[Original] The Simple Plan - Capítulo 28

Nem todo príncipe é perfeito I - Capítulo 28

Eduardo Mendes

Eu admito que canto bem pra caramba. Arrumei vários pontos com “O que é que tem” e de brinde ainda ganhei uma garrafa de whisky.

- Eu sou foda! - Fui até a mesa onde eu e Eric estávamos sentados. Ele me olhava meio preocupado. – O que é?

- Chega né?

- Chega nada! Agora que eu to curtindo??

- Eduardo, você ta causando cara. Senta ai.

- To sentando!

Eu estava tão alegre. Será que tinha algum tóxico pesado na bebida?

- E para de rir que nem um drogado, porra!

- O que?

- AH, NÃO ACREDITO QUE TE ACHEI AQUI! - Eu olhei pra porta e vi uma pessoa conhecida, mas eu não conseguia lembrar porque a pinga me invadiu o cérebro impedindo-me de reconhecê-la de fato. – Eduardo, amor!

- Ah não. - Eric bateu a mão na testa. – Fodeu, total.

- Quem é a Barbie?

- Como quem sou eu? - Perguntou a menina que parecia conhecida. Só parecia.

- Carolina, péssima hora pra você aparecer.

- Impressão sua amor. – ela mandou um beijo pra Eric, que revirou os olhos.

- É lance seu, Eric?

- Não.

- Ah.

- É lance seu mesmo, Eduardo.

Abri a boca em espanto. Credo! Que mau gosto que eu tenho! E desde quando eu me relaciono com loira platinada? Só bebendo mesmo.

- Não. - Ri mais um pouco, mas sem vontade, pois já estava sentindo uma leve dor de cabeça me dominar. – Não conheço. Eu não...

- Ótimo. Vamos embora. – Eric se levantou e me puxou para irmos embora. A loira segurou meus dedos.

- Eu amo você Eduardo.

- Obrigado. Mas eu não te conheço. – Tentei sorrir, mas a dor de cabeça já estava me incomodando.

- Claro que conhece seu idiota. Eu sou a Carolina, sua namorada!

- Não é namorada dele não! – Eric berrou em discórdia. Eu me vi parado no meio dos dois, só observando.

- E você esta falando o que? Vai lá com a magricela de perna torta.

Eu ri. Eric me deu um pescotapa.

- O que?

- A magricela de perna torta é a Paolla, SUA namorada.

O foda era que eu não estava conseguindo me lembrar de ninguém. Eu só sabia que o Eric era meu irmão por que... Porque... Hã, ele é meu irmão mesmo? O cabelo dele é mais loiro, o meu é mais castanho. Sei não hein...

- MENTIRA!

- Carolina! Ele ta bêbado não desmemoriado.

A loira o ignorou e me lascou aquele beijo, com direito a agarro fatal e tudo. Porque fatal? Bem, ela mordeu meu lábio com força, sangrou.

- Ah não. – Carolina me abraçava com vontade e Eric soltou minha camiseta. Eu sem querer me vi preso à garota. Que mesmo parecendo indefesa era bem mais forte que eu. – Caralho Eduardo!

Paolla Santana

- Seja bem vinda. – A garota com que a partir de agora irei trabalhar sorriu para mim. Ela era negra, cabelos longos e cacheados, um corpo de dar inveja a qualquer branquela sem sal, que no caso sou eu.

- Obrigada.

- Você conhece os irmãos Mendes?

Quem dera se eu não os conhecesse.

- Sim, conheço.

- Então deve concordar que o Eric é mesmo um irritante egocêntrico?

- Concordo plenamente. – Sorri para ela. – Mas porque tanto ódio?

- Eu odeio aquele moleque! Ele é um ridículo. Vive dizendo que vai casar comigo, porque eu sou a única que não cai de amores por ele. – Eu assenti, lembrando-me da época em que Eric era meu problema pessoal. É aquela coisa né? Você acha que vai morrer, mas quando sobrevive e supera vê que não era tanta coisa assim.

- Eu entendo.

- Eu gosto do Eduardo.

Sem querer, eu dei um suspiro. Acho que Bárbara não percebeu.

- Hum...

- É. Ele é sincero, divertido, tem aquele ego de todo menino de 15 anos, mas é especial.

- Muito. – Concordei, tentando soar indiferente.

- Senti algo diferente nesse “muito”.

Eu sorri.

- Tipo?

- Não sei Paolla, mas que pareceu que há algo a mais.

- Nada a ver.

- Tudo bem, eu sei que agora você ainda esta meio sem-graça, mas isso passa.

E antes que eu pudesse responder, ela foi em direção à entrada da loja, receber os clientes que chegavam.

Eduardo Mendes

- Olha garota, pare! – Eu disse a Carolina, tentando desgruda-la de mim. – Eu não gostei de você.

- Carolina! Solta ele porra. Temos que ir embora! – Eric também tentava me ajudar, mas a loira estava impossível.

- Eu vim aqui atrás de você por causa da sua mãe e agora você vai ter que me levar em casa! – Eric e eu nos olhamos preocupados. – E se você não me levar eu conto tudo pra sua mãe.

- Você ta falando sério, garota? – Eric perguntou a medindo com raiva.

- É lógico idiota, acha que eu vim ao bar pra que?

Eric não respondeu nada, mas tive a impressão de ter ouvido Eric a mandado ir se foder.

- Eric, eu levo ela. – Eu disse, sentindo que eu não deveria fazer isso. Mas prefiro que a bronca da minha mãe espere um pouco mais. Ainda mais se ela sentir cheiro de álcool em mim.

- Eduardo, tem certeza que não quer que eu vá?

- Nossa, Eric! – Carolina o olhou com impaciência. – O que eu posso fazer demais com ele?

- É. Eu... – respirei fundo. – É rápido... E a casa dela é perto, e já ta ficando meio que escuro também. – Falei, recobrando um pouco da minha memória.

Eu não acredito que passei toda à tarde em um bar... O que eu sou agora? Meu Deus.

- Ok, me liga assim que puder.

- Quem vê pensa. – Eric revirou os olhos. – Não gosto mais de você Eric!

- Que bom. Me poupa de fingir que gosto de você.

Os dois se olharam furiosamente e eu suspirei, puxando Carolina dali. Beber já não tinha valido de nada. Eu estava mais irritado do que antes.

- Vamos Carolina.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 03/02/2011
Reeditado em 21/06/2014
Código do texto: T2768736
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