Destiny: Caminhos cruzados. [cap 3]

Eu parei diante do grande portão azul... olhei em volta, parecia ser um internato, algo do tipo. Peguei o papel que minha vó havia me dado, tia Raquel, ele morava lá? Quem seria ela? Eu havia pegado dois ônibos e esperava do fundo do meu coração que valesse a pena. O portão estava trancado, não havia campainha, não havia nada que me fizesse ter acesso a essa coisa.

Como entrar? Não passava ninguém por lá, não tinha porteiro, não tinha nada.

Eu coloquei meus ouvidos ao solo, uma técnica que minha vó tinha me ensinado há muito tempo. Não senti nada de util, não ouvi nada.

Estava começando a me irritar, tinha andando todo esse tempo para nada!

Era melhor procurar informação pela cidade.

A cidade parecia deserta, ninguém na rua, nem um pássaro, nenhuma alma viva. Nada! Foi ai que ouvi algo relativo a uma manada... bois enfurecidos, algo do tipo, então, olhei para trás. Cavalos se aproximavam, muitos deles, era montados por garotos uniformizados. Estava preste a ser atropelada por essa visão quando algo me chocou contra a calçada. Estava a salva.

Quando me refiz do susto, vi que tinha um menino sob mim.

- Machucou?

- Só vou poder responder quando você sair de cima de mim! - respondi irritada.

- Ah! perdão.

Ele se levantou limpando o uniforme que ele tinha desarrumado. Estendeu a mão para mim.

- Danilo, prazer.

Eu estava com alguns arranhões no joelho e no braço, nada mais, no resto eu estava intacta.

- Anne.

- Então Anne, você não parece ser daqui, parecia estar perdida, quase foi atropelada pelos cavalos.

- O que foi isso?

Ele riu.

- Uma festa anual que acontece todos os anos no segundo bimestre aqui em Neox. A banda da escola se apresenta, junto com as dançarinas da escola e todos os atletas.

- Escola?

Ele apontou para o grande portão ao qual eu estava parada anteriormente.

- A unica daqui.

- A cidade é pequena então.

- Sim, muito. Só consegue viver aqui quem tem bastante dinheiro e posses, os impostos são altos e as contas nem se falam... desse modo os pobres embarcaram para outro lugar. Um lugar onde eles pudessem se manter.

- Entendi...nunca ouvi falar dessa cidade, muito menos dessa festa anual.

- Caramba! De que mundo você veio? Todos já ouviram falar dessa cidade, apesar de ser pequena e afastada.

- Pois é, realmente eu não sou daqui.

- De onde você veio?

Eu fui pega de surpresa. Quando ia responder, ouvi alguém gritar:

- Ei Danilo! Está na hora da sua apresentação! Faz uma hora que estamos te procurando! - era outro menino.

- Meu cavalo! Ele sumiu - respondeu Danilo - Se assustou com alguma coisa e saiu correndo.

- Então precisamos encontra-lo, antes que dê tudo errado!

Ele saiu correndo me deixando parada ali.

Eu resolvi andar sentido contrário a festa de abertura, precisava evitar aglomerações se não alguém iria acabar por me descobrir.

Minha barriga roncava de fome, queria comer alguma coisa, então, resolvi andar a procura de comida, mas percebia que quanto mais andava, mais me afastava da escola. Andei tanto que cheguei até algum tipo de lagoa, uma lagoa límpida, uma lagoa linda. Em volta, era repleta de flores lindas e bem cuidadas pela natureza.

Era uma visão dos deuses, me ajoelhei e agradeci aos grandes supremos:

- Alá Dekatê, echilá monmalá, monmalá! - que em português significava - Agradeço a visão, grandiosa e explendorosa!

Ao me levantar me deparei com um cavalo assustado e, também enfurecido.

- Uou! Calma ai cavalinho... - fui me aproximando devagar.

Ele ia para trás relinchando.

- Calminho ai, eu não quero te fazer mal.

Ao poucos fui chegando perto, até começar a acariciar ele.

- Que lindo que você é... - eu sorri - eu vou te montar okay?

Subi nele, e senti como se nada mais pudesse me deter. Então, segui adiante cavalgando sem destino, cabelos ao vento, o ar que entrava pelos meus pulmões era revigorante.

- Ali! Peguem ela! - ouvi uma voz feminina dizer.

Me voltei para a pessoa, e era uma menina de cabeleira loira e longa, apontando para mim e ordenado que aquele bando de meninos, que quase tinham quase me atropelado hoje cedo, corressem atrás de mim, com aquela "manada"!

- Eu posso explicar!

- Não deixem que ela escape, vamos!

Eu não tinha outra saída a não ser correr com o cavalo. Pra falar a verdade, estava adorando tudo isso.

Sorri:

- Vamos ver cavalinho até onde eles são capazes de me pegar!

E sai em disparada com meu mais novo amigo cavalo!

Line Alone
Enviado por Line Alone em 13/12/2010
Código do texto: T2670146
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