja em baixa velocidade.

Adams assentiu com a cabeça juntou um grupo de seis piratas, que já estavam na cabine, ordenou-lhes que ocupassem postos nos computadores da cabine, e por fim, assumiu seu posto no acento do piloto.

Com Adams agora acomodado com seu grupo, Rockbeam recomeçou a falar:

- Irmãos Ogam – chamou.

Um alienígena passou na frente de Edward, era enorme de altura e largura, devia ser mais alto que Rockbeam, era completamente careca e tinha braços da grossura de troncos de árvores, possuía uma pele toda vermelha, da cor de vinho, e no seu rosto se destacava um enorme bigode preto que rivaliza com do Sr. Maria.

- Pode falar capitão – respondeu uma voz.

Edward procurou quem respondeu, quando olhou para baixo achou o dono da voz, era um alienígena pequeno não devia ter um metro e meio, era gordinho, mas possuía braços fortes. Conservava uma expressão ranzinza no seu rosto cor de vinho, e seu enorme bigode branco se mexia cada vez que ele franzia a testa.

- Pegue um grupo de homens competentes com mecânica, e vá até a sala das máquinas e ponha aquele motor para funcionar.

O irmão pequeno assentiu e saiu da sala de comando, com o irmão grande atrás dele.

- Baratt – disse Rockbeam.

Dessa vez ninguem respondeu.

- Baratt venha a cabine - chamou Rockbeam de novo

Um alienígena estranho entrou na cabine, ele era preto, com algo que parecia uma viseira de moto na cabeça, deixando impossível ver seus olhos, Edward também não conseguiu ver seu nariz, mas olhando com mais atenção Edward percebeu que o alienígena não tinha nariz mesmo, e para completar a aparência tenebrosa a boca do alienígena era fina sem lábios, e parecia estar costurada.

- Pegue um grupo de homens e se posicionem nos canhões de plasma, derrube aquelas naves da UAI, faça eles se arrependerem de ficarem na nossa linha de tiro.

Baratt apenas concordou com a cabeça, não disse nada e se retirou da sala de comando.

Anne se destacou na multidão.

- Não precisa nem falar capitão, vou pegar os homens e guardar os andares de baixo, caso os oficias da UAI consigam invadir.

- Isso mesmo, Anne – sorriu Rockbeam para ela – Dr. Victor e Hilda guardem a retaguarda de Anne e cuide de eventuais feridos.

- Pode deixar capitão, Hilda vai dar bastante comida para todos os feridos – Disse Hilda na sua forma bonita.

- Que droga, achei que ia poder ficar dormindo – resmungou Dr. Victor.

Anne puxou os dois em direção à saída, perto da saída, ela olhou em direção de Edward, os dois trocaram olhares por um breve instante, então ela saiu da cabine acompanhada do Dr. Victor e da Hilda.

Edward ficou olhando para a porta onde Anne tinha acabado de sair, ocorreu na cabeça de Edward se ela ia ficar bem, se ela não ia se machucar, afinal ela ia comandar vários piratas contra alienígenas treinados.

- Algum problema, Edward? – Perguntou Jimmy, trazendo Edward de volta para realidade.

- Ah não – apressou-se a dizer, Edward

- Você estava com uma cara estranha, olhando para a saída da cabine.

- Viu Jimmy, como eles podem conseguir invadir a nave no espaço? – perguntou Edward, tentando mudar de assunto.

Jimmy olhou desconfiado para Edward, obviamente percebendo a péssima tentativa de Edward mudar de assunto.

- Se eles conseguirem hackear o sistema da nave podem configurar o tele transporte para transportar os soldados deles para a nave. – Respondeu Jimmy.

- Isso mesmo – disse Rockbeam aparecendo atrás de Edward e Jimmy, quase matando os dois de sustos. – Por isso Tony Pepperoni

Um alienígena idêntico a um pinguim bem crescido apareceu na frente de Rockbeam, o alienígena usava um terno e fumava algo parecido com um charuto, na sua cabeça se destacava um topete oleoso que combinava com a cicatriz que cortava seu olho esquerdo, um perfeito pinguim mafioso.

- O que deseja boss? – disse Tony.

- Pegue homens e assumam os computadores, não deixe nenhum hacker da UAI, pensar em entrar no nosso sistema.

Tony concordou, já estava saindo da sala quando Rockbeam o chamou de novo.

