Ela veste preto, mas o baile é cor de rosa. Cap24.

Tá compridinha, mas vale à pena!!! Bjus!!Boa leitura!!!!

Comentem o que acharam!!!

Dora, ao olhar para o rosto do mascarado fica catatônica sem conseguir ter alguma reação por mais que tentasse.

– D a v i d!!!! – sussurra trêmula.

O rapaz então a olha por alguns segundos, fazendo mistério antes de responder, mas continua com o mesmo sorriso debochado na cara.

– Não querida! Esse milagre não aconteceu! – responde. – Sou Aidan, primo do David e por azar, se perguntarem eu nego, do Paris.

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Nome: Aidan Silver Castel

Status: Primo de 1°grau dos Silver Rock.

Idade: 21 anos.

Hobby: Criar situações desafiantes.

Livro de Cabeceira: Revistas Pornôs.

Frase: "Para bom entendedor, meia palavra basta."

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Ela não conseguia falar nada diante da semelhança de ambos que pareciam ser a mesma pessoa. Continuava com aquela expressão de quem viu um fantasma e se sustentava nas pernas por milagre. Vendo aquele rosto, seu mundo que começava a se firmar, novamente veio abaixo.

Aidan se aproxima dela, olha fixamente em seus olhos e baixando o tom de voz lhe diz.

– Nossa! Sua cara tá branca que nem papel! O que você achou? Que seu amor do passado voltou dos mortos pra fazê-la feliz por mais uma última noite! Lamento querida, mas o mundo real não é assim! Contos de fadas, você já tá bem grandinha para acreditar nisso, não acha? Mas admito que foi bonitinho, sério fica charmoso em você! – terminou, segurando a ponta do queixo dela.

Dora então bate na mão direita de Aidan e responde seca, se recuperando.

– O quê eu acho? Eu acho que os Silver Rock são o pior tipo de lobo em pele de cordeiro que há no mundo!

E com lágrimas sem controle rolando dos olhos, correu para fora da sacada, se afastando da sala o máximo que conseguiu. Só pensava em como tamanha semelhança era possível e pior, o quê Alonso estaria pensando sobre ela agora. Estava indo atrás dele, quando sua mãe a interrompeu.

– Ele já foi! Também, depois da sua cena de reencontro de novela!

Dora não deu muita importância para o que Lara disse. Então ela a deteve, segurando o braço da filha que ameaçou insistir na procura de Alonso, continuando.

– É melhor assim, sinal de que as coisas estão voltando aos seus eixos. Isso não ia durar mesmo! Óleo e água não se misturam, já diziam os primeiros. Vá lavar esse rosto e me espere. Hoje você vai pra casa mocinha!

Angustiada, resolveu dar um tempo para tudo que aconteceu e obedecer, indo finalmente para o banheiro. Na saída encontrou com o mascarado da piscina.

– Boas notícias! Um dos caras reconheceu o suspeito loiro!

– Sério? E quem é ele?

– Você vai se chocar, e sendo quem ele é não íamos encontrá-lo na foto com os rapazes nunca!

Curiosa, Dora seguiu Leo, que a levou até os caras ansiosos para revelarem quem era o lorinho e sumirem dalí, evitando problemas.

– É aquele alí! – disse o cara, apontando o dedo indicador para o palco.

– Tem certeza! Que brincadeira é essa? – pergunta Dora, boquiaberta.

– Claro minazinha! Ele vestido dos pés a cabeça parecia um dos nossos, mas eu vi a cara dele que era diferente. Achei o mano bonito e tudo. – confessou, enquanto o outro lhe estranhava.

– Agora você já sabe por que! – diz Leo, rindo.

Dora não quis saber de mais nada, subiu ao palco a fim de desmascarar o loirinho.

– Então, muitas compras na Carnation Street, Mell? Alguma lojinha que eu não conheça? Quem sabe uma noturna que vende coisas “raras”?

– Eu não faço idéia do que você está falando! Aconselho que vá ter seus delírios com outra pessoa! – responde Mell, destoando-se do assunto.

O baile pára e a galera em peso começa a prestar atenção no embate.

– Eu estou falando sobre você, toda disfarçada e o David na Carnation Street comprando meta-anfetamina nas madrugadas antes dele morrer. – acusa enfurecendo-se.

– Olha Dorita, você tá louca! Eu não vou ficar perdendo tempo com mais um dos seus showzinhos. Isso já tá perdendo a graça!

