Laços Eternos ---- Capítulo I

Cap. I

- 2010 d.c -

“22/11/10

Querido diário, eu não sei de onde tirei essa idéia de escrever nesse caderno de veludo azul mais eu senti uma necessidade de que deveria escrever minha vida aqui. Bem, meu nome é Angel Devile e tenho 18 anos, nasci dia 22 de Novembro, sim hoje é meu aniversario. Você pode não entender, mas, enquanto meus familiares estão comemorando o meu aniversario lá em baixo, na sala, eu estou aqui trancada no meu quarto escrevendo no meu diário que ganhei da minha mãe, hoje de manhã. Meus pais se chamam Rita e Xavier Mith, meu irmão de 12 anos se chama Marcus Mith. É estranho eu me chamar Angel Devile, mas eu sou adotada, o monstrinho da família, eu tenho lindos cachos loiros, pele branca, olhos azuis celeste, lábios carnudos, pele branca igual a neve e voz fina como a de um anjo. Eu fui colocada na porta dos meus pais em um dia de chuva enrolada em um manto azul e usando um colar de ouro escrito meu nome. Meus pais não são ricos, minha mãe é professora, meu pai engenheiro de obra e meu irmão, bem ele é um chato que nasceu para transformar minha vida em um inferno. OK eu me esqueci de contar o verdadeiro motivo de estar aqui no meu quarto, eu me sinto estranha como se não pertencesse a essa família, eu sinto vontade de sair voando, sentir o vendo batendo no meu rosto e fazendo meus cabelos voarem tudo começou hoje de manhã quando eu acordei com um vento estranho entrando pela minha janela do quarto e desde então estou querendo voar e sentir o vento batendo no meu rosto.”

TOC TOC

Eu pulei de susto com a batida na porta, estava tão concentrada escrevendo meu diário novo que nem me dei conta do que estava acontecendo a minha volta.

-Entre! –gritei levantando do chão e guardando o diário de baixo do meu travesseiro e me sentando na cama. Minha mãe colocou a cabeça para dentro do quarto e pelo que vi seus olhos estavam brilhando e ela tinha um sorriso enorme no rosto, ela entrou no quarto e se sentou ao meu lado

-esta tudo bem filha? Você me parece estranha - Minha mãe perguntou em um tom maternal, uma qualidade da dona Rita é que ela é super carinhosa e tem a mente aberta para tudo, parece até uma adolescente, de fato minha mãe não é tão velha tem apenas 37 anos, ela se casou muito nova com meu pai, quando tinha apenas 19 anos e eles alguns dias depois me encontraram na porta da casa deles e seis anos depois nasceu Marcus, a peste.

-Esta sim mãe eu só não estou muito bem hoje. –Esclareci deitando minha cabeça em seu colo confortável.

-Oh queria! Mamãe vai preparar um chá para você, enquanto isso eu quero que coloque aquele vestido que nós compramos ontem. –minha mãe falou se levantado eu deitei a cabeça no meu travesseiro e fechei os olhos. Escutei minha mãe saindo do quarto e fechando a porta, ela descia as escadas devagar e em alguns segundos o som de seus passos foi sumindo até que sumiu completamente e o silencio pairou no meu quarto. Eu abri os olhos e comecei a olhar meu quarto, a mobília continuava a mesma, somente foi retirado meu berço e no lugar colocaram uma cama e acrescentado um computador. As paredes eram brancas com detalhes de flores azuis, minha cama ficava bem no centro do quarto, ao lado da minha cama tinha meu guarda-roupa e do outro meu computador e na frente da minha cama minha janela que dava de frente para um rio de águas claras e rasas, onde eu costumava brincar antes de Marcus nascer.

Eu me levantei da minha cama e fui em direção ao meu guarda roupa onde estava a roupa que minha mãe mandara colocar. Lá estava ela pendurada em um dos inúmeros cabides, perfeita e implorando para ser vestida por mim; Eu peguei o vestido branco com detalhes pratas e o alisei delicadamente em minhas mãos. Depois de passar um tempo o analisando o deixei em cima da cama e fui tomar meu banho.

Despi-me e entrei no chuveiro para tomar um banho. No chuveiro a água descia rapidamente por todo meu corpo coberto por sabonete de pêssego, a água estava morna e confortante. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas só sei que deu o tempo de minha mãe vir me chamar no banheiro, o que quase nunca acontecia.