- Viu, Tony, leve esse ulateniano – disse apontando para Jimmy - Tenho certeza que ele vai ser útil.

- No problema, venha moleque – Rosnou Tony para Jimmy.

Jimmy surpreso por ser indicado por Rockbeam, e um pouco assustado com Tony, despediu-se nervoso de Edward e saiu da sala de comando junto com o pinguim mafioso.

Edward assistiu Jimmy sair da sala, mas começou a perceber que a sala estava muito vazia. Olhou a sua volta e percebeu que tinha mais ninguém em pé esperando as ordens, Rockbeam também já tinha saído de cima da mesa e agora conversava com Adams ao lado do banco do piloto.

Edward começou a desconfiar que fora o único deixado sem função, não podia ser, aquilo com certeza era um engano, Rockbeam não iria deixá-lo parado sem função em momentos como aquele.

Foi até Rockbeam tirar satisfação.

- Rockbeam... - começou Edward

- Permaneça onde você está, Edward – disse Rockbeam prevendo o que Edward ia dizer – Ainda não é o momento de você se juntar à batalha.

Edward não gostou de ouvir aquilo, ia protestar afinal queria lutar, tinha capacidade para derrotar aqueles alienígenas porque ele tinha que ficar ali sem fazer nada vendo os outros piratas arriscarem suas vidas.

Mas um tiro de plasma, vindo das naves da UAI, sacudiu a nave jogando Edward para o chão.

A batalha tinha começado, vários telões começaram a surgir na cabine de controle mostrando o que acontecia no universo a fora, Edward podia ver tudo que acontecia.

Levantou-se do chão e começou a assistir à batalha.

Estava tendo um verdadeiro show de luz, exatamente como os filmes de ficção, os tiros dos canhões de plasma das naves iluminavam o escuro universo.

A nave dos piratas Rock em óbvia desvantagem se localizava no meio das três naves da UAI, que tinham montado um cerco e faziam chover tiros de plasmas na nave, Edward imaginou que devia ter algum tipo de escudo ativado que barrava a maioria dos tiros, mas de vez enquanto um escapava do escudo e fazia a nave inteira tremer.

Para a felicidade dos piratas, o grupo de atiradores comandados por Baratt estavam se saindo bem, devolviam os tiros das naves da UAI, em uma velocidade impressionante e em uma precisão perfeita.

Com canhões de plasma posicionados em vários locais da nave, eles atacaram as três naves da UAI simultaneamente. As naves da UAI ficavam paradas, fazendo o cerco, apesar da enorme desvantagem, o grupo de Baratt estava se saindo melhor no tiroteio de plasma. Os tiros eram mais rápidos e precisos.

As naves da UAI, obviamente percebendo que estavam perdendo naquele tiroteio, começaram a se mexer, assim tornando mais difícil o alvo para o grupo de Baratt.

Elas rodavam em círculo em volta da nave pirata, disparando uma chuva de tiros e se deslocavam, enquanto o grupo de Baratt tentava acertar os oponentes em movimento.

A vantagem estava se invertendo, o grupo de Baratt por melhor que fosse não tinha como manter os tiros com a mesma precisão contra um inimigo que se mexia rapidamente.

A situação não estava boa, os tiros acertados ficavam cada vez mais frequentes, Edward já estava cansado de ter que se levantar toda vez que a nave tremia.

- A resistência do escudo caiu 30% capitão – disse um pirata na frente de um computador.

- Eles invadem a nave se ela cair 100%? – Perguntou Edward.

Rockbeam virou-se para Edward com um sorriso bobo no rosto.

- Não. Nós explodimos mesmo.

A situação sem dúvida não era boa.

Rockbeam se aproximou de um computador, controlado por um alienígena peludo.

- Faça contato com os Irmãos Ogam.

- Sim, senhor.

O pirata peludo digitou rapidamente em seu computador, e a cabeça vermelho do irmão mais baixinho apareceu flutuando na frente do computador.

- Fala capitão? – Perguntou a cabeça flutuante.

- Está tendo progresso com o motor?

- Está difícil aqui, capitão. O motor está todo danificado, nunca vi um motor tão acabado, não tenho certeza de que vamos conseguir consertá-lo a tempo.

Rockbeam olhou pensativo para o lado.

- Tente providenciar esse concerto o mais rápido possível.

- Vou tentar capitão.

A cabeça desapareceu, Edward percebia que os piratas já estavam começando a ficar preocupados e apreensivos com a péssima situação.

