[Original] The Simple Plan - Capítulo 1
Essa história está sendo reescrita ^^ qualquer falha nos capítulos, favor, me informar.
____________________________________________________________
Sinopse:
Para Paolla o plano era simples.
Ela se aproximaria do mais novo, querendo enciumar o mais velho que a havia humilhado perante toda a escola. Não haveria erros. E mesmo sabendo dos riscos, ela dá inicio ao plano, mas, por ironia do destino acaba se apaixonando por quem mais teve aversão dando assim, vivendo um confuso e apaixonante romance.
E sem querer, Paolla acaba descobrindo que nos mais NOVOS frascos, há as melhores fragrâncias, e talvez... Os piores venenos.
___________________________________________________________
Memórias – Paolla Santana.
Talvez seja mesmo clichê a forma que irei contar minha história com ele, mas não me importo. Ser clichê às vezes é bom! E tecnicamente amar é clichê. É engraçado como quando todo relacionamento chega ao fim nós passamos a pensar no começo, naquele primeiro olhar, na primeira troca de palavras, o primeiro beijo, e tentamos analisar porque não dera certo. São tantos pensamentos!
A primeira vez que eu o vi, Eric Mendes estava entrando na sala atrasado, o professor que lecionava na hora fingiu não vê-lo, e Eric também não se importou em chegar atrasado. Aquele estranho garoto sentou-se atrás de mim, esticando a perna e encostando seu pé no meu. “abusado!” – pensei, afastando meus pés.
Tiago, meu amigo que sentava ao meu lado riu baixinho.
– Sabe quem é esse? - Perguntou num sussurro próximo ao meu ouvido, a voz mesclada de admiração e surpresa.
– Não. Eu deveria?
– Ele e o irmão mudaram pra cá ontem, são os irmãos Mendes, ele é o Eric, e o outro, que ta no 1º, é o Eduardo.
– Hum, porque essa empolgação? - Tiago revirou os olhos para mim.
– Você é tão cheia de cortar barato, parece o Breno. - sorrio levemente ao ouvir o nome de nosso outro amigo, que não veio hoje por estar suspenso pela direção.
– Obrigada!!
Ouvi o tal Eric bufar. Eu o olhei por canto de olho.
– Ei, me empresta a borracha? Eu perdi a minha, acho que o retardado do meu irmão pegou. - Eu me virei rápido demais, e com certeza esquecendo que o limite de espaço entre nossas cadeiras era pequeno.
Eu me afastei na mesma hora e visualizei melhor a cor de seus olhos, eram de um castanho tão claro que beirava o verde. Lindo.
– Claro. - peguei meu estojo ignorando os risinhos de Tiago. – Aqui!
Passei a borracha para ele, que sorriu agradecido.
– Hum, valeu... - ele apagou o que parecia ser um desenho, não tive tempo de ver o que era. – Qual é o seu nome?
Eu admito que me surpreendi com a pergunta. Não sou do tipo que cria amizades com facilidade, e muito menos era daquelas que chamavam a atenção para ser amiga... Será que...? Não, porque eu? Não, eu não sou bonita.
– Paolla. E esse... - apontei com a cabeça para Tiago. – É Tiago, meu amigo.
– Prazer, meu nome é Eric. - Eu instantaneamente olhei para o lado. Ele explicou como se tivesse ouvido a minha conversa com Tiago. – Pô, essa aula não acaba não? Já cheguei atrasado pensando em não fazer nada...
Tiago sorriu em cumplicidade.
– É a aula mais chata e também a mais longa, meu jovem... É matemática.
Suspiramos em conjunto.
Eu não gostava de matemática, não simplesmente por usar números e etc, era simplesmente porque nada relacionada a ela me entrava na mente.
A amizade entre Eric e Tiago crescera rápido, rápido demais e no intervalo eles já conversavam sobre garotas que ficaram e as mais bonitas da escola. Encolhi-me ao pensar quem seria a escolhida de Eric e franzi o cenho ao perceber que já estava me importando com a opinião dele – ridículo.
