[Original] The Simple Plan. Capítulo 20
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O desafio de funk
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– É. Bem que dizem que toda família tem suas exceções. – Eu não sou do tipo piadista, quem me conhece sabe, mas mesmo sem querer acabou saindo como piada. Eduardo suspirou, o sacana me abraçou novamente e a de menor ainda me fitava irritada. – Olha, você esta dando em cima do meu namorado, recalque é feio!
– Ah querida, escreve na testa dele que vocês estão juntos. Ele mais parece seu irmão do que seu namorado!
–SÓ PORQUE ELE É MAIS NOVO? -Eu gritei, colocando a mão na cintura. Os gritos de exclamação foram gerais. Ô povinho preconceituoso.
– Nossa! - O sacana exclamou. – A gatinha curte um novinho?
– Ah vai se... - Empurrei-o. – E desde quando isso é da sua conta seu... Seu...
– Aline, minha cara... - Da onde surgiu a Emanuella? Meu deus eu quero ir embora, to com medo. – Sem causar, beleza?
– Emanuella, olha o tipinho de gente que você trás pra minha festa? -A coisinha apontou pra mim. Ela definitivamente não tem medo de morrer. – Se tivesse trazido só o gatinho tudo bem, mas ela não, além de sem-sal, é desbocada.
– GAROTA! PORQUE VOCÊ NÃO VAI PROCURAR A SUA TURMA? - Eu ia pra cima dela, mas Eduardo me segurou pela cintura.
– Que dó de você, garota.
– Aline, controle-se garota. - Emanuella ficou entre nós duas. – Vamos, Pam.
E eu fui puxada pra saída da festa, onde vi Melissa batendo em Johnny e Breno tentando separar.
– O que houve? - Eu perguntei após Eduardo me soltar.
– EU EMPURREI ELA SEM QUERER NO BURACO QUE TEM ALI Ó. - E o garoto apontou pra onde realmente tinha um buraco. – O salto dela quebrou.
Melissa respirou fundo, ela estava tão nervosa que eu até temi pela vida do Johnny. Brincadeirinha.
– Realmente... - Tiago também apareceu do nada. – Não éramos pra vir a essa festa. - E cruzou os braços.
– Por quê? - Eduardo perguntou.
– Eu acabei de sujar a minha camiseta nova de VINHO! - Todos olhamos pra blusa, e nela tinha uma mancha arredondada e vermelha. – QUE PORRA! EU ODEIO O BELÉM!
– Ah, não fica assim, Ti. - Emanuella disse a ele, que fez um bico. – Eu arrumo uma blusa pra você.
Todos ficamos em um silêncio tenso. Cada um olhando seu estrago, Emanuella amparava Tiago, Breno estava tentando acalmar Melissa e Johnny... Hum, ele já esta de olho em uma menina, então, está bem. Olhei para Eduardo e sua visão estava direcionada a entrada da festa, onde a de menor estava dançando até o chão... A música? Funk.
Ah não... Ela esta pedindo pra levar na cara.
– Da licença, eu vou mostrar como é que se dança na Mooca. - Sai dali sob os gritos do meu namorado – de fato, não somos namorados, mas pra evitar a fadiga de ficar dizendo ‘rolo’, ‘ficante’ e blá, blá, blá, eu digo namorado – dane-se, eu não estou nem ai.
– O que foi querida? -Perguntou ela, quando cheguei no centro de seu showzinho.
Aproximei-me dela com um sorriso perigoso. E na mesma horário, trocaram de música.
– Eu vou mostrar a você e a essas piriguetes como é que se dança na Mooca.
A verdade é clara: Eu sou péssima dançarina, odeio funk com todas as minhas forças, mas... Ninguém mexe com o que é meu e sai por cima, não mesmo.
– DISPUTAAAAA! -Algum babaca gritou, e foi então que deu inicio a um de meus piores micos.
– Afastem-se, afastem-se. - Ela disse, se afastado e empurrando os móveis que estavam na sala, que logo estava lotada de gente. – Ow caixa baixa, toca o som ai meu filho, deixa a sem sal mexer os esqueletos!
