Na sua pele. Cap. 17

N/A: Comenta aew, gente! :D

Cap. 17

POV Annabelle

Só de pensar que eu não era mais eu, que eu jamais sentiria de novo o gosto dos lábios da pessoa que eu mais amava naquele universo, que ele ia me achar uma desconhecida, algumas lágrimas começaram a escapar do meu rosto.

Eu tinha que achar uma maneira de voltar a ser eu mesma, por que, a

Débora iria se aproveitar do fato de estar dentro de mim para poder, ficar com o meu namorado.

Eu nunca tinha visto alguém tão maldosa. Como ela tinha conseguido fazer isso?

-Débs, Débs... Por que você tá chorando, meu amor? – Perguntou Lucas, erguendo com um de seus dedos frios o queixo que agora me pertencia.

-Lucas...Eu...Será que se eu contar você vai acreditar?

-Hã? Do que você tá falando? Tem alguma coisa que você tá escondendo? Pode contar para mim, Débs. Eu jamais vou contar pra ninguém, posso te ajudar a resolver, odeio ver você chorando.

-Eu...Tá bom...O fato é que...Lucas...Eu não sou a Débs...

Ele franziu o cenho.

-Como assim não é a Débs?

-Pode parecer loucura mas...Eu sou a Annabelle.

A expressão dele não foi nada de que estava acreditando.

-Olha... – Pisquei, deixando uma lágrima escorrer. – Ontem a noite, eu era eu mesma, estava no meu próprio quarto, mas hoje, quando eu acordei...Eu tinha virado a Débora, por isso que eu te tratei bem, eu não sou ela! Eu precisava vê-la, eu achava que tudo isso era novidade pra ela também, mas na verdade ela já sabia que ia acontecer, e ela fez tudo isso pra poder ficar com o meu namorado e... –Parei quando percebi que Lucas já estava prestes a rir.

-Débs, você andou tomando muitos remédios, foi?

-NÃO, LUCAS! Eu não sou a Débora! Sou eu...Eu que você conheceu ontem, e chamou pra almoçar, nós... Conversamos sobre... A minha casa e o Dani, e sobre a Débora...

Lucas estava pasmo, não sabia se devia acreditar ou não em toda aquela maluquice que eu estava dizendo mas não existia algum motivo pra Débora fingir que era eu.

-Okay, Débs.

-BELLE!

-Er, Belle... Mas, se for isso mesmo que você tá dizendo, o que podemos fazer? – Perguntou ele. Eu fiquei sem resposta.

-Eu não sei, Lucas! Mas em primeiro lugar, você tem que acreditar em mim. Eu sei que a Débora é uma boa garota, mas ela é muito egoísta, ela fez tudo isso pra ficar com o Dani, por isso que ela nunca gostou de você, ela sempre amou o meu namorado, o Dani, segundo ela me falou agora... – Insisti, tentando fazer ele acreditar. Ele pareceu um pouco atormentado com o que eu disse, sobre a Débora estar apaixonada pelo Dani.

-Você...É a Belle?

-SIIIM! Sou eu, pode perguntar pra Débora, que agora está na minha forma, ela não vai saber quase nada sobre mim, vai agir totalmente diferente, o poder subiu à cabeça dela e... Ela não vai se parecer nada comigo... E pode apostar, se você for falar com ela, ela vai te tratar como sempre tratou e não amigavelmente como eu estou fazendo.

Lucas passou as mãos nos cabelos, e suspirou. Me encarou fundo, os olhos da Débora, e por instante ele pareceu enxergar a garota de olhos azuis, meiga chamada Annabelle.

-Você é a Belle.

-SOU.

-Mas, como vamos fazer, Belle?

-Não, sei, só sei que eu preciso ir para escola, AGORA, impedir a

Débora de beijar o meu namorado! Pelo nosso bem! A garota que você ama vai tentar ficar com o garoto que eu amo!

-Isso... Parece loucura, mas... Eu não acredito que eu estou acreditando.

Peguei as mãos, dele, e o encarei.

-Lucas. Sou eu. Belle. A garota que recolheu seu exercício de física...Que quis ser sua amiga. Que disse que seria o máximo se você e a Débora ficassem juntos. Se você não quer que a Débora te esqueça pra sempre, e se torne uma pessoa horrível, nós temos que impedir ela de aproveitar que está no meu corpo, pra poder se tornar A PODEROSA. Por favor, você precisa acreditar em mim.

-Eu acredito, Belle. Eu acredito. Vem, vamos pra escola, impedir uma

tragédia...

**

POV Annabelle

Quando cheguei no colégio, como sempre, apesar de ser a primeira vez que eu experimentava, eu dei um show. Quase todos os garotos me olhavam com olhos de cobiça e desejo... Eu não conversei com ninguém, não me interessava.

