Na sua pele. Cap. 13

Capítulo 13.

POV Lucas

Quando voltei para o meu condomínio, a primeira pessoa que eu vi foi também a que eu mais queria encontrar. Débs estava tomando um enorme pote de sorvete de chocolate, sentada em um banco do lado do jardim, me aproximei dela discretamente.

-Oi, Débs.

Ela olhou para os lados e quando me viu não pode negar sua infelicidade.

-Oi, Lucas.

-Posso sentar aqui?

-Você paga condomínio, não é? – disse ela enfiando uma colher na

boca.

-Sim.

-Então pode.

Sentei e fiquei olhando pra ela.

-Quer? – Ofereceu.

-Não. Muito obrigado. Mas não acha que é muito exagero você comer tudo isso, Débs querida?

-Não é da sua conta.

-Não mesmo, desculpa. –Falei cautelosamente. – Sabe, eu queria falar

com você...

-E quando é que você não quer!? – Exclamou ela.

-Bom, não é pra perguntar como você se sente...

-Graças a Deus.

-É que hoje eu conheci uma pessoa...

-E daí?

-Bom, ela também conhecia você.

Ela franziu o cenho, o vestido verde que ela usava voou com a brisa que batia sobre nós.

-BASTANTE incomum. Pois existem poucas pessoas que me conhecem.

-Ela conhece, e você a trata como me trata. Não que eu tenha alguma coisa contra o jeito que você me trata, fofinha. Acho que deixa você...Não sei como dizer isso...Sexy.

Ela quase se engasgou com o sorvete quando eu disse isso.

-Lucas, sério, eu preciso te dar um óculos de presente. Tem certeza que você não sofre de astigmatismo?

Eu ri.

-É claro, que não. Se alguém aqui sofre disso é você, que não consegue ver o quanto você é bonita.

-HSUIHAIUSHAUISH...Sério, esses seus comentários cegos não melhoram a minha autoestima, então é melhor você parar... – alertou ela, pesadamente.

-Tudo bem. – Falei desapontadamente com a falha da minha ação.

-Bom, e quem é?

-Quem?

-A pessoa que você tava falando!

-Ah, é claro. Ela se chama Annabelle, na verdade só Belle é como ela gosta de ser chamada.

Dessa vez ela realmente se engasgou com o sorvete, e depois de alguns minutos quando conseguiu se recuperar, sua expressão era pasma.

Eu não entendi porque.

Mas ela largou o pote no chão com muita raiva.

-Annabelle Kouren? – Perguntou ela cinicamente. – Você está se referindo a vadia que era a minha amiga? Só soube dela agora?

Fiquei meio aturdido com o insulto que ela tinha feito à Annabelle. Ela não tinha nada daquela palavra.

-Bom, eu não acho que ela seja uma vadia, Débs. É muito feio falar isso de alguém. – Adverti. – E sim, incrivelmente só soube dela agora.

Incrível, porque ela parece ser uma das pessoas mais populares

existentes, e ainda por cima namora com o Daniel, do segundo. Sabe quem é, né?

Débora parecia que tinha engolido uma meia quando eu disse isso.

-Eu sei. – Falou ela com ódio.

-Então ela era mesmo sua amiga?

-É, EU PERMITI ESSE DESVIO NA MINHA VIDA. – Afirmou ela. – COMO VOCÊS SE CONHECERAM, HEIM? VAI ME DIZER O QUE ACHOU DELA?

Ela parecia que ia me socar. Eu não sabia como reagir, então resolvi responder como se não visse o quanto ela estava perturbada.

-A gente se encontrou na escola, nós nos esbarramos, ela foi muito educada, e depois que eu disse que conhecia você ela me convidou para almoçar. A achei simpática. – Afirmei, cauteloso preocupado com a reação da Débs.

-AHH...que linda forma de se conhecer a perfeita Bellinha. – Ironizou Débs com ódio.-O que achou do CORPO dela, heim, Lucas?

Eu olhei aturdido para a Débora que parecia que ia explodir.

-Eu...Eu...

-Não mente.

-Ela, é, bonita sim, mas sem dúvidas eu prefiro você Débs, você sabe que eu sou apaixonado por você, apesar da Belle ser muito encantadora nunca eu sentiria...

-AH, então você acha ela encantadora?

-Eu...Débs, você...

-Cala a boca, Lucas. Não fala mais comigo. E vai se Fo#er! – Xingou ela com muito ódio, dando as costas pra mim e correndo.

Eu queria saber o que tinha feito de errado pra provocar tudo aquilo nela, não via razões para ela reagir daquele jeito. Porque sempre era tão difícil entende-la?

**

POV Dani

-Eu to louco pra conhecer sua casa, Belly. – Falei empolgado, enquanto estávamos sentados esperando o carro dela chegar.

-Eu também quero conhecer a sua um dia.

-Não sei se você vai gostar...Mas eu te levo pra conhecer, claro.

-Nem dá pra acreditar que já chegamos nesse ponto... – Falou ela os olhos azuis brilhando numa combinação meteórica com o céu que

pairava sobre nós.

-Como assim, amor?

-Ah, não sei... – ela disse, acariciando a minha bochecha. – Um dia a gente se encontra aqui na escola do nada... E depois nos

apaixonamos, começamos a namorar, e agora você vem conhecer a minha casa...

-Os seus pais vão estar lá?