Já no centro da sala, tentei controlar a tremedeira que tomava conta de mim. Meu Deus, eu devo estar muito apaixonada por Eduardo pra fazer isso mesmo.
A batida do funk começou. Antes eu peguei uma garrafa de vodka que estava em cima da mesa e bebi três goles. Só bebendo pra aguentar certas coisas.
– VAI PAOLLA! MOSTRA COMO É QUE SE DANÇA NA MOOCA PORRA! - Tiago se entusiasmou, e eu sorri em resposta, um sorriso amarelo. Eduardo bateu a mão na testa, murmurando algo que eu não consegui entender pelo som da música.
A letra da música era um lixo. Mas eu a reconheci por ser um dos hits do meu bairro “ela não anda, ela desfila”
Eu não sabia como começar, mas eu a usei para provocar aquela guria, desci até o chão, rebolei, botei dedo na boca e só não plantei bananeira porque a ocasião não pedia isso.
Os gritos foram ficando cada vez mais altos e o meu medo também
Olhei Eduardo que agora parecia mais calmo, continuei fingindo dançar enquanto ia até ele, que sem dúvidas é o único que pode me salvar.
– Paolla. - Eu estava dançando somente pra ele. – O que você esta fazendo?
– Improvisando!
Todos começaram a bater palmas e eu continuei fingindo dançar, que mico velho, vou perder toda a minha moral lá na Mooca, tsc, espero que os manos de lá não saibam dessa.. Ta, parei.
– TA, TA! - Aline bateu duas palmas e cortou no meio uma terceira. Ou seja, duas palmas e meia. – A sem-sal parece que estava eletrocutada enquanto dançava, mas até que esse povinho da Mooca dança bem, mas...
– Mas... -Apareceu do nada outra novinha, tão ou mais vulgar que a Aline. – Vamos mostrar como que se dança funk nessa porra.
Ah não velho, duas contra uma é sacanagem..
Eu não sei o que era pior... Estar numa festa desagradável com uma dona mais desagradável ainda, ou estar dançando funk por não suportar ficar com a moral baixa por causa de uma coisinha como essa tal Aline. Mas sinceramente? Equilibrando os dois dá no mesmo... É, eu devia ter imaginado que sair de preto hoje ia me dar azar.
Aline e a amiga dela eram duas vulgares.
– Ah, pelo o amor, eu vou vomitar! - Melissa disse, com a cara de nojo mais engraçado que eu já tinha visto.
– E sabe o que mais me mata? - Perguntou Emanuella. Todos a olhamos. – É que uma coisa dessas é minha prima sabe? Ela mancha todo o nome da família...
– Ah, amor... -Tiago a abraçou. – Fica assim não.
Todos bateram palmas pra ela, mas alguns ficaram com cara de tédio.
Eu já estava acostumada com a idéia de perder num desafio desses pra aquela coisa, na verdade meeeesmo, eu só queria ir embora pra casa. O Belém já estava me dando nos nervos, eis então que a casa cai e o bope entra... Mentira, só foi a policia mesmo.
F O D E U!
– POLICIAAAAAAAAAAAAA TODO MUNDO PARADO! - Os homens surgiram da janela. Mas como eles fizeram isso?????????
Tiago berrou:
– FUJAAAM PARA AS COLINAAAAAAAAAAAS!
E aquela foi a ultima vez que eu o vi.
A casa ficou num alvoroço só, um empurra-empurra dos diabos. Gritei o nome de Eduardo e nada do garoto, senti uma mão segurar a minha e quando olhei era ele.
– Bora!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Corremos demais, demais mesmo. Eu nem sabia pra onde eu estava, vi de relance Emanuella e Tiago pularem o muro do vizinho. Eduardo também pareceu ter visto, pois seguia pelo mesmo caminho.
– Vem. - Ele disse puxando a minha mão no mesmo momento em que uma garota trombou comigo. A polícia estava fazendo a rapa geral. Ta tenso demais!
Pulamos o muro e quando eu pensei que estava tudo na paz, a cara de pânico do casal no casal me diz o contrário, segui o olhar dele e então vi um enorme cachorro que nos olhava raivoso... Ah não!
Eu juro jamais voltar ao Belém, sério.