Ela veste preto, mas o baile é cor de rosa. Cap36.
Música – Cheryl Cole – Figth For this Love - Tradução
Só saiba que você não está nessa sozinho
Tem sempre um lugar em mim que você pode chamar de lar
Toda vez que sentir que estamos nos distanciando
Vamos simplesmente de volta para o começo
Oooh
Qualquer coisa que valha a pena ter
Vale a pena o suficiente para se lutar por ela
Desistir está fora de cogitação
Quando fica difícil temos que lutar um pouco mais
Temos que lutar por esse amor
Temos que lutar por esse amor
Temos que lutar por esse amor
Vale a pena, vale a pena lutar
Nem todo dia vai ser um piquenique
Amor não é um passeio no parque
Tudo que se pode fazer é tirar proveito do que há de melhor
E não ter medo da escuridão
Já era quase noite do dia seguinte quando após muitos quilômetros de estrada e uma balsa chegaram à isolada Isla Del Flores. Dora e Alonso estavam com as mãos amarradas e de olhos vendados, por isso não puderam se ver quando foram retirados do carro. Ela carregada por David e ele conduzido por Paris. Porém ambos sentiam suas presenças.
– Alonso! Você está bem? Eles te fizeram alguma coisa? – gritou Dora virando a cabeça para os lados em sua procura.
– Eu estou bem! Fique calma que tudo vai dar certo! – respondeu Alonso tentando manter o controle.
Imediatamente foram levados para dentro da casa da península que ficava escondida na copa das árvores centenárias que cresciam em desordem na luxuosa ilha abandonada pela família, até que os irmãos a descobriram.
Cada um foi levado a um quarto e lá foram deixados por seus carcereiros que bateram a porta ao sair. Alonso esperou alguns minutos e sem obter resposta acabou tirando a venda, viu que estava num requintado aposento de hóspedes decorado com motivos de praia e um forro de madeira trabalhada. Tudo da melhor qualidade que o dinheiro podia comprar. Ao centro um enorme espelho e uma cama de casal encontrada apenas nos melhores hotéis. Sentou nela ainda zonzo enquanto pensava o que iria fazer.
Dora foi deixada deitada na cama e também esperou algum tempo até se certificar que estava sozinha, tirou a faixa dos olhos e constatou a mesma pompa no ambiente. Se levantou olhando ao redor, buscando um meio de escapar. Estava vasculhando as paredes quando ouviu bem de perto um espirro.
– Quem está aí? Alonso é você? – perguntou desesperada percebendo um duto de ar entre os quartos.
– Sim, eu mesmo! Eles te machucaram? – respondeu aflito.
– Não! Mas eu não me importo! O que me preocupa é você que não tem nada a ver com essa história absurda e acabou alvo dela.
– Não se culpe por nada Dora, como você já deve saber, eu sou o cara das confusões, e se não estivesse nessa com certeza estaria sofrendo atentados na Baviera, sendo alvo de tubarões em alguma viagem sem sentido, ou sabe lá Deus o quê! Mas principalmente porque eu acredito que eles não vão nos fazer nada, pois não passam de dois garotos mimados querendo chamar atenção!
– Não se arrisque tentando me salvar! – alertou Dora ao ouvir os argumentos dele.
– Você também não! – aconselhou Alonso.
Um minuto apreensivo de silêncio tomou conta dos dois, porém Alonso tomou coragem para dizer o que queria.
– Dora, eu te...
Estava quase terminando a frase quando a maçaneta da porta se moveu. Paris apareceu ligeiro diante dela carregando algumas roupas.
– Se você tentar alguma gracinha a Dora é quem vai sofrer as conseqüências. É o preço que se paga por amar, nunca se está livre ou sozinho em seus atos. – disse ameaçador, porém com inveja nos olhos por não ter o mesmo que Alonso.
Como resposta ele baixou a cabeça e Paris entrou no quarto deixando as roupas sobre a cama e desamarrando-o em seguida.
