[Original] The Simple Plan - Capítulo 14

Capítulo 14

Eduardo Mendes

Dia seguinte

– Tchau mãe. - Eu disse, indo a cozinha e dando um beijo nela. – Talvez eu passe na casa de uns amigos e chegue tarde.

– Caramba mãe, antigamente o Eduardo era um menino tão caseiro, saia do outro colégio e ia direto para a casa, hoje em dia... - Fazia uns dois dias que eu não via Eric, bem, não que eu sentisse falta, pra mim tanto faz.

– E não é? - Minha mãe disse, sorridente.

– Vai pra escola? - Perguntei, ignorando-o na integra.

– Preocupado logo comigo?

Eric é muito babaca.

– Que seja.

Não sei por que ainda falo com esse animal.

(...)

Cheguei na escola e dei logo de cara com Paolla, pensei em qualquer coisa que não fosse em sua beleza. O sol! Nossa! Hoje o sol... Droga, eu nunca consigo pensar em algo que preste.

– Hey man! - Senti uma mão apertar meu ombro. Pulei assustado. – Uow, estamos devendo algo ou é só impressão do Johnnizito aqui?

– Porra cara, cê me assustou.

– Eu sei que sou feio.

– Que bom.

– Otário! - Eu dei um pescotapa nele – Ow, eu estava trocando umas ideia com os amigos da garota que você está apaixonada e pá...

– Vai se foder. - Continuávamos parados e Paolla me encarava com um sorriso torto. Ah, porque ela faz isso? Porra, eu tô todo confuso aqui. – E ai? - Desviei o olhar.

Tortura, tortura e tortura.

– No fim de semana vai ter uma social lá em casa, afinal, eu vou ajudar os dois a pegar as nossas amigas... E Dudu meu irmão, não faça essa cara de babacão.

– Como assim?

– Ah, eles falaram que já tem tudo no esquema. Mandaram-me respirar e curtir a vibe.

– Que medo.

Paolla Santana

– Brincar de gato birra? - Perguntei, arqueando a sobrancelha.

– É gato mia, estúpida. - Belisquei a perna de Breno. Estúpida é a mãe. – Vamos ou não?

– Ah cara, sei lá. Pra que isso?

– Breno quer agarrar a Melissa, e eu, a Emanuella, sacou?

Esse era um dos pontos bons de andar com meninos, eles não tinham mimimi, se queriam, algo, queriam e acabou.

– Melissa não vai com a sua cara, Bê.

O professor entrou na sala e começou a dar a sua matéria.

– Eu vou mudar isso, acredite.

– Emanuella te odeia Tiago.

– Ódio é um sentimento apaixonado.

– Tá. - Suspirei, vencida pelos dois. - Vamos marcar sim.

E na hora da saída...

– Brincar de gato mia? - Perguntou Melissa, confusa. – Pode parando! Se aquele estranho estiver brincando eu não brinco. - O estranho a quem ela se refere é o Breno, só pra ficar claro.

– Cheia de nhem, nhem, nhem. – Manu disse a Melissa. – Eu vou. Quem vai tá na brincadeira?

– Eu, Johnny, Tiago, Breno, Eduardo (ninguém o convidou, mas ele vai), e vocês duas.

– Juro que se tivesse mais uma menina eu ia dizer que isso ia ser desculpa pra todo mundo se pegar. - Fitei Emanuella com uma expressão meio surpresa. Ela tinha que ser tão espertinha assim? – Enfim, tanto faz.

– Ahn... Ok. Onde está o Johnny? - Perguntei.

– Aqui! - O próprio respondeu a alguns metros de distância. – O que querem minhas queridas?

Involuntariamente, meus olhos procuraram por Eduardo, mas tudo que vi foi Eric. A sensação que tive foi estranha, um misto de ódio com saudade. Ele viu que eu o olhava. O sacana sorriu e me mandou um beijo. De instantâneo, eu mostrei o dedo do meio pra ele. Filho da mãe.

Emanuella me beliscou, eu a olhei atordoada, mas internamente agradecida. Fomos embora apenas os quatro, eu não tinha a mínima ideia de onde poderia estar Tiago, Breno ou... Eduardo.

Eduardo Mendes

À tarde.

“Emanuella me escuta...!”

“Eduardo Mendes! Onde você estava??”

“Eu fui procurar por vocês e nada, nem Johnny, Melissa e nem ninguém.”

“Você é mesmo um tonto. Ei, tá sabendo da social na casa do Johnny não é?”

“Não. Cacete, vocês combinam as coisas e nem me contam né?”

“Deixa o drama pra depois, ninguém tem culpa se esse seu cabelo te impede de ouvir as coisas, Dudu. Enfim, no fim de semana todo mundo fazendo auê na casa do Johnny!”

“Que tipo de auê?”

“Os amigos da Paolla (...)

Paolla... Eu sabia que tinha ela metida nesse meio. Sempre. Não acredito.

Emanuella falou, falou, falou e falou mais um pouco, eu não dava muita atenção – ainda pensava na maldita Paolla – só fui dar atenção quando ouvi as palavras filme, gato e mia. Não juntei a frase pra ver no que daria (provavelmente, gato que mia o filme, ou será filme que mia o gato?), concordei com a pergunta dela que logo desligou e eu fiquei viajando na maionese.

Eu aceitei sem nem saber o que era? Qual é a minha? Peraí, apesar de não ter ouvido quase nada, eu acho que ela falou a palavra “brincadeira”.

Deve ser alguma brincadeira do filme que mia o gato.

E merda, estou mesmo viajando, Johnny me disse isso hoje lá na hora da entrada: Uma social na casa dele. Mas não me disse nada de brincadeira, só de agarração.

Um minuto de silêncio.

Brincadeira + Social na casa do Johnny + Gato * Mia / pegação = Gato mia, uma brincadeira estúpida que só serve pro pessoal se beijar em lugares escuros, tudo isso na casa do Johnny, com o intuito de fazer nossas amigas pegarem os amigos da Paolla. Ou vice-versa.

Ah. Esse final de semana será realmente turbulento.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 13/11/2010
Reeditado em 19/02/2022
Código do texto: T2612466
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