-Filha esta ai? Já faz mais de 15 minutos que esta tomando banho! –minha mãe alertou, eu desliguei o chuveiro, na hora de colocar o pé no chão senti uma descarga elétrica percorrer todo meu corpo, o choque do meu corpo quente com o chão de mármore frio, fez um arrepio subir pelo meu corpo inteiro, eu me enrolei em uma toalha e sai do banheiro. Minha mãe já não estava mais no quarto, mas deixou o chá na minha mesinha do computador para eu poder tomar depois. Eu andei calmamente até minha cama e coloquei o vestido, ele caia perfeitamente em mim me deixando linda. Depois de me arrumar e colocar a sandália eu resolvi que ia tomar o chá, era de camomila e estava quase esfriando, o chá morno descia pela minha garganta misturando-se com o calor do meu corpo e esquentando-o todo, o tempo estava abafado aqui no interior do Rio de Janeiro e isso fez com que uma gota de suor escorre-se pelo meu pescoço e fez alguns fios do meu cabelo colassem em meu pescoço que aparecia, devido ao meu penteado que fazia meu cabelo ficar preso em um lindo coque.

Depois de tomar o chá fiquei me admirando no espelho, meu corpo não tinha muitas curvas, mas era na medida certa para mim, mas para o outros não; Na escola eu sou tipo que a mais popular, não por beleza, não que eu seja feia, mas por eu ser muito gentil e tranqüila com as pessoas a minha volta, os professores me adoram por tirar boas notas e nunca ficar para recuperação; os alunos que estudam comigo me adoram por eu ser educada, ajudar a todos e ser super gentil; as crianças da turma da minha mãe me amam, todas as vezes que eu apareço por lá eles vem correndo na minha direção e me abraçam e me beijam eu passo horas brincando com eles e me divirto muito; os moradores aqui do meu bairro me adoram, eu sempre que posso estou ajudando a todos, indo ao mercado ou até mesmo cortando a grama do jardim, toda as vezes que eu passo não consigo andar nem 10 passos e eles já vem falar comigo e me cumprimentar.

Depois de ficar me admirando no espelho, vi que já era a hora de descer e participar da minha festa, todas as pessoas que eu conheço estavam aqui, então isso se resume a praticamente metade da Cidade, ok confesso exagerei um pouco, mas tem muita gente, dá para notar somente pelo barulho lá fora de casa.

Eu me virei de frente para a minha porta e suspirei pesadamente hora de encarar a realidade Angel. Eu girei a maçaneta dourada devagar e fui abrindo a porta calmamente sem presa; Depois de sair do quarto o tranquei para que meu irmão não entrasse e pegasse minhas coisas como ele costuma fazer quando eu vou para a escola. O barulho do meu salto batendo no piso de madeira do corredor do andar de cima da casinha velha fazia um eco que acho que de longe dava para ver que eu estava descendo. Eu coloquei a mão no corrimão da escada e desci o primeiro degrau, a madeira rangeu e eu ignorei e continuei descendo. Quando minha sandália tocou o chão de piso frio eu respirei fundo e coloquei um sorriso no rosto, me deixando com a expressão mais leve e adequada para festas. Andei sorrateiramente, ou pelo menos tentei, em direção a sala e um cheiro de diversos aromas de flores me atingiu e quando cruzei a porta todas as pessoas que eu conhecia estavam ali me esperando. O jardim de casa estava enfeitado com flores de todos os tipos, doces variados sobre a mesa, um grande tapete azul, em direção a porta que ia até um grande palco onde meu piano de cauda estava posicionado, mesas em um canto do jardim onde meus amigos conversavam e se conheciam e perto do lado um casal que eu de cara reconheci estava de costas para mim se beijando apaixonadamente, eram meus melhores amigos, Rebeca e Vitor. Rebeca tem olhos profundamente verdes e hipnotizantes, cabelos vermelhos e pele branca, ela é linda! Vitor é atlético e ama futebol, tem corpo definido, alto, cabelos loiros, olhos verdes como esmeralda e é super engraçado. Nós três somos os mais populares dessa cidade, eu por ser gentil, Rebeca por ser líder de torcida e linda e Vitor por ser o capitão do time de futebol da cidade e da escola.