– Se vista para o jantar com essas roupas, o banheiro é naquela porta, lá já estão toalhas e produtos de higiene pessoal. Não demore, nós não toleramos atrasos! – instruiu seco apontando para a porta do banheiro.
Já estava saindo quando Alonso o alertou.
– Você não vai se sair bem dessa! O David eu não sei, mas você com certeza vai se dar mal, quem você acha que ele vai culpar quando vocês forem pegos? Quem vai acabar como o irmão malvado dessa história?
Paris parou de costas enquanto ouvia, mas após uma pausa continuou a caminhar e fechou rápido o quarto feito quando entrou. Dora aproveitou a saída para perguntar.
– O quê você estava dizendo?
Ele retomando a coragem continuou.
– Eu te a...
Novamente foi interrompido, dessa vez pelo barulho na maçaneta do quarto de Dora. Paris também entrou no quarto levando um vestido que colocou na cama e depressa desamarrou as mãos dela como se salvasse sua amada do sofrimento, beijando-as quando finalmente ficaram livres. Dora retirou-as com nojo, e Paris percebendo se levantou saindo furioso.
– Você era tão legal, tão meigo! Se tivesse alguém com quem dividir um segredo no mundo esse alguém seria você Paris! O quê aconteceu? O David não merece isso e você sabe, vai acabar pagando por ele! Quem sabe se você melhorasse a gente podia recomeçar a amizade! – sugeriu amenizando a cena.
Paris se volta para ela com os mesmos olhos nebulosos da saída se aproximando voraz. Apesar de querer dizer alguma coisa permaneceu em silêncio engasgado em seus sentimentos, com a garganta apertada, ofegante por não conseguir se libertar. Apenas voltou-se para o lado e com uma chapa de ferro tapou o duto, não sendo mais possível escutar o que se passava no outro cômodo.
As horas passaram e o jantar ia ser servido. Alonso foi trazido para a sala de jantar de luxo igual ao restante da casa e alocado à enorme mesa comprida que definia o ambiente. Dora foi trazida por David que não pôde deixar de comentar.
– Você está linda meu amor! Melhor do que nos tempos de patricinha, esse toque selvagem fez bem a você!
Dora realmente estava linda, num vestido preto de veludo longo que delineava seu corpo e esculpia suas perfeições com maestria. O cabelo estava preso num coque improvisado de muito bom gosto, além de um escarpã preto nos pés e apesar de abatida sua beleza ainda a salvava da imperfeição.
– Hum! Quanto tempo, dinheiro e vida perdidos! Tudo porque não sabíamos quem éramos. Se é isso que você quer eu aceito, vamos embora pra um lugar onde possamos nos descobrir como somos de verdade, onde ninguém nos conhece, só nós dois! Tudo que peço é que deixe o Alonso pra trás! – propôs Dora suplicante numa última cartada enquanto se encaminhavam para a sala de jantar.
Ele não respondeu nada apesar de perceber sua mão tremer por alguns segundos. Apenas a colocou na frente de Alonso naquela mesa enorme, ambos se olhavam desconcertados vestidos para a festa macabra dos irmãos malucos.
– Olha, não é interessante todos nós aqui juntos hoje depois de tanta perseguição e reviravolta! Esse mundo é mesmo louco! Claro que nós ajudamos um pouquinho, mas se não fossem as coincidências da vida o que teria sido da nossa história? Um brinde a isso! – bradou olhando para os outros três na mesa enquanto erguia uma taça com vinho.
Paris brindou rindo como irmão, ignorando a gravidade do que acontecia. Alonso e Dora não fizeram qualquer gesto, estavam com uma das mãos algemada na cadeira e a situação era revoltante demais para brindes.
– Alonso que ama Dora, que amava David, que é irmão de Paris, que não é amado por ninguém! Não é interessante? – perguntou se dirigindo a cada um deles, rindo como um descontrolado.