- Capitão. Consegui achar uma energia alternativa – Berrou Adams Ceth da sua cadeira de piloto.

Todos olharam para ele, Rockbeam correu rapidamente até ele, Edward que não estava fazendo nada, acompanhou Rockbeam.

- A energia de plasma das armas podem ser convertidas em combustível no segundo motor de auxílio. O problema que vamos conseguir no máximo andar por 30 minutos e em uma velocidade bem baixa. Também vamos perder metade das reservas de plasma, e vamos ter que trocar toda a parte mecânica da nave se sobrevivermos.

Rockbeam sorriu alegre, pelo jeito ele tinha visto uma chance.

- Não interessa, Adams, comece a correr.

Adams apertou alguns botões animado, um guidão comprido parecido com de moto surgiu a sua frente, ele apertou mais um botão e nave começou a tremer, Edward teve a impressão do cabelo de Adam brilhar mais amarelado, mas achou que devia ser devido a luz na cabine de comando.

A nave deu um tremor mais forte e um ronco de motor, pressentindo uma arrancada, Edward se segurou na cadeira mais próxima exatamente na hora que Adams apertou o acelerador e a nave deu uma arrancada brusca, jogando metade dos alienígenas da cabine no chão, Edward, entre eles, foi com cadeira e tudo para o chão.

Rockbeam, que nem se mexeu com a arrancada, mostrava-se bem animado.

- Localizem uma chuva de meteoros mais perto possível.

Um alienígena no canto esquerdo da cabine achou.

- Tem uma a oeste, está há dois anos luz daqui.

- Ótimo. – disse Rockbeam – Adams vai para a chuva, vamos despista-los lá.

- Certo, capitão.

Adams virou o câmbio bruscamente, jogando novamente todos no chão e disparou na direção da chuva de meteoros.

As naves da UAI, com motores bons acompanhavam a nave pirata sem problemas, e continuavam investindo vários tiros de plasma.

- A resistência do escudo caiu 50% - berrou um alienígena na cabine.

Rockbeam nem ouviu, estava mais concentrado em observar a nave entrar na chuva de meteoro.

Pelo telão, Edward podia ver tudo o que acontecia como em um verdadeiro filme, era realmente uma chuva de meteoro, inúmeros meteoros desde os enormes, maiores que a nave, até os pequenos flutuavam na frente da nave, as passagens eram tão estreitas que se Adams errasse só um pouquinho na direção seria o fim de todos, mas pelo jeito ele sabia o que estava fazendo.

Adams conduzia a nave, virava, cortava na horizontal, subia na vertical, fazia ziguezague no meio dos meteoros, esperava os meteoros estarem bem perto e cortava para o lado em uma manobra brusca, jogando todos da cabine no chão.

As naves da UAI começaram a perder a vantagem estavam perdendo na corrida, os pilotos não eram tão bons quanto Adams.

Todos já estavam ficando animados com possibilidade de escapar aparecendo, quando o pior aconteceu.

A cabeça do Tony apareceu de repente no meio da cabine.

- Capitão Rockbeam não é mais possível impedir os hackers deles de invadir o sistema esta muito fragilizad...

A cabeça do pinguim sumiu e uma cabeça de um alienígena gordo de pele vermelha apareceu no lugar, era o comandante das naves da UAI.

- Hackeamos seu sistema e estamos prontos para tele transportar 200 soldados para invadir sua nave, desista agora você não tem chance, pirata Rockbeam Kidd.

Rockbeam tirou sua arma do bolso e apontou para a imagem holográfica do capitão da nave da UAI, que apesar de saber que Rockbeam não podia o machucar, suava frio.

- Mande-os aqui – disse Rockbeam com um sorriso confiante – Vamos dar boas vindas para eles.

- Vai se arrepender por isso – dito isso a cabeça do comandante da UAI desapareceu.

Rockbeam se aproximou de novo do computador, do alienígena peludo

- Faça contato com Anne.

- Sim, senhor.

Rapidamente era a cabeça da Anne que estava flutuando na cabine de controles.

- Chamou, capitão?

- Anne nossos amigos estão vindo – disse Rockbeam. – Façam se arrepender de tentar enfrentar os piratas Rock.

- Sim, senhor – Disse Anne, seu cabelo brilhou vermelho e a cabeça dela sumiu.

Augusto Ferreira
Enviado por Augusto Ferreira em 14/04/2011
Código do texto: T2908410
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