Todo o lugar para onde eu andava na festa alguém vinha e falava comigo, eu tentava inutilmente não dar inicio a uma conversa chata mais não tinha jeito, era da minha natureza ser simpática. Depois de conversar com todas da festa consegui sentar em uma cadeira, e descansar. Quando eu estava quase relaxando e meus pés quase parando de doer por conta do salto, a Rebeca e o Vitor subiram no palco, meu Deus, quando esses dois vão fazer alguma coisa só sai coisa ruim ou eles botam fogo em algum lugar. Rebeca é super desastrada e acabou que quase caiu do palco na hora de subir, mas Vitor a segurou antes que ela fosse pro chão, ela deu um sorriso tímido e se ajeitou, em frente ao microfone. Beca como nós costumamos chama – lá deu duas batidinhas no microfone para ver se estava pegando e começou a falar:

-Bem, todos sabem o porquê de estarmos aqui hoje na casa dos Mith nessa festa, o motivo de todos estarem aqui presentes é a Angel nossa menininha. Ela chegou aqui nessa cidade em uma noite de chuva, ou melhor, uma chuvona – todos os convidados riram e ela continuou – essa menina que hoje se tornou maior de idade e é uma mulher adulta cresceu encantando a todos que a viam, sempre muito doce e prestativa, Angel se tornou uma grande amiga para mim e creio que para todos vocês também, sempre ajudando a todo mundo aqui dessa pequena cidade, ela conquistou diversos corações e eu acho que se um dia se nós tivermos que parti, que isso nunca aconteça, a pequena Angel vai estar em nossos corações, para sempre. –Beca terminou de falar chorando e soluçando aos brandos, Vitor a abraçou e todos os convidados aplaudiram pelo belo e tocante discurso, quando me dei conta já estava chorando rios de lagrimas, Rebeca e Vitor foram meus primeiros amigos quando eu fui à escola pela primeira vez, é sempre importante para mim a presença deles na minha vida, eu me levante e fui em direção ao palco onde eles estavam, Subi as escadas devagar e quando cheguei perto deles e os envolvi em um abraço apertado, nós chorávamos e todos assistiam a sena aos choros junto conosco, parecia uma despedida, mas na verdade todos estavam emocionados. Depois de o choro passar, eu andei em direção ao meu piano e comecei a tocar uma melodia bem conhecida por todos, a minha musica, a da minha vida. Essa musica era fascinante, nenhuma das pessoas se atreviam a estragar um momento tão mágico e espetacular da festa, todos prestavam muita atenção nas notas e no som; Ela era tranqüila, relaxante, calma, não havia simplesmente palavra para descrevê-la nesse momento tão encantador. Quando a musica terminou na ultima nota todos aplaudiram e eu sorri verdadeiramente para todos. Vitor veio na minha direção com uma caixinha azul com fita preta e me entregou dizendo:

-cuidado, esse negocio pode ser mortal e vá com cuidado para não se matar, ou matar alguém. –todos arregalaram os olhos de choque inclusive eu, Rebeca segurava o riso e Vitor explodiu na gargalhada com meus pais, eu olhei para ele com uma pergunta estampada na cara, a pergunta era “como assim, mortal?”

-Ok, eu estava brincando, vê se aproveita o seu presente e é para correr mesmo, mas por enquanto não vai muito rápido. –ele falou me entregando a caixinha, eu não estava entendendo nada apenas peguei a caixa e arranquei a fita sem menor delicadeza, quando eu tirei a tampa da caixinha, quase tive um ataque cardíaco, era uma chave, mais precisamente a chave de um carro, ele estava me dando à chave de um carro, dentro tinha um cartão, eu peguei e comecei a ler em voz alta para todos ouvirem:

-De seus melhores amigos Rebeca e Vitor, aproveite bem o carro Angel – eu arregalei os olhos, Vitor é rico mais nem tanto para me dar um carro, Rebeca tem um mais pouco mais de dinheiro que Vitor, mas seus pais nunca a deixariam comprar um carro para mim e mais eles estão me dando um carro, isso é loucura total.

-Tudo bem, foram vocês que assaltaram o banco na cidade vizinha? –perguntei na tentativa de fazer uma piada, mais saiu mais uma acusação.

