[Originais] The Simple Plan - Capítulo 7/8 [2 em 1]
Parte I - Frustração
– Paolla, sua avó... Ahn, será que ela vai gostar de mim? - Minha avó quer conhecer Eric. E eu não podia negar isso e nem queria, já fazia um tempo que estávamos ficando “oficialmente”.
– Vai sim! - Entramos na minha casa, Eric estava tão mais mega hiper gostoso do que já é normalmente. Tipo de tirar o fôlego – Vó??
– Aqui na cozinha.
Seguimos pra cozinha, eu e meu lance de mãos dadas.
– Vó, este é Eric, meu... Ahn... - Olhei de esguelha para ele. – Meu lance, sabe?
– Um lance é um lance, e um romance é um romance. - Minha avó cantarolou, cumprimentando Eric, que riu. – Prazer Eric, eu sou a vó dessa mocinha.
– Muito prazer, senhora.
– Senhora não querido, apenas Alberta.
Foi o começo de um jantar meio... Hum, tenso. Minha avó – sempre tão alegre que ama a tudo e a todos – não gostou de Eric, ela o tratou com a maior educação o possível, claro, mas eu sabia que não havia gostado dele.
– Eu gostei de vir aqui, sua avó é simpática.
Simpatiquíssima.
– É... Eu também gostei de você ter vindo.
Paramos em frente à minha casa e eu o abracei, não sei por que e também, sem perguntas difíceis, não precisa de motivos para abraçar a pessoa amada. É isso mesmo. A – M – A – D – A, eu o amo, não consigo resistir mais a dizer isso.
– Eric... - Murmurei baixinho, próximo a seu ouvido. Senti-o estremecer. Ah, droga. – Eu...
Ele me olhou com a expressão aflita, o que eu sinceramente não entendi.
– Não fale nada do que não tenha absoluta certeza. Estamos começando a nos conhecer agora. –Boa, Eric, boa. – Eu adoro estar com você Paolla... Mas...
E foi minha vez de interrompê-lo beijando-o da forma mais CHAMATIVA possível. Eu não quero saber o que ele vai falar. Não mesmo. Sempre fui covarde e agora não será diferente. Enquanto nos beijávamos, eu segurei seu cabelo com vontade e até com um pouquinho de possessão. Ele gostou, mas me arrependi ao sentir a mão dele invadir minha blusa e apertar minha pele, era uma sensação ótima, porém não era o que eu queria... Ainda.
– Eu acho que ouvi minha avó me chamar. - Empurrei-o. Eric riu da minha expressão.
– Ainda teremos muito tempo pra explorar essa sua vergonha, Paolla Santana. Até amanhã.
– Até...
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Parte II
Sabe... Eu nunca tinha parado pra pensar em como eu estava com a vida perfeita, sou uma boa aluna, tem ótimos amigos e estou com um garoto perfeito. O que eu posso querer mais?
Entrei no supermercado com um carrinho e fui direto pra sessão de doces, besteiras e o escambas quando vi uma silhueta conhecida.
“Merda, até aqui?” - Pensei, balançando a cabeça negativamente.
Eduardo estava com um carrinho de compras e parecia absorvido pelo o que fazia, de longe, pude reparar o quanto ele era diferente. Com apenas 15 anos mostrava mais maturidade do que qualquer um da minha idade. Isso às vezes soava como arrogância, mas se avaliarmos bem poderíamos ver o ponto positivo de tudo isso... Hum, pensando bem, não existe ponto bom quando se trata de Eduardo Mendes.
E, pra piorar tudo, eu fico com pena de sua confusão com cândida x amaciante. Vamos dar um desconto, ok? Ele é homem.
– Hum, quer ajuda? - Perguntei, a voz meio receosa.
– Não precisa. Eu já me arranjei.
– Porque você é sempre assim tão estúpido hein, garoto? – Eu não queria me descontrolar. – Caramba, eu tento ser legal com você, porque afinal, seremos cunhados e você é uma gracinha, mas... (...) - e eu dei início a um longo e chato desabafo.
– Paolla! - Ele chamou.
– (....) Mas você só sabe implicar comigo e... O que é?
– Paolla...?
– Fala!
– VAI PRO INFERNO GAROTA!
E ele saiu. É ele saiu, gritou comigo e S A I U! Quem esse guri que ainda fede a leite, pensa que é?
Larguei o carrinho, fechei os punhos e corri até ele, que pareceu sentir o que eu faria, pois, no momento em que fui socá-lo Eduardo segurou meus pulsos e me puxou de encontro ao seu corpo.
– Olha, vamos parar de baixar o nível, tá legal? - perguntou, me encarando com raiva. Eu bufei. – Eu não estou muito bem hoje e não queria descontar minha raiva em você.
– Aham. – Concordei irônica. – Você é muito estúpido, garoto.
– Tudo bem. Eu nunca disse que seria do contrário pra você.
– Ta, me solte. Eu juro que a partir de agora nunca mais faço nenhuma boa ação para as crianças.
– Há ha, quem vê, pensa não é? - ele rebateu, com sua irritante mania de nunca me deixar sair por cima. – Você se acha tão adulta e mal sabe controlar suas emoções.
– Eu já disse que te odeio?
– Ótimo. Era assim que tinha que ser, desse jeito mesmo!
Eduardo me empurrou, deu um solavanco no carrinho e saiu praguejando coisas horrorosas, ele me odeia e eu AINDA não sei o porquê.