Edward Drake - 8°Cap - Hoje dormineros no inferno (parte2- o confronto)

- CAPÍTULO OITO –

Hoje dormiremos no inferno.

Edward acordou. Sentiu que seus olhos ardiam como se estivessem em chamas. Cego pela dor, saiu tropeçando pelo quarto, seus olhos queimavam mais do que o normal. Precisava de água, a única coisa que curava a dor, mas Edward não fazia a mínima idéia de como arranjar água naquele lugar, precisava de ajuda.

Saiu cego em direção à saída do quarto, precisava achar o botão que abria a porta, passou a mão por toda a parede procurando o botão, mas não conseguia encontrá-lo, nesse momento estava realmente odiando aquela tecnologia de expansão de dimensão uma simples porta seria muito mais prático.

Edward ouviu alguém entrar no quarto.

- Eaí, Edward? Vamos tomar café da manhã – disse a voz de Jimmy.

Jimmy com seu jeito todo atrapalhado era a última pessoa a que Edward pediria ajuda, mas no momento não tinha outra escolha.

- Rápido, Jimmy me traz água.

- Quantas vezes tenho que explicar para você que nós não temos água na nave – Jimmy olhou intrigado para Edward. – O que você está fazendo?

- Meus olhos estão ardendo, me ajuda achar algo para limpá-los.

- Seus olhos estão ardendo de novo, você é muito sensível – disse Jimmy com um tom de voz que deixou Edward mais furioso. – Espera aí vou buscar urina de vouco.

- Não, aquilo de novo, não.

O nojo da urina de vouco foi maior do que a dor nos olhos, Edward não ia deixar jogarem novamente aquilo no seu rosto. De repente, surgiu uma óbvia ideia na cabeça de Edward, se surpreendeu em não pensar nisso antes.

- Rápido, Jimmy me ajuda a chegar até o banheiro.

No banheiro havia o gás que limpava tudo em que encostava, Edward sabia que aquilo serviria.

Jimmy segurou Edward pelo braço e o conduziu até o banheiro, lá Edward começou a procurar o botão do gás que limpava o rosto, rapidamente achou o botão, apertou-o, e o gás cobriu seu rosto removendo a dor nos olhos por completo.

Edward aliviado se encostou na parede respirando rápido, olhou para seu punho que tinha atravessado o ulateniano, aquilo era realmente um sonho? Era mais real que os outros sonhos estranhos.

Edward olhou para a parede onde o reflexo dos seus olhos vermelhos se parecia com labaredas, senhor do fogo pensou consigo mesmo, Edward tinha certeza de que o ulateniano do sonho se dirigiu para ele, mas seria possível? Será que ele é algum tipo de senhor do fogo, afinal conseguiu explodir o isqueiro do Sr. Maria, tinha certeza que fora responsável por aquilo

- Edward – berrou Jimmy, tirando Edward dos seus pensamentos. - O que aconteceu?

- Só acordei com os olhos doendo – disse Edward preferindo não falar muito sobre o assunto.

- Acordou com os olhos doendo daquele jeito – disse Jimmy sabendo que Edward estava mentindo. – Ninguém acorda normalmente com aquela dor, o que realmente aconteceu?

Edward olhou para Jimmy, nunca havia contado para ninguém sobre suas dores nos olhos, mas Edward sabia que o alienígena não o deixaria em paz se não contasse a verdade.

- Quando eu tenho sonhos muito realistas acordo com olhos ardendo como chamas.

Jimmy fez cara de surpresa:

- Como assim sonhos realistas?

- Realistas sabe, parecem que são reais, na verdade até alguns acabam acontecendo.

- Você está falando sobre premonição.

- É mais ou menos isso.

Jimmy olhou meio relutante para Edward.

- Qual foi a premonição?– perguntou Jimmy meio apreensivo.

Edward não estava com vontade de compartilhar o sonho com o alienígena, mas a cara de confiança com que Jimmy o olhava convenceu Edward a contar.