-não amiga! Como você pode pensar uma coisa dessas de nós, nós só juntamos um pouco de dinheiro das nossas mesadas e compramos um carro para você, falando assim você me machuca. – Rebeca fez drama, eu ri baixinho e falei:

-desculpe-me Beca é que eu não consigo acreditar que vocês estão dando para mim um carro. -falei e depois continuei notando um detalhe - vocês juntaram suas mesadas? A mesada de você nem é tão alta assim! Tem mais alguém nessa historia quem? –eu perguntei desconfiada, Rebeca bufou e falou:

-seus pais também ajudaram. –eu olhei para meus pais, meio brava, eles já gastaram dinheiro na festa e ainda me compram um carro, eles vão é sair no prejuízo.

-querida não nos culpe, não podíamos deixar Rebeca e Vitor pagarem tudo sozinhos. –papai falou passando os braços ao redor da cintura da minha mãe. Eu fiz uma careta para a melação dos dois e falei:

-tudo bem eu perdôo, mais antes eu quero ver meu carro. –quando eu falei meu carro acho que meus olhinhos brilharam, por que eu sem ao menos vê-lo já estava amando ele.

-venha conosco. –Vitor falou indo atrás do palco, eu o segui e todos os convidados também. Não havia nada ali, foi quando um carro virou a esquina da minha rua, ele era prata, sem teto, a frente dele era perfeita, eu abri a boca em um pequeno “O” e meu irmão bateu em meu queixo, eu o fuzilei e voltei minha atenção para o carro que acabara de estacionar na vaga á minha frente. Eu passei a mão pela lateral dele e vi cada detalhe, lindo, vendo de perto podemos ver qual a cor verdadeira do carro, é prata com brilho branco.

-é perfeito! –falei chocada rodeando meu carro novo.

-foi o Vitor que escolheu. –mamãe falou, eu levantei a cabeça e olhei para o Vitor, ele sorriu e eu perguntei:

-que modelo que é? –ele arregalou os olhos e bateu a mão na testa com desgosto pela minha falta de inteligência com carros.

-é uma BMW. – falou como se fosse obvio e eu me limitei a rolar os olhos.

-Posso dirigir? –perguntei fascinada

-pode, é seu – Vitor jogou a chave do carro e eu peguei no ar

-mas hoje não, já é tarde e você vai correr, pode provocar um acidente. –papai falou tirando a chave da minha mão

-mais pai... –tentei argumentar, mas não deu certo, ele me cortou

-nada de mais pai, não é não. –ele falou e eu bufei indignada por não poder dirigir meu próprio carro no dia do meu aniversario.

A festa correu bem, eu dancei e conversai com todos, foi muito legal, depois que a festa terminou alguns dos meus vizinhos e amigos ficaram para arrumar as coisas e enquanto isso eu fui para meu quarto. NO meio do caminho tirei a sandália que estava querendo me matar e deixei-a de lado no corredor vazio.

-Finalmente descanso. –eu falei e me joguei na minha cama. Fiquei em um tempo nessa mesma posição e depois fui tomar um banho relaxante para acalmar os nervos, quando sai do banheiro coloquei minha camisola de seda azul. Olhei no relógio marcava meia noite em ponto eu comecei a sentir calor, um calor muito grande, eu abri a janela e um vento gelado invadiu meu quarto, o vento forte me trazia a sensação de poder e superioridade a todos, eu abri os braços e deixei o vento tomar conta do meu corpo por completo, me apareceu um flash de luz vermelha com alguns raios pretos iluminando todo meu quarto, eu fechei um pouco os olhos e a luz pareceu ficar um pouco mais forte, ela se aproximava de mim, eu cai no chão por conta da luz muito forte e coloquei a mão na frente dos olhos tentando tirar um pouco da iluminação. Nesse instante a luz parou, eu tirei as mãos dos olhos com medo do que eu poderia ver e me sentei adequadamente no chão mesmo, ali estavam elas! Uma garota que possuía longos cabelos vermelhos como fogo e davam-lhe uma postura ameaçadora e selvagem, ela tinha olhos vermelhos como sangue e pele branca como a neve; A outra tinha cabelos lisos e cumpridos até a cintura eram de um preto escuro como a noite, seus olhos eram negros como um buraco negro, ela esbanjava sensualidade e beleza, sua pele era a mais morena de nós três, mas não deixava de ser clara. Elas sorriram mostrando os dentes lindos e brancos. Uma única pergunta rondava minha mente “quem eram elas? E o que queriam de mim”.

