Apuã e Guaraci: Um amor sem limites

Um amor de índios que embeleza mais a estória. Viaje neste mundo da fantasia onde somente a imaginação cria asas para voar. É uma curta estorinha, mas despertará a sua mente, reativando-a.

Tudo ocorria muito bem na tribo Kayapó, na floresta Amazônica, onde os pássaros de diversas cores cantam e deixam tudo mais bonito.

O pajé, chefe-geral da aldeia, fazia seus rituais que mantinham a tradição dos índios Kayapós.

Uma bela moça, morena de olhos castanhos, lábios de mel, cabelos longos e escuros, conhecida simplesmente por Guaraci era filha do valente Pajé __ desejada por todos os rapazes da aldeia, porém, não dava atenção para qualquer um.

Lá os índios nasciam, cresciam e morriam nus __ não cobriam suas partes íntimas, pois isso era totalmente normal para eles.

O termo Kayapó na linguagem indígena significa homens semelhantes aos macacos, isto porque nos rituais sagrados eram utilizados pelos homens máscaras de macaco, daí a origem do nome da tribo.

Um jovem rapaz, forte e elegante, chamado de Apuã, tinha um lindo papagaio que gostava muito de repetir o que os outros falavam. Era muito conversador.

Certo dia, o jovem deu-se de cara com Guaraci que acabaram se apaixonando. Foi amor à primeira vista.

___ Que papagaio bonito! É seu? pergunta a índia.

___ É sim. diz o jovem índio quase que sem palavras.

___ Como ele se chama? pergunta novamente a índia.

___ Ainda não dei um nome a ele. diz Apuã.

___ Tenho que ir. Depois podemos conversar melhor? pergunta a índia.

___ Sim. É claro. diz o jovem guerreiro.

Noutro dia, os dois foram se encontrar e o lugar donde escolheram foi debaixo de uma palmeira onde adorava cantar um sabiá de estimação do chefe da aldeia.

Os dois de tanto conversar acabam parando, um olha fixamente para o outro e, devagarzinho vão encostando a face até que os lábios de ambos se encontram.

Uma delícia de amor!

___ Seus lábios são tão doces como mel de abelha. diz Apuã.

___ Não. São os seus que tem sabor de Açaí. diz Guaraci.

Depois de discutirem amorosamente qual lábio é o mais saboroso, os dois se beijam novamente.

Kauã, um índio guardião de Guaraci sob as ordens do Pajé, acaba flagrando os dois no maior amor. Então, vai de imediato contar ao seu chefe Pajé.

___ Senhor, lhe trago uma notícia nada boa. diz Kauã.

___ Aconteceu alguma coisa de ruim com minha filhinha? pergunta o Pajé.

___ Não senhor. Apenas a peguei namorando com um indiozinho. diz o guardião.

___ Não posso acreditar. Eu vou matar este miserável. diz o Pajé.

___ Acho que não precisa matá-lo, apenas mande-o embora da aldeia. diz Kauã.

___ Sim, é verdade. Ótima ideia meu amigo. Violência não é nada legal. Quero que você traga-o até a mim. diz o Pajé.

Quando Guaraci chega à sua oca, ela se depara defronte a seu pai, ele a encara com um olhar de colocar medo em qualquer um. A jovem índia começou a ficar assustada sem entender o motivo do tal pai fazer uma cara de homem zangado.

___ Tem alguma coisa a me dizer? pergunta o Pajé.

___ O que quer dizer com isso papai.

___ Não se faça de tola engraçadinha, você sabe muito bem do que estou falando.

___ Mas eu não sei de nada. O senhor está me botando medo.

___ Como é o nome daquele infeliz? Diga-me agora Guaraci.

___ De quem o senhor está falando?

___ Não me faça rir. Refiro-me ao seu namorado que estava beijando.

Guaraci depois de ouvir badernas de seu pai, solta o verbo e fala que ama de verdade e profundamente o jovem guerreiro indígena.

___ Eu o amo mesmo. E é com ele que vou me casar.

___ Não digas besteira sua aberrada.

___ O senhor é um insano. Um louco. Um demente.

Seu pai lhe assenta a mão na sua boca que ela desmaia no chão.

___ Isso é pra você me respeitar, eu sou seu pai e poderia puni-la.

Guaraci quando acorda vai imediatamente comunicar a situação vivida ao seu grande amor Apuã. Ele fica muito triste com a história de seu pai não aceitar o namoro e pede para Guaraci quebrar a regra da aldeia com ele, que era nada mais que fugir e abandonar a aldeia para sempre. Guaraci não achou uma boa ideia, entretanto, um amor sem limites faz tudo. Os dois fogem da tribo onde nunca mais voltam. E, é claro, viveram felizes até que a morte os separaram.

Felekeche
Enviado por Felekeche em 04/02/2011
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T2771308
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