-Não, bobinho. Não é hoje que você vai ser avaliado. A não ser que você conte a minha empregada dizer que eu sou muito sortuda como avaliação.

-Sortuda?

-Dani, você sabe o quanto é perfeito? Você é o melhor jogador da escola, é generoso, lindo, não é metido...Você é simplesmente TUDO pra mim desde que eu cheguei aqui.

-Sério?

-Porque não seria?

-Eu não me acho tudo isso.

-Como sempre modesto.

-Na verdade, eu acho que VOCÊ é tudo isso.

-Ah, sem essa....

-Tenho que confessar uma coisa pra você. – Me entreguei com um meio sorriso.

Ela ficou curiosa.

-O quê?

-Quando a gente se esbarrou, não foi um simples acontecimento. Na verdade, eu fiz isso de propósito...

-HSUAISHIUA...Não acredito!

-Sério, a meio milhão de anos que eu queria falar com você, a novata linda, que ainda é amiga dos pouco populares...

-Pouco populares? – Ela franziu o cenho.

-Você era melhor amiga daquela garota, a Débora não é?

-É. Só que você já sabe o que aconteceu.

-Não acho que seja por você, Belle. Não tem como uma pessoa não gostar de você.

-Owwn....Do jeito que você mente dá até pra pensar que é verdade...

-Mas é.

Eu fiquei fitando-a dos pés a cabeça e percebi que ela fazia a mesma coisa.

-Nunca fiquei tão feliz por ter mudado pra cá.

Eu sorri pra ela.

-Sabe, apesar de você ser linda, o que mais me faz gostar de você é a sua personalidade, Belle. Você é tão meiga, tão amigável, tão alegre...Eu achava que você seria uma daquelas garotas fresquinhas que a gente só pega uma vez porque não aguenta as frescuras...

-AII, Danii! Como você pode pensar isso de mim?

-Peço um milhão de desculpas, meu amor.

-Eu sei que faço o tipo, mas eu jamais conseguiria ser alguém assim.

-É por isso que eu te amo. – Admiti.

Ela piscou, e os cabelos dela ricochetearam com a brisa.

-Eu também te amo, coisaa. – Ela falou. Eu podia sentir a felicidade tomar conta de mim. Eu estava realmente apaixonado por aquela garota, não conseguiria mas viver sem ela. Não só por ela ser a garota mais linda que eu já tinha visto no mundo, isso nem era tão importante. Ela era tão sincera, tão bondosa, tão perfeita. Era impossível não querer estar sempre ao lado dela. – Mas o que você quis dizer com “garotas de pegar uma só vez”, heim, Senhor. Daniel ? – Perguntou repreensiva, com uma dose de ciúmes que só a deixava mais fofa.

-Não ligue para os meus amores antigos, Belle. Todas foram só uma forma de eu me preparar para chegar até você. – Declarei.

-Owwn...Que lindo, Dani.

-Se alguém aqui tem que ter ciúmes sou eu...Por que não há um garoto nessa escola que não queira ficar com você.

-Ah, nada a ver. – Disse Belle, ela odiava se sentir popular. - E não existe uma garota nessa escola que não queira ficar com você.

-Ah, isso é verdade. –Ironizei. – Você fica muito sexy com ciuminho.

-HUISSHUAISH...Nem sei o que dizer. – Ela estava corando.

-Se você já fica assim quando te chamo de sexy, imagina se você lesse meus pensamentos...Ia ficar mais vermelha que um tomate...

-Aiin, seu safadinho! – Ela ainda estava ruborizada.

-É impossível se controlar com você a cinco centímetros do meu rosto.

-Cinco centímetros? Você não quis dizer meio milímetro? – Ela sorriu, em seguida foi aproximando seus lábios macios com gloss de cereja para perto dos meus. Apenas assenti e a beijei rapidamente.

-Acho que seu carro chegou, Bells.

-Hum, não gostei. Interrompeu o nosso momento.

-Ah, fica tranquila, amor. Você tem uma vida inteira para provar esses momentos.

Ela sorriu e já ia começar a andar pro outro lado da rua onde a mercedes tinha estacionado.

-Aonde pensa que vai andando? – Perguntei. Em seguida fui até ela e peguei-a nos meus braços. Ela parecia uma pluma de tão leve.

-Ai, Dani! Que exagero!

-Uma princesa não pode atravessar a rua andando.

-HSUIAHSUAHS...Essa foi a coisa mais boba que você já me disse...!

-Ah, vai Belle, deixa eu bancar o seu príncipe encantado?

-Você é meu príncipe encantado. O mais lindo e mais perfeito.

Eu fiquei sem palavras. Apenas apertei-a mais firme contra o meu peito e atravessei a rua com ela nos meus braços. O chofer olhou feio pra mim, então pousei-a delicadamente na calçada.

-Oi, Rubens. Esse é o Dani.

-Prazer.

-Prazer. – Cumprimentei o cara alto, com medo que ele fosse durão, mas ele já me deu um sorriso amigável pedindo para eu entrar no carro. –Obrigado. – Agradeci, em seguida embarquei na linda carruagem da minha princesa. SHUAIHSIUASH...Do jeito que eu falo parece até que eu sou um idiota, mas é que não dá pra se sentir em um conto de fadas ao lado da Belle. Ela se tornou o que há de mais valioso para mim.

S2

**

Continua >>>

Com mais comentários e leituras :]

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 24/10/2010
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T2576431
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