[Original] The Simple Plan - Capítulo 6

Capítulo 6

Na primeira semana que assumimos um LANCE, eu fui alvo de piadinhas toscas vindo do trio do primeiro ano.

– Previsível. Você babava quando via o Eric. Apesar de que eu acho o Eduardo muito mais lindo sabe? - Emanuella sorriu, boba.

– Olha só... - Johnny disse, encarando-a. – Vou contar pro Eduardo.

– Nããão!! Se ele for que nem o Eric o ego dele vai ate Marte. - Comentei, rindo.

Eles riram, mas Melissa parou primeiro, e mesmo sem seguir seu olhar, eu sabia que o Mendes II, estava na sala.

E pra que mesmo eu disse isso? Ahn? Ahn?

– Está errada. - baixei minha cabeça, em sinal de extrema derrota. Eduardo se sentou ao meu lado na rodinha que formei com o trio do primeiro ano. – O ego dos Mendes não é assim tão absurdamente alto, mas como em toda família há exceções, Eric é convencido porque garotas tolas inflam seu ego.

– Caldeirão meu pai, porque o bicho vai pegar fogo. - Johnny disse, imitando o sotaque baiano.

– E você, eu já pude perceber que é o caçula irritante e metido a certinho? - Ele sorriu, achando graça da minha pergunta. – Gente, eu vou indo...- Me levantei.

– Eu prefiro não dizer o que eu penso de você! - Rebateu, abrindo o que parecia ser sua mochila.

– Fique a vontade Eduardo.

Ele queria brigar. E se ele quer briga, nós iremos brigar. Porque o "bagulho ainda é doido aqui meu irmão".

– Eduardo... - Melissa murmurou, tentando segurar a barra de sua camiseta.

Só que a criança a ignorou, vindo em minha direção e parou, me olhando com aqueles olhos extremamente castanhos, que não eram iguais aos de Eric, mas eram lindos também.

Ah, cale-se Paolla.

– Primeiro: Você é definitivamente BURRA, sim, e não há outras palavras que possam te definir. Além de burra, é totalmente teimosa. Segundo: É cega, pois não percebeu que na rede do meu irmão você é apenas mais um peixe, um peixe inocente. Terceiro: Acorda! Meu irmão só esta com você porque é bonitinha, educada e diferente de muitas que ele já comeu, você se dá valor!

Eu em resposta, dei um tapa muito do bem dado em seu rosto e não sei como exatamente, mas caímos no chão dando início a uma briga bem ridícula.

Quando ele segurou minha mão, (detalhe, eu estava em cima dele e ele cobria o rosto desviando de meus tapas) eu a mordi.

– FILHO DA ****!

Resultado?

Fomos para a diretoria. É lógico. E sabe como eu fiquei conhecida? A morde mão do E.E Maria Dulce.

Estou suspensa por três dias e terei que cuidar da mão do Eduardo na enfermaria da escola. Ou seja, você sai da escola (mesmo que por três míseros dias), mas a escola nunca sai de você.

Entramos os dois na enfermaria, eu em um silêncio mortal, e ele simplesmente cantando descontraído.

– Senta e cala a boca. - Eu mandei, indo em direção a uma caixinha branca com curativos e etc. E ele sentou, obediente Ah, qual é a dele? – Obrigada.

Comecei a tratar da mão dele.

– Paolla? - Ele chamou, mas eu não respondi. – Eu fui um pouco rude com você, desculpe.

– Porque isso? – Eu estava muito surpresa. - Você não me odeia?

– Open your eyes, Paolla. Open your eyes. Please.

Ele é uma gracinha quando não esta me xingando.

– Eu estou apaixonada pelo seu irmão, essa é a verdade. Não consigo parar de pensar nele... E...

– E você esta cega de amor, legal, legal. - Ele fez um bico emburrado. – Olha, estou levantando as minhas mão para o céu ta ok? Eu achei que por um momento você fosse fazer a diferença, mas na boa, eu nem gosto de você e já estou de cabelos brancos de tanto estresse.

– Talvez você goste de mim. - Brinquei, terminando o curativo. Ele franziu o cenho, analisando a ideia. – Ah, qual é. Eu sou bacana, irritante, porém, bacana.

– É, talvez. Você parece interessante quando não esta babando em cima do meu irmão.

– Ciúmes?

Ele sorriu. O primeiro sorriso sincero dele para mim.

– Revolta.

– Sim, entendo. Revolta é um sentimento carinhoso.

– Depende... - Era o começo de uma trégua. – Mas pelo sim e pelo não, eu prometo te deixar em paz para ver quem realmente meu irmão é.

– Se ele é tão mal assim, porque você não me conta a história?

– Não... Você descobrirá por conta própria.

Esta foi a primeira vez que conversei com Eduardo sem brigar, foi... Diferente.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 02/11/2010
Reeditado em 27/01/2015
Código do texto: T2591900
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