Eu só precisava ver o meu Daniel. Poder realizar o meu sonho desde que entrei na droga daquele colégio.

Atravessei a porta, rapidamente, coloquei a minha mochila lilás onde SEMPRE ficava, e sai para o corredor, exatamente no lugar que eu sabia que Annabelle sempre encontrava o Dani para falar antes de começar as aulas.

Fiquei esperando ansiosas até que ele chegasse. Eu queria que aquilo

durasse para sempre, era maravilhoso ser perfeita. Eu faria o que eu sempre quis em toda a minha vida, agiria como eu sempre quis agir, mas não podia, porque estava presa dentro de mim. Agora que eu era ela, eu podia ser a patricinha rebelde que eu sempre quis ser, e ter o garoto dos meus sonhos.

Num momento inesperado, senti duas mãos contornando a minha cintura fina e delicada, num abraço invertido. Uma voz sussurrou no meu ouvido, parecia um sonho.

-Será que é só impressão minha, ou a minha Belle a cada dia que passa fica mais linda... – Aquela voz irresistível, que só poderia pertencer a ele. Eu nunca achei que viveria aquele momento em toda a minha vida, era tão surreal, tão maravilhoso, que eu não pude evitar de abrir um sorriso. Podia sentir o cheiro dele, a textura das suas mãos quentes em volta do meu corpo espetacular.

Virei-me para encará-lo. Era um sonho. A coisa mais perfeita que podia existir. Meus olhos se encontraram com aquele castanho brilhante, repleto de emoção, olhando justamente para mim, com amor.

Sorri, e pela primeira vez aquilo eu fiz pensando que o sorriso que se abria era lindo.

-Dani... – Murmurei, seu rosto perfeito estava a centímetros do meu...Eu podia enxergar cada mínima partícula de sua pele branca, enxergar o vermelho suave dos seus lábios, observar os desenhos lindos do seu rosto, e eu tinha certeza de que ele estava fazendo o mesmo comigo. Aquele momento era tão perfeito, tão esperado, que nada poderia estragar. Nossos lábios estavam a milímetros quase invisíveis quando AQUILO aconteceu.

POV Dani

-Dani... – Belle disse. Não foi do jeito que ela sempre diria, ela sempre falava o meu nome com paixão, ali soava mais como desejo, mas não me importei, apenas fiquei olhando cada detalhe do rosto dela.

Eu estava prestes a aplicar o beijo de reencontro na garota mais linda do universo, quando escutei um grito, não tão de longe.

-NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!! – Era alguém berrando histericamente, o eco do grito se espalhou pela escola inteira, que até atrapalhou nosso momento. Virei para o lugar de onde o grito tinha surgido e vi uma garota e um garoto correndo na nossa direção, desesperados.

A garota eu reconhecia, era a melhor, ou ex, amiga estranha da Belle. Ela corria tão rápido que nos alcançou em dez segundos. Quando chegou bem perto, a garota me olhou profundamente. Seus olhos tinham um brilho diferente, diferente do todo que ela era, arrisco até a dizer que era um brilho familiar. Paralisei um pouco, ela ousou do momento pra me empurrar pro lado, e encarar a Belle.

-NÓS PRECISAMOS CONVERSAR, AGORA. – Falou a garota, quase surtando.

-EU NÃO TENHO NADA PRA FALAR COM VOCÊ... – Retrucou Belle, com uma arrogância anormal. – ME DÁ LIÇENCA QUE EU TENHO QUE TERMINAR UMA COISA... – Ela já estava empurrando a outra, mas a garota ficou firme. Eu olhava um tanto chocado a cena, o garoto que tinha vindo com a amiga da Belle ao meu lado.

-AH, VAI TERMINAR...NUNCA VAI TERMINAR! – Ela parecia enfurecida, agarrou o braço da Belle com violência.

-Ei, o que pensa que você está fazendo? – Interrompi, querendo defender a minha garota daquela menina atormentada.

Ela voltou a me olhar com aquele brilho familiar...

-Dani... –Ela murmurou, igualzinho a Belle fazia nos nossos melhores momentos, passei as mãos nos cabelos sem entender nada.

A garota começou a arrastar Belle pra bem longe de mim. Resolvi não fazer nada no momento, eu ainda estava meio em choque com o acontecimento, se elas tinham que conversar eu permitiria, mas depois eu precisava saber o que estava acontecendo, olhei para o lado e o garoto não estava mais lá.

O sinal tocou.

Foi andando, confuso, até a minha sala. No intervalo, eu pediria explicações daquele conflito pra minha Belle.