Eu me levantei ajeitando minha camisola azul e falei tremula:

-quem... são vocês? –elas se entreolharam e uma delas desapareceu, antes que eu perguntasse onde ela estava fui jogada na minha cama e uma mão tapou a minha boca, a mão era fria como o gelo, eu olhei para cima e vi a mulher de cabelos cor de fogo, ela falou:

-se eu te soltar, promete que não vai gritar? – a voz dela era como mil sinos tocando calmamente e docemente, eu balancei a cabeça positivamente e ela hesitou em soltar a minha boca mais soltou. E se sentou na minha cama de frente para mim como se nada estivesse acontecido

-Como é bom poder te ver de novo Angel! –ela me abraçou, eu fiquei em choque afinal eu nem a conhecia, nunca a vi na minha vida, se eu tivesse visto teria lembrado, por conta da sua beleza extraordinária. Ela viu que eu não correspondia ao seu abraço e se separou baixando a cabeça.

-er... acho que também é bom te ver de novo...er... –tentei ser simpática com ela.

-Eliza, Eliza Devile. – ela falou e eu estaquei, ela tinha o mesmo sobrenome que eu! A outra que estava até agora quieta perto da janela se aproximou, seus passos eram sensuais, ela andava e mexia os quadris, seus cabelos balançavam e ela parou ao meu lado.

-Olá, sou Morgana Devile. –ela falou sua voz era inconfundivelmente linda e encantadora. Eu levantei a cabeça com medo do que ela pudesse fazer e encarei seus olhos negros, ela era linda, possuía uma beleza imensa, nunca havia visto alguém com tanta beleza.

-não olhe nos olhos dela! –Eliza mandou, eu virei para Eliza e quem falou foi Morgana:

-eu tenho um poder se sedução Angel, todos aqueles que olham nos meus olhos ficam hipnotizados por mim. –ela esclareceu, eu soltei um pequeno “Ah” e Eliza falou:

-Vamos o que esta esperando? Arrume suas malas, quero voltar para casa! –arrumar as malas? Casa?!

-como assim arrumar as malas? Casa? Eu moro aqui! Afinal quem são vocês? O que querem de mim? Eu não vou a lugar nenhum com vocês! –eu falei me levantando histérica. Eliza se levantou junto comigo e começou a ir até meu armário. –o que esta fazendo?! –eu perguntei vendo-a jogar todas as minhas roupas para fora do meu armário.

-sente-se vou te explicar, enquanto ela arruma suas coisas. –Morgana falou se sentando na minha cama, a cama afundou um pouco mais eu resolvi ignorar.

-prefiro ficar de pé! –falei e ela deu de ombros.

-olha vou ser curta e direta, nós três somos irmãs e cada uma foi deixada na casa de um humano por um ser, para crescermos e quando completamos 18 anos nos reunimos de novo, agora é isso, vamos logo! –ela explicou, eu estava atordoada, irmãs, casa, humanos, tão surreal.

-sei que esta confusa, quando Eliza apareceu lá em casa ontem à noite eu também fiquei, eu tive que deixar para trás, meus pais, meus irmãos, meus avôs, meus amigos, meu namorado, tive que deixar tudo, meu passado, tudo. –ela falou, eu senti uma vontade imensa de abraçá-la e foi o que eu fiz a abracei sentando na cama e ela deitou no meu colo.

-vamos logo! Onde você tem malas? –Eliza perguntou apresada

-aqui de baixo da cama. –eu falei, Eliza arrumou minhas malas muito de presa, eu quase não conseguia ver ela se mover, só via um borrão vermelho.

