CoisaSimples [17ºCapítulo]
O relógio do microondas serviu de alerta para Eduarda: já eram 8 horas da noite!
Ela estava tão ansiosa quanto os outros, afinal de contas, queria saber como era a sua vida fazendo o ‘correto’, sem magoar ou prejudicar ninguém.
Pequeno detalhe: “Talvez até agora ninguém tenha entendido o verdadeiro porquê de Eduarda não ficar com Kaio e ser feliz para sempre. Acontece que ela colaborou na separação dos pais dela. A jovem sabia que o pai tinha outra (não era a Luíza) e contou para a mãe. Ao contrário do que imaginou, Eduarda acabou levando a culpa de tudo. A mãe não queria ter descoberto nada e o pai não ficou sabendo que a filha que contou o segredo que ele achava que escondia tão bem. Pequeno detalhe: ela tinha oito anos de idade. Depois deste dia, ela sentia-se culpada por qualquer coisa, por qualquer motivo que envolvesse a família. Por isso queria evitar Kaio. Para evitar problemas. Ela recuperou os traumas de infância. Mas alguns ainda a deixavam sem reação, como este caso com Kaio. Eis um detalhe bem especificado...”
Hugo chegou uns cinco minutos depois. Estava elegante. Vestia uma camisa social vermelha com listras brancas. Usava uma calça jeans escura e um AllStar preto. Para finalizar, um pouco de gel para ‘bagunçar o cabelo e não parecer tão tão formal.
A primeira impressão de Otávio foi a que ficou.
“Este rapaz aparenta ser um bom rapaz. Não se deve julgar por aparência ou por dinheiro, mas ele aparenta ser o cara que vai fazer a minha filha feliz.”
Pensava como se a filha fosse casar...
- “Boa noite. Meu nome é Hugo.”
- “Muito prazer Hugo. Eu sou o pai da Eduarda. Entra.”
O aperto de mãos foi firme, para que Hugo sentisse o clima de seriedade, que na verdade nem existia. Kaio desceu assim que a capainha tocou e aos poucos seus ânimos foram se exaltando e a auto-estima ficando lá em baixo...
- “Tu que é o irmão da Duda?”
- “Meu nome é Kaio.”
Kaio estava mais sério que Otávio e parecia mais reprovador.
“Como assim Duda? De novo? E este papo de irmão...Merda. Vou ter que aturar a presença desse bobalhão...”
Eduarda recebeu Hugo com um selinho discreto.
- “Oi amor!”
Pequeno detalhe: “Este ‘oi amor’ é clássico nos namoros. No início então nem se fala. É ‘amor’ pra cá, ‘amor’ pra lá. ‘Amor me alcança o prato... ’, ‘Amor tudo bem? ’. Mas depois passam a serem menos fofo e é aí que o namoro começa a deslanchar...”
Luíza recepcionou Hugo com um aperto de mão mais acolhedor.
- “Vamos sentar aqui no sofá para conversar um pouco, enquanto termino de assar a carne no forno. Então me conta um pouco de você, da sua família...”
- “Minha família é super agitada. Meu pai é advogado e a minha mãe trabalha em uma loja de grife próxima daqui. Não tenho irmãos e acho que é isso...”
Kaio fixou os olhos em Eduarda. Ela não parava de olhar Hugo falar. O que estava acontecendo? Que droga, era mesmo verdade as suas convicções de que ela estava se apaixonando por ele.
Depois de minutos de conversa, a carne ficou pronta. Eduarda fez questão de segurar Hugo pelo braço e levá-lo até a mesa.
Foi um jantar de curiosidades. Hugo contava de seus sonhos, que já gostaria de trabalhar, de se sustentar e isto deixava o pai de Eduarda fascinado.
“Este é o genro que eu preciso. Alguém que vai cuidar da minha filha e que vai buscar se sustentar pra isso. São muito jovens paras se casar, mas às vezes acontece. Estou super satisfeito com a excelente escolha da minha filha.”
Luíza também estava feliz. Só não estava por dois motivos.
1 – Kaio não parecia estar feliz.
2 – Eduarda não parecia tão entusiasmada.
Qual seria o motivo? Que dúvida. Talvez fosse porque naquele exato momento estavam um pensando no outro...
(“Me dê algum motivo, por não estar contigo, quero saber se você tem um novo amigo, que amar você como eu amei e quem também vai te proteger, e te dar o que eu não te dei, por isso: Me desgrace, me odeie, só nunca esqueça que eu amei você!”)
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Obrigado por acompanharem minha história =D