Edward narrou todo o sonho detalhadamente, o laboratório, os ultanenianos, o rapto do professor Klaus, contou realmente tudo. Apenas omitiu a parte em que teve a impressão do ulateniano o chamar de Senhor do fogo, não queria ficar parecendo ainda mais louco.

Jimmy parecia assustado e preocupado, era a primeira vez que Edward o via tão sério.

- E você acha que isso é real? – Perguntou Jimmy para Edward.

- Não sei, normalmente acontece.

Edward olhou para Jimmy, o alienígena estava obviamente preocupado, Edward estava imaginando se os ulatenianos do sonho tinham alguma ligação com ele.

- Jimmy – chamou Edward. – Você conhece aqueles ulatenianos?

- Conheço – disse Jimmy baixo. - Trabalhei com eles na pesquisa sobre a origem do universo, mas como você sabe, fui despedido.

Os dois permanecerem em silêncio, Edward percebeu que Jimmy estava perdido em pensamentos, pelo jeito aquele sonho era importante para ele.

- O professor Heinsenberg Klaus é alguém importante?

- Se é alguém importante – disse Jimmy indignado, voltando a sua personalidade normal. - O professor Heinsenberg Klaus é um dos seres mais inteligentes do universo, ele que inventou a roupa com fibras tradutoras, a troca de dimensão, e muitas outras coisas, e um dos cientistas mais importantes que tive o prazer de conhecer.

- Então, se meu sonho for real, esse sequestro vai ser bem grave.

- Grave – disse baixo, voltando ao modo sério. – Vai ser muito grave, o que um general renomado como Têmis Rokber estaria raptando um ulateniano tão famoso, isso pode gerar uma guerra.

- Eu me lembro desse tal de Têmis Rokber, ele foi o coroteniano que comandou a invasão a Terra, ele é tão famoso assim?

- Nossa, você não sabe nada sobre o espaço mesmo Edward – disse Jimmy em uma voz de deboche. – Têmis Rokber é um dos generais mais influentes do planeta COROT 7b, é um herói de guerra, liderou os corotenianos na grande batalha de Ratgi.

Jimmy voltou ao modo sério e pensativo:

- Mas você falou que ele liderou a invasão a seu planeta, isso é estranho, um general de guerra não costuma liderar uma invasão ao planeta de subespécies como o seu.

Edward ouviu os estômagos de Jimmy roncar, como ele tinha três o barulho foi bem alto.

- Melhor irmos comer Jimmy, nós podemos discutir o sonho comendo.

- Sem dúvida – disse Jimmy com a mão na barriguinha de chopp.

Os dois saíram do quarto em direção ao salão onde serviam as comidas.

Edward estava ainda pensando do jeito sério que Jimmy tinha ficado na conversa, Edward percebeu que, no momento em que Jimmy ficou sério, parecia-se muito com os ulatenianos do sonho. Qual seria o significado disso?

- Nossa que fome – berrou Jimmy alto, interrompendo os pensamentos de Edward.

- Será que está acontecendo toda aquela festa de novo? – perguntou Edward. - Realmente não gosto de tanto barulho enquanto tento comer.

- Em uma nave pirata sempre está tendo festa – disse Jimmy sorrindo.

Mas ao chegar perto do salão, Edward e Jimmy perceberam um silêncio absoluto, aquilo era muito estranho, aproximaram apreensivos da porta, relutantes abriram a porta e tiveram uma desagradável surpresa.

O salão estava completamente vazio, nenhum barulho, nenhum alienígena dançando, nenhuma comida. Para Edward que estava com bastante fome, aquilo era um grande choque. Já Jimmy, ao lado de Edward, parecia estar prestes a desmaiar.

- O café da manhã já acabou – disse a voz de Anne.

Edward virou-se em direção da voz, no canto esquerdo do salão estava Anne junto de uma alienígena rosa bem gordinha, com cabelos verdes que se separavam em duas tranças, e uma roupa de cozinheiro, com o símbolo dos piratas rock estampado na barriga.

