Ela veste preto, mas o baile é cor de rosa. Cap13.
Por milagre Alonso apareceu do nada na hora certa. Mas como era possível, pensava Dora.
– Cara, solta ela! Ou eu vou ter que ir aí pra te obrigar! – gritou novamente.
– Olha playboy, como fala comigo ou vai acabar num lugar muito pior do qual eu ia levar sua namoradinha! – diz o grandalhão com raiva.
– Ninguém quer brigar aqui. É só você ser cavalheiro e largar a menina, todos vão embora, esquecemos o que aconteceu e a noite continua. Simples assim, e a propósito ela não é minha namorada! – termina olhando para Dora que olha de volta surpresa por ele frisar uma coisa dessas naquela situação.
O homem rindo, abaixa a cabeça em direção a ela e comenta.
– Xiiiii gata! Tu é carne de pescoço mesmo, nem o cara que tá te salvando quer nada contigo!
Vendo que o homem se distraiu, Alonso se aproxima dos dois e dá um empurrão nele que abranda os braços em torno de Dora com o susto. Ela consegue finalmente se desvencilhar dele e corre para perto de Alonso.
Eles já estão indo embora, tentando passar pelo meio das pessoas que se juntaram para ver o ocorrido muito comum naquela rua, porém Alonso sente uma mão enorme lhe passando pela frente e tomando o colarinho. Sendo puxado para trás num só impulso e caindo no chão, ele não pôde fazer nada para evitar a queda com tanta violência que acabou raspando o braço no asfalto.
– Um pra mim. Zero pra você! – grita o marginal sentindo-se vitorioso.
– Ainda não! – diz Alonso se levantando.
Dora puxa Alonso pra perto dela e cochicha.
– Alonso, vamos embora! Não precisa fazer isso, olha como tá o seu braço. – aponta para o braço direito todo ralado.
– Não foi nada! E eu acho que eles não vão deixar a gente ir embora antes de uma boa briga. Só sair correndo você viu que não vai funcionar!
Mal completou essas palavras foi puxado de novo pelo grandalhão que dessa vez dava socos nas costas. Alonso se protegia e conseguiu acertar algumas mãos certeiras no queixo do marginal.
– Eu sou canhoto! – sussurrou para Dora que não entendia como ele iria brigar com o braço direito ruim. Ela sorriu pela ironia apesar de tudo.
O homem começou a cambalear, pois tinha queixo de vidro, as pessoas do local não estavam gostando do forasteiro estar ganhando até que uma delas dá ao cara uma garrafa de vidro e num descuido de Alonso, lá vai a garrafada direto na sua moleira.
– Não é justo! – grita Dora.
Alonso cai desmaiado no asfalto, sangrando muito na nuca. Dora quer socorrê-lo, porém ninguém deixa.
– Finaliza! – gritavam.
Quando o grandalhão ia fazer isso ouvem a sirene da polícia despontar no começo da rua. A situação é de pânico geral e todos correm tentando achar um buraco para se esconder deixando Dora e Alonso lá no meio do asfalto.
Ela pula para perto do moço e começa a verificar o que aconteceu com ele que abre um pouco os olhos.
– Tá tudo bem Dora? A gente ganhou? – pergunta olhando para os lados e não vendo ninguém ao redor.
– Parece que sim! – responde passando a mão em sua cabeça para estancar o sangue.
– Não se preocupa Alonso. Vai ficar tudo bem!
Tentando tranqüilizá-lo, ela lhe diz isso vendo que a polícia se aproxima. Eles param e um deles desce lhe dizendo.
– Ora, ora, mas que mundo pequeno esse!