Mell faz sinal para a música seguir e ia recolocando a máscara que tirou para a apresentação no palco quando o acusador grita.

– Tenho certeza que você era o maninho que ia com o finado David lá no nosso gueto pegar uns produtos com a gente. Ficava na surdina, sempre fazendo doce, achamos até que o David era fruta, mas agora tá explicado, ele corneava a minazinha com a melhor amiga! Típico!

– Cala a boca, seu pobretão de merda! Quem foi que autorizou a entrada desse coitado no nosso meio? Gente como ele não merece nem respirar o mesmo ar que o nosso! – grita Mell nervosa.

– Calada você moça, ele e o amigo estão aqui ajudando uma investigação de polícia! – disse Leo, identificando-se detetive. – E se eles quiserem podem fazer uma acusação contra a senhorita por calúnia e vamos todos terminar essa noite na delegacia. Se não quiser acho melhor começar a falar.

Um silêncio constrangedor tomou conta do local, buchichos eram ouvidos em alguns cantos, em outros, pessoas se retiravam sorrateiramente.

– Ah Dora! Como chegamos a esse ponto? – pergunta Mell destruída.

– Eu não sei. Me diz você! – responde Dora, também abalada.

– Está bem! Nunca fui nada perto de você, era só a amiga! Uma ponte pra se chegar até Dora, a rainha de New Park! Eu aceitava porque era isso ou nada, ser só mais um projeto nas mãos da poderosa. Mas aí um dia ele apareceu, recém chegado no bairro e como era lindo, disse se chamar David e parecia tão especial olhando pra mim. E como sempre, você chegou e tudo mudou. Pensei uma noite que ele foi me procurar lá em casa porque me pediria em namoro, mas em vez disso quis saber se eu lhe apresentava à Dora.

– Eu nunca soube disso, me desculpa. Por que você não me contou?

– Será que você realmente queria saber? Acho que não Dora. Aquela época você não estava tentando ser essa santa! E senti tanto ódio quando ví vocês juntos pra cima e pra baixo, aquele namorico adocicado, o casal perfeito! Por favor, me poupe! Comecei a tentá-lo, chamá-lo, seduzi-lo, até que ele caiu e comigo David era verdadeiro, o cara asfixiado por esse bairro, pelos seus padrões impossíveis e dessa gente ordinária!

O pessoal vaiava enquanto Mell continuava.

– Comigo ele se drogava, amava, era violento, divertido, falava absurdos que você jamais escutaria, mas eu sim. Agüentei tudo calada e o convenci a fugir daqui, íamos depois do seu bailezinho cor de rosa, imagine como você ficaria, abandonada pelo seu David. O príncipe fugindo do castelo e trocando a princesa pela bruxa. Seria a vingança perfeita! – ri empolgada.

– Mell, você me odeia tanto assim? – pergunta Dora assustada.

– Você me obrigou a isso! E o pior é que sabe lá como ainda tem sorte, pois na hora H ele não quis vir comigo. Quando você foi ver a briga do Paris lá fora eu o chamei rapidamente para combinarmos os últimos detalhes no terraço e lá, David deu pra trás.

– Ele estava estranho, talvez quisesse me avisar ou me pedir em casamento. Perdão, não sei! – relembrou Dora.

– Aí você se enfureceu e o empurrou para fora do prédio? – perguntou Leo.

– Não foi assim! Eu fiquei furiosa, mas apenas saí e o deixei lá. Não matei o David, eu juro. O casal ridículo não valia isso! Ele a amava!

– Eu tenho pena de você Mell! – sussurra Dora arrasada.

– Pois não deveria, porque meu único desejo nessa vida é te ferrar com todas as minhas forças!

O barraco prometia entrar noite adentro até que o reitor da faculdade interrompeu.

– Bem, creio que seja tudo por hoje. Dêem o baile como encerrado e um ótimo repouso pra todos. Obrigado por comparecerem!

– Essa senhorita deve sérias explicações à polícia senhor reitor. – diz Leo, querendo prendê-la.

– Hoje não! Amanhã cedo ela estará na sua delegacia acompanhada de um advogado, eu prometo e me responsabilizo, conheço a família dela que tem muito prestígio e são meus amigos. Vou contar o ocorrido ao pai dela e tudo será esclarecido! – responde o reitor, tomando Mell pelo braço.

A noite acabou e o que deveria ter sido um baile para deixar Dora mais confiante em sua vida sendo retomada foi uma sucessão de pequenas tragédias.

– Até quando? – ela se perguntava, indo embora com sua mãe.