- Como assim já acabou – disse Jimmy totalmente indignado – o café da manhã não começa às nove?

- Sim começa às nove – disse Anne – E acaba às dez e meia.

- Então, agora são... – disse Jimmy tirando um estranho objeto redondo do bolso - dez e trinta e um...

- É, vocês estão um minuto atrasados.

Edward não podia acreditar; estavam um minuto atrasados e não tinha mais comida.

- Espera aí, mas só estamos um minuto atrasados.

- O capitão Rockbeam diz que horários são feitos para serem cumpridos, nada de comida para vocês.

Pelo tom de voz de Anne, Edward já percebeu que o assunto se encerrara.

- Vamos Jimmy – disse Edward para o alienígena. – Agora só resta esperar o almoço.

- Ma...mas...

Jimmy abaixou a cabeça e foi tristemente junto a Edward para fora do salão. Virando o corredor, Edward parou e virou-se para Jimmy.

- Se não vão nos dar comida por bem, vamos roubá-la – disse Edward animado com a ideia de roubar comida – onde é a cozinha Jimmy?

Jimmy pareceu não gostar muito da ideia.

- Se Anne nos pegar, estamos mortos.

- Larga de ser covarde, isso é um navio pirata, que mal tem de roubar um pouco de comida.

Jimmy ainda não parecia convencido, mas foi na onda de Edward.

- Tudo bem, vamos até a cozinha.

Jimmy levou Edward pelos corredores da nave, até uma porta com vários botões, que pareciam um tipo de mecanismo para barrar intrusos.

- O que são esses montes de botões? – perguntou Edward

- Isso é um cadeado.

Edward olhou totalmente desanimado para o cadeado complexo, nunca iria conseguir decifrar aquilo. Mas para surpresa de Edward, Jimmy tomou a frente e começou a apertar os botões.

Edward já estava esperando uma sirene disparar quando ouviu um barulho de clique e Jimmy abriu a porta.

Edward olhou surpreso para o alienígena.

- Você sabia a senha?

- Não, mas subtraindo as probabilidades, com os números do subconsciente das espécies, mais o quadrado da teoria dos universos psicológicos, a resposta fica óbvia – disse Jimmy com aquele tom sério – um, dois, três, quatro.

Edward não tinha palavras, o universo sem dúvida era um lugar impressionante.

Os dois entraram silenciosamente na cozinha, o lugar parecia uma simples cozinha de um restaurante, uma mesa comprida flutuante no meio, como alguns acessórios parecidos com facas e panelas em cima dela. E duas grandes portas com botões nelas, provavelmente a dispensa, pensou Edward animado.

Edward cutucou Jimmy e apontou silenciosamente para as grandes portas, os dois foram silenciosamente até elas, rapidamente Jimmy conseguiu abrir as portas.

A dispensa era pequena e não estava muito cheia, mas Edward e Jimmy com a fome que estavam, atacaram as primeiras comidas que viram.

Edward pegou umas estranhas bolachas amarelas, um pouco inseguro com a aparência da bolacha deu apenas uma pequena mordida e se surpreendeu, as bolachas eram deliciosas tinham sabor de mousse de marujá e derretiam na boca.

- Macojas – disse Jimmy com a boca cheia de comida, apontando para as bolachas, – dá uma para mim.

Mas quando Jimmy foi pegar uma macojas, Edward teve a impressão de ouvir passos, rapidamente fechou a porta da dispensa sem pensar duas vezes.

Edward encostou a orelha na porta tentando ouvir o que acontecia, Jimmy percebendo o que estava acontecendo imitou o gesto.

Os passos pareciam ir na direção da dispensa, o coração de Edward já estava batendo rápido, quando ouviu o barulho de uma porta se abrir.

- Capitão Rockbeam! – berrou uma voz. – Quantas vezes tenho que lhe dizer para não roubar comida da minha cozinha.

