Destiny: Caminhos cruzados. [capítulo 1]
Estava andando a uma semana , sem parar, sem descansar, sem água, sem comida. Era uma guerreira, nada iria me fazer desistir de lutar, de tentar e acima de tudo, de conseguir.
Foi difícil sair daquela guerra, mas o mais difícil eu tinha conseguido: Despistar o monstro que me perseguia. Mas não era o bastante, pois não tinha ultrapassado a fronteira que separava minha cidade das outras.
A uma altura dessa, meu rosto deveria estar estampado em tudo que era jornal, telejornal, internet e tudo mais que pudesse existir em relação a meios de comunicação. Como iria passar pela fronteira? Certamente os soldados já deveriam estar instalados lá desde o dia da invasão. Sentia uma raiva crescer dentro de mim. O Jeremh estava fazendo com que o povo pagasse por uma coisa que dizia respeito apenas a mim e a ele. Mais a ele do que a mim.
Sua mania de possessão, sua mania de dominação, de achar que todos são seus, não vai acabar por destruir apenas a minha cidade natal, muito menos o meu país. Iria acabar por destruir o mundo. E só eu poderia o deter.
Só tinha uma solução para poder enganar aqueles soldados.
Estava calor, por natureza essa cidade já era quente, mas hoje, parecia que tudo, conspirava contra mim.
Procurei um lugar que ninguém passasse e me sentei em meio a umas pedras. E como estava quente, sentia como se o calor pudesse perfurar minha roupa, mesmo assim, não podia ligar para este "pequeno detalhe", tinha de me concentrar e encarar aquilo como mais uma de minhas missões, mesmo sabendo que aquilo era muito mais que uma missão. Me abaixei e peguei uma pedra e comecei a serra-la contra outra pedra até ela ficar afiada bastante que pudesse cortar até o mais grosso pedaço de carne, fui treinada para me virar e era o que eu estava fazendo.
Quando a faca ficou bem afiada eu suspirei e, com uma determinação, eu a passei sob meu cabelo, deixando a primeira mecha preta cair, em seguida outra, depois mais outra, até sobrar um cabelo bem curto. Longe de ser o que ele havia sido um dia.
Escondi os cabelos para não deixar prova. Isso, talvez, pudesse me disfarçar bem, mas ainda não era o bastante. Precisa de algo mais. Prendi meus cabelos e com a faca afiada cortei minhas roupas, a roupa que eu estava usando, era roupa de alguém importante, e não era o que a impressão que eu queria passar. Com o que sobrou, fiz uma trouxa, queria parecer uma viajante pobre. Fiz alguns cortes em mim mesma no rosto, queria ficar muito diferente. Peguei um pedaço da minha camiseta e amarrei a faca na minha coxa, cobrindo com o pedaço da calça que sobrou. Tudo pronto.
Segui viajem e após alguns minutos pude notar uma aglomeração, sabia que era a fronteira da cidade.
Muitas pessoas iam embora de carro, não sem antes passar pelo líder dos soldados. Um grandalhão mal encarado. Estava uma tremenda bagunça. Foi ai que tive a idéia de passar em meio as pessoas de modo que o grandalhão não me visse. Era arriscado pois eram muitos soldados, mas eu sabia que poderia conseguir se tomasse o devido cuidado.
Foi o que aconteceu. Teve um soldado que ficou com olhar penetrante para mim, pensei que ele havia me reconhecido, mas graças aos ferimentos e os trapos que eu estava usando, além do meu cabelo curto, ele nada percebeu e eu pude seguir viagem.
Sorri só de pensar que estava livre do Jeremih, mas estava triste pelo povo que ficou condenado a ele, pela cidade que estaria destruida e acima de tudo pela minha vó que pagaria um preço altissimo por ter me ajudado a fugir. Eu ainda vou salva-la. Sei que vou!