Do nada ele se refez e sério ditou.
– Paris, vá buscar o prato principal!
Paris se retirou trazendo em seguida uma travessa de prata fechada por um tampão redondo. Ele se posicionou feito um chefe de cozinha orgulhoso na frente do irmão esperando que ele o contemplasse.
– E o cardápio de hoje senhoras e senhores é... Miojo? – perguntou espantando, surpreso e com ódio do irmão por fazê-lo pagar aquele mico. – Miojo, Paris? Sorte que você passou do prazo de devolução, pois você conseguiu, eu te devolveria agora! Achei que tivesse algum dote gastronômico no meio de tanta esquisitice, mas tudo bem. Foi erro meu te dar competência pra alguma coisa! – termina culpando-se.
– Só porque eu sou mais inteligente que a maioria isso me dá super poderes pra saber cozinhar? – pergunta Paris ofendido.
– Eu não disse exatamente inteligente, quis dizer bichona esquisita, todas sabem cozinhar! – David grita histérico tentando deixar claro seu ponto de vista na resposta.
Porém do mesmo jeito que antes, ambos se acalmaram do nada e se abraçaram.
– Por que somos assim? – se perguntaram.
Dora e Alonso assistiam a cena boquiabertos.
– Não se preocupe Paris, está tudo bem! Quantos caras no mundo puderam se gabar por terem tido miojo na última ceia? – perguntou David desdenhoso olhando para Alonso.
O jantar transcorreu sem mais alardes a não ser pelos olhares preocupados que Dora e Alonso se davam de vez em quando. Até que David o finalizou.
– Jantar encerrado, é hora do grande acontecimento da noite! Alonso você parece cansado meu amigo, mas agora vai descansar em paz, pra sempre!
Nessa hora Paris entra com uma pá e produtos de jardinagem, além de um saco preto. David algema Alonso e o faz seguir para fora da casa enquanto Paris faz o mesmo com Dora.
– Não! Por favor! – gritava ela apavorada.
– Escolha um lugar! – mandava David implacável. – Escolha ou eu mato ele agora e você nos ajudará a arrastá-lo até o pior lugar que eu puder encontrar!
David colocou uma arma na cabeça de Alonso e começou a deslizá-la fingindo apertar o gatilho de vez em quando.
– Escolha! – gritava cada vez mais sem paciência.
Até que ela sem saída gritou.
– Na beira do rio! – referindo-se ao riacho que cortava a ilha e ia dar no mar.
– Ótima escolha!
Chegando lá, Paris logo aprontou uma cova num canteiro de flores silvestres debaixo de uma árvore tão antiga quanto às outras, na margem direita do riacho que a luz do luar ganhava um azul escuro intrigante e belo ao som apenas das corredeiras inquietas.
– Cenário de filme, se deu bem Alonso! Agora vamos levá-lo a sua última morada. Anime-se, vai morar nas minhas terras e nem vou te cobrar aluguel por isso! – ri David indevidamente.
Alonso percebe que não tem mais jeito e olhando para Dora mergulhada em lágrimas e dor soltou uma lágrima de arrependimento, não por ter participado da vida dela, mas por não poder participar mais.
David recolocou o revólver na cabeça de Alonso e divertiu-se.
– Preparar, apontar, fogo!
– Naaaaaããããoooooo!!!!!!!
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Continua...
Olá pessoas!!!! Penúltimo capítulo pra vocês, agora só falta mais um!!! desculpem a demora é que estou trabalhando e fica mais difícil tempo pra postar. Mas obrigada por acompanharem, pela paciência e pelo apoio. Por escreverem estas histórias maravilhosas que eu nunca vou deixar de ler e também não vou parar de escrever. Ah! Comentem! o quê vai acontecer com eles, Alonso é morto? Como dizem os italianos!!! rsrsrs Brigadão, valeu!!! Bye!!!! Daqui a pouco final!!!!!