- Ai! Calma Hilda, não precisa ser tão agressiva. – disse a voz de Rockbeam. – Só estava procurando meu dragma da sorte.

- Você acha mesmo que vou acreditar nisso?

Edward e Jimmy se entreolharam, juravam que estavam ouvindo barulhos de facas sendo tacadas na direção de Rockbeam.

- Tentando roubar comida de novo capitão. – agora dizia a voz de Anne.

- Vichi, agora estou perdido. – disse Rockbeam

- Não é hora para brincadeiras capitão, tenho uma notícia urgente.

Ao ouvir isso, Edward e Jimmy grudaram ainda mais os ouvidos nas portas da dispensa.

– Chegou aos nossos ouvidos que Temis Rokber, a mando do imperador de COROT 7b, sequestrou o professor Heinsenberg Klaus.

Edward não podia acreditar no que ouvira, seu sonho de novo fora real, afinal o que isso significa? Será que ele podia prever o futuro?

Edward olhou para Jimmy que estava em estado de choque, olhando em direção à porta, os dois ouviram a conversa recomeçar e voltaram a grudar os ouvidos na porta.

- Isto sem dúvida é um problema – disse Rockbeam com uma voz séria. – Klaus tinha informações valiosas sobre as Ruínas do Sol, agora não vai dar mais para tirar essa informações dele.

- Você acha que os Corotenianos também estão atrás das ruínas do Sol? – perguntou a voz de Anne.

- Provavel, eles precisam de ouro para financiar sua guerra com o planeta Gleise, agora as ruínas do Sol seriam o único meio para eles.

Edward estava totalmente perdido na conversa, virou-se para Jimmy buscando uma luz nos fatos.

- Que raio é as ruínas do sol?

Jimmy olhou para Edward, ainda prestando atenção na conversa.

- Em uma galáxia perdida no fim do aglomerado de Abel se encontra uma estrela mais brilhante que qualquer outra, mais bela de que qualquer outra, mais perigosa de que qualquer outra. Nessa estrela, se encontram as Ruínas do Sol, um império tão antigo que pertenceu ao gênesis do universo, com uma beleza que hipnotiza os de corações fortes e amedronta os mais corajosos. Um império inteiro coberto de ouro do fogo, desde construções grandes a menores, com tesouros inimagináveis, escondidos em todo canto, mais riquezas do que qualquer planeta pode possuir, mais perigos que qualquer exército possa enfrentar.

Edward olhou intrigado.

- Mas o qu...?

- É uma lenda Edward, raças buscam as ruínas do sol a séculos, mas nunca ninguém conseguiu achar.

- Mas então por que Rockbeam fala como se fosse um simples lugar para ele visitar?

- Porque ele acredita que existe.

- Mas você falou que é uma lenda – protestou Edward.

Jimmy deu um sorriso.

- Ser um pirata também é sonhar Edward, eles são os grandes responsáveis por transformar lendas em realidade.

Por um momento, Edward olhou maravilhado para aquela frase de Jimmy, sonhar, desvendar lendas, parecia que um espírito aventureiro começava a florescer em Edward.

Ele já estava começando a achar que passar o resto da vida sendo um pirata não seria uma ideia tão ruim, afinal ele não sabia como voltar para casa mesmo.

De repente, Anne recomeçou a falar na cozinha.

- E o ulateniano Jimmy, você o trouxe para conseguir informações sobre as Ruínas do Sol, mas até agora ele não se mostrou nem um pouco útil.

- Ele ainda vai se mostrar Anne, de seu tempo – disse Rockbeam confiante. – Ele é o famoso meio termo que preciso para desvendar os mapas.

- Meio termo?

- Anne você sabe que os ulatenianos ou nascem burros como uma pedra ou nascem extremamente inteligentes.

- Sim, capitão.

Edward olhou o assunto da conversa: Jimmy, ele estava sério escutando cada palavra.