– Ei, vou ao banheiro. -Tiago se levantou, me deu uma olhada e sorriu.
– Paolla!! - A voz de Eric soou próxima ao meu ouvido, eu tremi – idiota, idiota, idiota!! – e mesmo sem ver tive a sensação de que ele sorrirá. – Posso me sentar com você?
– Ahn... claro.
Maldita voz doce, maldita voz doce.
E ele se sentou na cadeira que Tiago ocupava sabendo que já estava me deixando tonta só com sua voz, e usando disso para seu bel-prazer.
– Você é quieta assim mesmo ou o Tiago que não lhe deixa falar? -ele perguntou, olhando-me nos olhos. O cabelo dele era tão liso e brilhante.
– Hum... - desviei o olhar. – Não, eu não sou muito de falar.
Mentira! Eu falo sim, às vezes até demais, minha avó fala que eu pareço uma matraca. Só ele não precisa saber disso, precisa?
– Percebi. Você tem 17 anos, certo? - Ah ele esta perguntando a minha idade, a minha idade, porra. Pra que?
– Sim, por quê?
– Só pra saber! Uma forma de criar assunto sabe? Odeio silêncio...
Ta, eu tinha que falar, sério, a carinha de bebê que ele fez foi linda.
– Porque você mudou pra cá no meio do semestre? - Perguntei né? Era mais uma curiosidade, e um assunto que daria horas de conversa.
– A escola particular já estava me dando nos nervos, sabe? As mesmas pessoas irritantes e mesquinhas, os mesmos professores que só puxam seu saco por você ser rico e tal... É uma merda. Tem hora que não dá não...
Eu franzi o cenho.
– E você acha que aqui não encontrará disso? -Eric sorriu. – Bom, desculpe te desiludir, mas em escola pública é muito pior.
Voltei a me concentrar no trabalho de português, foi então que ele murmurou num tom meio misterioso. E pra mim foi como um “toma essa”.
– Lá, eu não tinha amigos, e aqui, eu sei que irei encontrar.
Eu ia responder. Ia mesmo sabe? Mas Tiago chegou, e Eric voltou para o seu lugar, que era a última carteira da fileira da parede da porta.
Ele era tão diferente...
O sinal para a hora da saída bateu e enquanto guardava meus materiais vi um garoto parecidíssimo com Eric entrar na sala. Ele era alto como o irmão, o cabelo dele era ainda mais liso e rebeldemente arrumado. Aquele era Eduardo Mendes, o mais novo.
– Eric! – Ele disse, a voz calma demais. – Avise a mãe que eu irei na casa da Carla, chegarei um pouco mais tarde.
Eric suspirou e olhou o irmão com um ódio que me assustou.
– Avise você.
– O que custa, idiota? -Hum, eu disse que Eduardo era calmo? Esqueçam.
Querendo evitar uma briga e me sentindo a madre Teresa de Calcutá, eu me pus entre os dois (ato esse que muito me prejudica hoje). Sorri para Eduardo, que me mediu antes de me encarar sério. Abusadinho ele.
– Relaxa... -Dei um tapa na mão de Eric ao sentir sua mão em minha cintura. – Seu irmão avisará sim a sua mãe que você vai à casa da coleguinha! - Eu disse coleguinha? Ahn? Ahn? ME MATEM! Eu estou tratando um garoto de 15 anos como criança?
– Ahn... Ta! - Ele deu um sorriso lindo, (é de família, fato) e deve ter achado louca, claro, todos me acham. – Valeu.
E ele saiu rapidinho.
– Não digam nada, esse tipo de idiotice acontece sempre comigo.
– Ah, é verdade. - Meu bom amigo Tiago concordou, sempre prestativo.
Eric me olhava com atenção.
– O que foi? -Perguntei, sentindo as bochechas corarem.
– Nada, hum, tem algum lugar para comer por aqui?