REBELDES (episódio 1.3)

Dedico esse episódio ao meu querido amigo Dan Will, escritor aqui no recanto também.

E agradeço a todos que acompanham a série, pois tenho uma enorme satisfação nas leituras. Graças a vocês fiquei em primeiro lugar com dois textos. Obrigado Gente.

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REBELDES

EPISÓDIO 1.3: Dan Wake o Avassalador

Na terça tudo correu bem, exceto para os perdedores, eu fiquei triste ao notar que Luc se encaixava nessa categoria, mas não dei muita importância a isso, ele ainda senta com os populares então não é um perdedor né?

Pelo menos eu acho.

Notamos uma algazarra no pátio onde há os anúncios do mural, estava lotado de garotas loucas e até garotos, todos conversando demais e eu quis saber por que.

Drake e eu abrimos caminho no meio da multidão e logo percebemos o porquê.

Dan Wake viria à escola dar uma palestra sobre drogas na adolescência ou qualquer coisa do tipo.

Dan Wake é nada mais nada menos do que o cantor mais popular do Arizona, e também super conhecido no mundo, por isso tanta gritaria. Ele é intitulado de O avassalador, ele é tão incrível que faz homens se apaixonarem. Dei graças aos céus por não acontecer comigo.

“Dan Wake na escola. Que bobagem.” Disse Drake.

“Concordo.” Falei.

Batemos as mãos uma na outra como se fossemos amigos de

infâncias e saímos para a próxima aula.

A pobre professora de espanhol tinha que interromper direto a aula, por conta do tema da semana na escola, Dan Wake.

Era ridícula essa idolatria.

Um cantor com apenas três discos e é mais idolatrado do que Jesus Cristo. E ele ainda nem foi pra faculdade.

Tá bom, eu confesso que sinto uma pontada de inveja dele, mas nem se compara. Tenho talento, mas não como ele.

Bem durante toda a terça o tema era esse, o avassalador estaria na sexta-feira no colégio e lá permaneceria até o domingo.

O pior:

Passaria o fim de semana com um aluno premiado.

Se você está se perguntando “Como?”

É o que fizer o melhor depoimento sobre drogas.

Pior impossível não é mesmo?

“Como eles conseguiram trazer Dan Wake pra cá?” perguntei.

“Meu querido, essa escola é tão bilionária que pode trazer até Lady Gaga.” Disse Luc.

“Mas por que ele vem falar sobre droga?” perguntei.

“Cara, você precisa ler. Ele já foi usuário e já escreveu três livros sobre drogas e mais uma autobiografia, ele é um ídolo. E na escola dele, ele é um rei.” Disse Luc de novo.

Eu e Drake nos entreolhamos.

“Você parece uma tiete.” Disse Drake.

“Ele é o máximo. Não posso mudar isso.” Disse ele.

“Luc, você é engraçado.” Falei.

“Sou?” ele emburrou-se.

Luc apressou o passo e saiu andando bravo comigo.

Mas o que eu ia fazer? É verdade que ele parece uma tiete.

“Uhh ele se estressou.” Disse Drake.

“Deixa ele.” Falei.

“E aí caras, o que fazem?” perguntou Ryan chegando.

Nós estávamos no pátio.

“Nada.” Falei.

“Hey, esse carinha que vem à escola já está aqui perto em Phoenix, tem um showzinho particular. Querem ir?”

Ele balançou os ingressos.

“Cara, pra falar a verdade acho que não.” Falei.

“Ah vamos! Só para nos distrairmos.” Disse ele.

“Ok.” Drake se convenceu.

“Tá.” Concordei.

E lá estávamos nós na noite daquela terça, o show estava abarrotado e achei idiotice estar ali.

Mas então o tal cara entrou no palco.

Moreno, forte, um boné dos Yankees, camisa e calça colada no corpo e uma jaqueta com luzes em neon.

Cara... Ele é mesmo tudo que falaram.

Uma mistura de rapper com rockstar.

Drake estava tão maravilhado quanto eu, pulamos durante todo o show e na volta pro colégio ninguém parou de falar sobre ele.

“Valeu Ryan.” Agradeci.

“Imagina. Tchau caras, em breve me mudo para esse dormitório.” Lembrou-nos.

Entramos onde Luc nos esperava.

“Por onde andaram?” perguntou ele.

“Luc você nem imagina. Fomos ao show do DW e simplesmente babamos. O cara é muito bom. Desculpa te chamar de tiete.” Disse Drake.

“Tudo bem, vocês querem saber mais sobre ele?” perguntou.

Eu e Drake nos entreolhamos de novo.

“Acho melhor dormir. Agente tem apenas quatro horas de sono antes que chegue a hora de estudar.” Falei.

“Tá.” Disse Luc decepcionado.

A quarta e a quinta-feira foram normais, exceto pelo fato de que todos os alunos, sem exceções, esperavam Dan Wake.

Na sexta-feira todos se aglomeraram no ginásio maior, nós praticamente acampamos lá dentro para pegar a primeira fila de bancas.

Conseguimos.

E também já tínhamos cada um o seu depoimento.

Só nos restava a sorte.

E para mim ela veio.

Todos adoraram uma paródia que fiz cantando e tocando de uma música dele, só que mudei a letra para algo sobre drogas e todo mundo me elogiou.

Fiquei imensamente feliz quando fui escolhido e subi para dar-lhe um abraço.

Depois me veio a decepção.

O cara era super antipático.

Sofria de estrelismo.

No sábado quando fui passar o dia com ele, ele me fez uma oferta.

“Te dou cem dólares para você se mandar daqui e fingir que eu sou maravilhoso como dizem.” Disse ele.

Eu fiquei boquiaberto, abobalhado sem saber o que dizer.

O tal cara não era o que diziam.

Ele era uma estrela e como a maioria delas. Ele era chato.

“Não obrigado. Pra ficar longe de você. Eu fico até de graça.” Pisquei e fui embora.

Decepcionado.

A pior decepção da minha vida. Talvez.

Além de Kanye ter levado meu filho.

Dan Wake nem era tudo aquilo que pensavam.

E isso me deu tanto ódio que decidi ser uma estrela.

Eu tenho voz e simpatia.

Eu vou ultrapassar o Dan Wake.

Eu prometo.

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Galerinha próximo episódio será o primeiro ep especial, Beijos

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 16/03/2011
Código do texto: T2851328
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