- Os inteligentes se isolam do universo, nunca dividem seus segredos com nenhuma raça, e os burros não conseguem nem decorar seus nomes direito – disse Rockbeam. – já Jimmy é um meio termo, às vezes ele se mostra inteligente, às vezes se mostra burro, então provavelmente ele deve conseguir enxergar coisas que nós não enxergaríamos e passar essas informações para gente.

Edward olhou para Jimmy, realmente não conseguia imaginar que um alienigena tão ridículo seria tão importante.

- E o terráqueo Edward, ele também tem alguma utilidade na busca pelas ruínas?

- Pera um pouco Anne – disse de repente Rockbeam. - Temos duas pessoas ouvindo atentamente nossa conversa.

A porta da dispensa se abriu, Edward e Jimmy caíram na frente de Rockbeam, que estava com seu costumeiro sorriso confiante, e o peito estufado.

- Ratos roubando minha cozinha.

Berrou uma alienígena rosa de cabelo verde separado em duas tranças, era impressionantemente pequena com um avental de cozinheiro igual a que a gordinha no salão de comidas estava usando. A pequena alienígena tinha uma enorme faca prateada, quase maior que ela na mão e parecia estar pronta para fazer picadinho de Edward e Jimmy.

- Hilda Renenutet, cozinheira da nave – disse Rockbeam apresentando a pequena cozinheira raivosa para Edward e Jimmy. – Hilda tome um suco de extratos de caramboles para acalmar os nervos.

- Isso mesmo que vou fazer – disse Hilda pegando uma jarra na cozinha e enchendo o copo com o suco rosa, de sabor de limão.

Quando Hilda tomou o suco, Edward realmente se surpreendeu, no lugar da pequena raivosa alienígenas, estava uma bela alienígena rosa com a mesma roupa de cozinheiro.

- Mas o que...

- Hilda é uma demeteriana, são capazes de mudar o corpo e o temperamento, dependendo do que comem e bebem – explicou Anne, para o Edward abobado com a transformação da alienígena.

- Então, ela era a alienígena gordinha também?

- Sim.

- Ai, Hilda está se sentindo muito melhor, mas os garotos não deviam tentar roubar as comidas da Hilda – disse a alienígena fazendo cara de coitadinha.

- Parem tudo – berrou Rockbeam assustando todos na cozinha. – Estamos esquecendo algo muito importante, esses dois cometeram seus primeiros crimes na nave tentaram roubar de nós.

Edward já esperava alguma bronca ou ser expulso da nave, Jimmy ao seu lado roía as unhas freneticamente.

Rockbeam virou na direção de Edward e Jimmy, estufou o peito e mostrou o mindinho.

- Meus parabéns – disse Rockbeam, surpreendendo Edward e Jimmy. – Cometeram seu primeiro crime, são agora oficialmente parte dos piratas Rock.

Edward ficou surpreso com a reviravolta dos acontecimentos, ele podia estar com poucas esperanças de voltar para casa, e estar fascinado com o fato de poder ser um pirata, mas não tinha planejado se juntar ao grupo, pelo menos não ainda.

Mas ouvir Rockbeam dizendo que ele fazia parte do bando o deixou muito feliz, desde criança nunca fizera parte de nada, não tinha amigos nem companheiros, fazer parte daquele bando realmente fazia bem para Edward.

- Venham vocês dois, agora vocês têm que carregar a marca dos piratas Rock.

Rockbeam pegou facilmente Edward e Jimmy pelo cangote e saiu apressado correndo pelos corredores da nave, pegou um elevador, correu mais uns corredores, e chegou a um lugar que parecia uma enorme sala de controle, computadores enfeitavam a sala e vários alienígenas se mantinham na frente deles digitando.

Mais a frente tinha um lugar mais rebaixado, com um grande banco em formato de carro de corrida, alguma coisa em Edward dizia que ali devia ficar o piloto.