-ok Eliza, de uma coisa eu já sei, você não é humana. –falei assustada com sua velocidade

-nenhuma de nós é Angel, eu sou uma Vampira da noite, Morgana é uma she-wolf e você uma anja. –ela falou simplesmente

-o que?! Eu anja?! –perguntei mais assustada do que já estava

-vocês duas são idênticas, tiveram a mesma reação! –Eliza falou indignada com nós duas, Morgana e eu rimos da cara dela e ela falou:

-pronto! Malas arrumadas. Sobrou essa, guarde seus pertences que mais gosta aqui - Eliza falo apontando uma mala pequena, eu me levantei e coloquei a cabeça da Morgana no travesseiro, eu peguei escova de dente, cremes, perfumes, tudo que estava no meu banheiro e coloque ali, peguei meu diário que estava de baixo do travesseiro e guardei dentro da mala e abri um fundo falso que tinha no chão de lá eu tirei meu colar com meu nome e guardei na mala.

-Vamos Angel aprece-se temos pouco tempo! –Eliza falou acariciando os cabelos de Morgana que chorava muito. Eu peguei um, sobretudo branco, uma bota branca e vesti por cima da camisola azul. Dei uma bagunçada no cabelo e pronto.

-to pronta! Mas o que vou dizer para meus pais e meu irmão? –perguntei – não posso dizer que minhas irmãs apareceram aqui e querem que eu vá com elas para sei lá onde – ironizei, ou pelo menos tentei

-Angel, seus pais, seus amigos, ninguém que você conheceu durante sua vida lembrará-se de você a partir que da hora que chegamos aqui. Você, tudo o que você tem desaparecerá junto com você da memória deles. –Eliza explicou, Morgana soluçou alto, agora eu entendi o porquê dela estar chorando tanto. Eu coloquei a mão no coração e suspirei contendo as lagrimas que insistiam de descer pelo meu rosto.

-posso me despedir? –eu perguntei reprimindo o choro

-não da mais Angel. -ela falou e eu percebi que as coisas do meu quarto desapareciam aos poucos, a mobília, a pintura da parede, o tapete, o quarto ficou vazio, só tinha minhas malas e nós, o quarto estava como antes de eu aparecer na vida dos meus pais. Eu escutei meus pais brigando e minha mãe chorando, foi quando eu lembrei, fui eu que salvei o casamento dos meus pais, eles vão se separar se eu não fizer nada. A chuva caia do lado de fora da minha casa, nós voltamos no tempo, a noite estava como na noite em que eu fui deixada na porta dos meus pais.

-Eliza, me ajuda! Fui eu que salvei o casamento dos meus pais! Se eu não fizer nada eles vão se separar! –eu gritei, Eliza baixou a cabeça, ela não podia fazer nada. Meus pais estavam brigando, eu descidi interferir, sai do quarto correndo e vi meu pai batendo no rosto da minha mãe, minha mãe vestia um vestido vermelho colado e no seu rosto havia uma marca da mão do meu pai, Eles estavam mais novos e vi que meu pai usava uma jaqueta de couro ele estava lindo, se vestia muito bem, minha mãe também se vestia lindamente. Eu fiquei escutando a conversa dos dois.

“-o que deu em você em Rita? Como você pode fazer isso comigo?! Depois de tudo o que passamos! Depois de todas as provas de amor que eu te dei! você vem e faz isso comigo! Meu melhor amigo! Como você pode?! Como teve coragem de me trair pelas minhas costas?! Ainda por cima na minha casa! – papai gritou, então era por isso, por isso que meus pais quase se separaram, minha mãe o traia com o melhor amigo do meu pai.

-Xavier, me desculpa! Ele me agarrou, Xavier, por favor, me perdoa! –minha mãe chorava e implorava

-por que eu deveria acreditar em você?! -papai gritou com Rita

-por que eu te amo! –Rita falou choramingando

-se me amasse de verdade não teria me traído. – meu pai gritou e saiu de casa irritado” então era por isso que eles brigavam quando eu mal tinha chegado em casa, por que Rita o traia pelas costas com o melhor amigo do meu pai. Uma pena que eu não vou salvar o casamento deles dessa vez.

Eu voltei para o quarto e Eliza falou:

-entendeu agora? –eu balancei a cabeça afirmativamente e ela falou:

-vamos? –eu peguei algumas malas e as meninas outras, Eliza começou a falar coisas sem sentido e eu me senti sendo sugada por um buraco negro, Morgana pegou nossas mãos apertando forte, uma luz branca com raios vermelhos e pretos surgiu e tudo apagou, dando lugar a escuridão.

Yasmin Shimabuku
Enviado por Yasmin Shimabuku em 05/12/2010
Código do texto: T2654445
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