Meu coração é todo seu. cap.26

Três meses se passaram, abro a janela do meu quarto e encontro um dia lindo, parecia cena de novela, no entanto, estava tudo cinza para mim.

Lydie ainda estava no hospital, bem melhor do que antes é verdade, e eu ia visitar ela todas as tardes, mas as chances dela morrer ainda existiam, por mais que eu fechasse os olhos para isso.

Ela tinha emagrecido, seu cabelo estava descolorindo, justo o rosa choque que eu tanto gostava...ela não podia colorir, mais ainda era minha pestinha que eu amava.

Lucca, Laura e até Estella também visitavam ela todas as tardes.

Continuei olhando para a janela, cansado e desiludido da vida.

É duro dizer isso, mais a doença de Lydie serviu para eu fazer as pazes com meu pai, claro que ainda não somos ótimos amigos, mas estamos se tolerando bem mais, fora que ele e minha mãe estão, aos poucos, recuperando o casamento que há muito parecia perdido.

Alguém bateu na porta do meu quarto:

-Entra!

Papai:

- Posso conversar?

- Claro, senta ai. - Também me sentei na cama.

- É uma coisa um tanto delicada de se contar.

Meu coração pulou.

- Conta logo pai, não tente me poupar quando eu não quero ser poupado.

Ele me olhou espantado.

- Antes gostaria de dizer algo que nunca pensei que iria dizer pra você. Hoje em dia você é uma pessoa muito madura, mais do que eu esperava...

Me emocionei e o abracei verdadeiramente feliz por ele ser o meu pai.

- Devo tudo isso a Lydie.

- Sobre ela mesmo que eu queria falar.

Meu coração pulou de novo.

- Fala!

- Bom, os pais dela ligaram - ele abriu um sorriso - Ela vai receber alta hoje!

Meu Deus, se eu tivesse ganhado na loteria não teria ficado tão, tão feliz como sentir que a esperança voltava a sorrir para mim.

Corri para o banheiro e tomei um mega banho, vesti a melhor roupa e liguei para a galera.

Lydie estava linda, animada, corada, feliz como há muito não via... a cor parecia que tinha voltado para seu lindo rosto...

- Ah mãe, deixa eu me olhar no espelho só mais uma vez...

- Mas filha, pela décima vez?! - a mãe de Lydie riu.

- Ué, o que tem demais nisso?

Ouvia as duas naquela pequena e divertida discussão sem sentido.

- Vai entrar ou vai ficar olhando pela porta mané?! - disse Lucca.

É que eu estava "tentando" fazer surpresa espionando pela parte entreaberta da porta até a feliz hora que Laura me empurrou pra dentro. Quase cai no chão.

Lydie me abraçou:

- Meu amor! Estava ai há muito tempo?

- Mais... mais ou menos...

Mãe de Lydie deixou nós a sós sem antes advertir:

- Não demore, seu pai está esperando lá fora! - E piscou pra mim.

Era estranho estar tão amigo da mulher que me deu um tapa na cara por achar que eu fazia sua filha sofrer... nesse tempo que Lydie esteve internada, viramos bons amigos.

Ficamos sozinhos, só Lydie eu, nos beijamos:

- Senti sua falta - sussurrou ela.

- E eu a sua...

- Eu.. pensei... que nunca mais fosse te ver - Lydie suspirou.

- Psiu! - Pedi - Nunca mais diga uma coisa dessas Lydie....

Nos abraçamso e ficamos assim, um bom tempo....

Line Alone
Enviado por Line Alone em 04/11/2010
Código do texto: T2596973
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