- Adams Ceth – berrou Rockbeam.

Um homem loiro levantou-se do banco em formato de carro de corrida, Edward podia jurar que ele era humano, se não fosse as orelhas pontudas e os caninos afiados. Tinha cabelos compridos e uma faixa no topo da cabeça, um corpo atlético, e uma cara de metido.

- Sim capitão – respondeu o alienígena loiro.

Edward agora o vendo de perto percebeu que ele também tinha olhos de uma cor roxa impressionante.

- Pegue o picada de formiga, vamos batizar esses dois novos tripulantes.

A nave inteira berrou de alegria, o alienígena loiro deu uma risada simpática para Edward e Jimmy e saiu da sala provavelmente para buscar o tal do picada de formiga.

- Onde está Dr. Victor? – perguntou Rockbeam. – Ele precisa passar o gás anti-infectante nos dois – apontou para Edward e Jimmy.

- Ele está dormindo e falou que não vai vir - disse um alienígena sentando na frente de um computador usando algo semelhante a um fone de ouvido.

Antes que Edward pudesse perceber, Rockbeam saiu correndo da sala e voltou com o Dr.Victor, um alienígena com cara de vagabundo e um par de chifres, responsável por jogar urina de vouco na cara de Edward.

Edward não ficou muito animado em rever o doutor.

- Me solta Rockbe...

- Capitão Rockbeam – gritou Anne, enquanto entrava pela porta, se juntando à confusão.

- Sim, Anne – respondeu Rockbeam

- Não, capitão só estava corrigindo o doutor – disse Anne com seu cabelo tingindo de cor púrpura.

- Você é tão bonitinha quando está envergonhada, Anne – disse Victor rindo.

Anne jogou umas das suas facas a lazer mortais na barriga do doutor, Edward por um momento achou que Anne tinha matado o Dr. Victor.

Mas o doutor se levantou como se nada tivesse acontecido, simplesmente tirou a faca lazer da barriga e surpreendentemente o corte se curou na hora, sem deixar cicatrizes.

- Cuidado Anne, isso pode machucar alguém – disse Victor jogando de volta a faca para Anne.

- Ele é um Esculápio, são seres com capacidade de autorregeneração – disse Jimmy esclarecendo para Edward o que tinha acabado de acontecer.

O doutor se aproximou de Edward e Jimmy.

- Então quem vai ser o primeiro?

Jimmy deu um passo para trás e empurrou Edward para frente. O doutor segurou Edward pelo braço.

- Ótimo você vai ser o primeiro.

Victor levou Edward até uma mesa, enquanto toda a tripulação assistia à cena, Edward ficava imaginando como seria tal marca, será que ele receberia alguma medalha ou fariam algum tipo de rabisco nele.

De repente, enquanto Edward estava distraído o doutor o empurrou na mesa, Edward caiu de costas e rapidamente sentiu as mãos e os pés serem presos por algemas.

- Mas o que...

- Aqui está a picada de formiga.

Disse Adams entrando na sala com uma enorme arma na mão, a arma tinha uma boca maior do que uma bola de boliche, dessa enorme boca saíam várias lâminas prateadas, parecia um instrumento de tortura.

Para o pavor de Edward, Adams se aproximou dele com a arma, Edward não precisa ser um gênio para saber que iam usar aquilo para fazer a marca.

- Aonde vai ser a marca capitão – perguntou Adams.

- Calma aí, vocês não tão pensando em usar essa arma em mim – revoltou-se Edward. – Eu não concordo com isso, me solta daqui. Me solta daqu...

O Doutor colocou uma faixa na boca de Edward para calá-lo, o que fez ele se revoltar ainda mais.

- Então, capitão aonde vai ser a marca – perguntou Dr.Victor sorrindo, estava obviamente se divertindo com aquilo.

Rockbeam olhou pensativo para Edward.

- Que tal nas costas e bem grande, capitão – Sugeriu Anne enquanto seu cabelo adotava um tom amarelado. Para raiva de Edward, ele podia ver a sombra de um sorriso no rosto sempre mal humorado de Anne.

- Nas costas, perfeito – disse Rockbeam animado. – É bem grande Adams.

O doutor apertou um botão e Edward flutuou acima da mesa, virou-se, e voltou para mesa, agora com as costas para cima, tiraram sua camisa, Edward ainda tentou espernear e berrar em protesto, mas com a boca tapada e as algemas extremamente apertadas, todo protesto era inútil.

Edward sentiu um spray gelado nas suas costas, e começou a ouvir um barulho aterrorizante da picada de formiga funcionando, Edward apenas fechou os olhos.

Depois de cinco minutos de dor aterrorizante, lá estava Edward com o símbolo dos piratas Rock tatuado em suas costas, os vivas e os cumprimentos que todos os piratas deram para Edward sem dúvida o fizeram sentir bem, viu de relance Koude no canto com olhar de desaprovação, mas isso não importava, agora não importava a dor, nem sua premonições, não importava nem que tinha que voltar para casa. Pela primeira vez na vida, se sentia feliz em fazer parte de algo.

Acabando de cumprimentar todos os piratas, Edward se virou sorrindo maliciosamente para Jimmy.

- Agora é sua vez.

O doutor já ia agarrar Jimmy que tentava escapar quando a nave deu uma forte tremida, jogando todos no chão.

Adams correu até seu posto no banco parecido com um carro de corrida, Anne correu até um computador no canto esquerdo da nave.

Anne olhou apreensiva para o computador.

- Três naves da UAI estão fazendo um cerco em nós.

- Capitão, os motores foram danificados, não podemos nos mexer – disse Adams baixo.

Todos piratas estavam apreensivos, pelo jeito a situação não era boa, Edward se aproximou de Jimmy.

- Afinal, que é essa tal de UAI?

- Unidade de Apreensão Intergaláxica – disse Jimmy assustado – São os responsáveis por patrulhar a galáxia e capturar piratas. Agora, temos três naves deles em nossa volta e estamos sem motor.

Realmente, a situação não parecia nada boa.

- Capitão, temos um pedido de contato vindo das naves da UAI – disse Adams.

- Autorize.

O rosto de um alienígena gordo e vermelho com três olhos e sem nariz apareceu em uma grande imagem holográfica no meio da cabine.

O alienígena usava uma boina azul escuro com um símbolo redondo com asas ao lado e três símbolos dourados no meio, Edward deduziu que aquele devia ser o símbolo da UAI.

- Pirata Rockbeam Kidd, exigimos sua rendição estamos com três naves fortemente armadas a sua volta, e estamos ciente de que sua nave está com o motor danificado. Renda-se pacificamente, se resistir seremos obrigados a abrir fogo.

Rockbeam deu as costas para a imagem holográfica, andou em passos lentos até um tipo de compartimento na nave, tirou algo que Edward não conseguiu ver, de repente ele se virou em uma velocidade impressionante e disparou um tiro na direção da imagem holográfica.

Apesar de uma bala não poder acertar uma imagem holográfica, o alienígena gordo estava encolhido, suando frio como se se protegesse da bala disparada por Rockbeam.

Rockbeam sorriu triunfante.

- Só três naves – berrou Rockbeam – Tragam uma frota inteira de guerra, se quiserem enfrentar os piratas Rock.

Todos os piratas berraram alto, Edward entre eles, fazendo um barulho ensurdecer, deixando o alienígena vermelho e gordo ainda mais aterrorizado. Por fim, Rockbeam subiu em cima de uma mesa de mapas no meio da cabine.

- Irmãos de armas, se preparem porque hoje, – Berrou alto o capitão Rockbeam –, dormiremos no inferno

A frase veio acompanhada de berros e tiros de plasma.

Augusto Ferreira
Enviado por Augusto Ferreira em 01/04/2011
Código do texto: T2883298