CoisaSimples [8ºCapítulo]

Kaio não se fazia de difícil, muito pelo contrário. Queria conhecer Patrícia. Porém não deu nenhum indício de que havia se interessado por ela.

“Ela está me paquerando. Se eu estivesse a fim já teria a beijado. Mas é que esse não é o meu plano para esta noite. Talvez eu tenha outra história para resolver e que talvez possa dar certo.”

Patrícia já havia usado todo o seu poder feminino. Depois de deixar várias ‘dicas’ para Kaio, resolveu se fazer de difícil. Foi dançar com os outros rapazes da festa, pois sabia que Kaio estava sentado no sofá e que certamente olharia ela dançando. E assim foi.

O adolescente viu Patrícia dançando e não se incomodou nem um pouquinho. Riu da situação.

“Ela ta se achando. Conheço este tipo de garota.”

Pequeno detalhe: “Homens não gostam de mulheres muito fáceis, atiradas. Ou eles chegam primeiro, ou querem que cheguem junto. Mas mulher tomando a iniciativa, só se o cara for muito tímido. Este não é o caso de Kaio.”

Eduarda ria e brincava com os amigos, quando viu uma cena que certamente deixou-a balançada. Viu Patrícia segurando o braço de Kaio e levando-o para a varanda.

Ela conhecia a amiga e teve certeza de que Kaio seria ‘capturado’ por Patrícia.

“É, parece que ele mordeu a isca. Não consigo entender o que os caras vêem nela. É atirada, exibicionista. E eu já disse isto pra ela. Acho que terei uma ‘cunhada’ muito em breve.”

A jovem ficou balançada não só por ser a Patrícia, mas também por causa de Kaio.

Eduarda se encantou com o sorriso do rapaz. Se encantou com o cabelo castanho escuro, com o olhar que transmitia confiança e com o bom humor que ele levava a vida. Ter visto tantas qualidades desde o começo era o que deixava Eduarda com culpa. Por que se encantou tão rápido por uma pessoa? Por que havia contado tantas coisas da sua vida? Eram perguntas que não tinham respostas.

Na varanda, Patrícia (com seus olhos verdes) olhava diretamente nos olhos de Kaio.

- “Tu já deve ter percebido que eu to afim de ti, não percebeu?”

Kaio sorri.

- “Percebi. Você mostrou bastante os seus ‘atributos’ (literalmente).

Ela sentiu-se elogiada.

- “E tu gostou dos meus atributos?”

- “Na verdade, sim. Você é uma menina linda, porém não faz o meu perfil de garota.”

- “Como assim? Eu sou linda, perfeita!”

Kaio estava sem jeito e não queria ser grosso com Patrícia.

Por isso formou bem as palavras antes de dizer alguma coisa para a adolescente.

- “Eu vou ser bem sincero contigo. Eu não curto muito gurias que tenham este perfil de ‘atirada’. Se hoje você está se atirando pra mim hoje, amanhã certamente estará se atirando para outro. Talvez eu esteja sendo muito pesado, mas é que eu já tive uma namorada assim e não foi legal a experiência.”

Patrícia ficou com o queixo caído.

“Quem ele pensa que é pra falar assim comigo? Ele deve estar se achando só porque eu cheguei nele. Que ódio. O único fora que eu tinha levado na vida foi justamente igual. Me chamaram de ‘atirada’. Idiota, não sabe o que está perdendo.”

Olhou para Kaio um pouco sem graça.

- “Tudo bem. Eu entendo o teu motivo. Só acho que tu ta desperdiçando uma grande chance, mas não tem problema. Se tu não quer tem quem queira.”

A jovem saiu da varanda, furiosa.

Kaio riu da situação. Na verdade o motivo por ele não querer Patrícia não era só aquele. Estava decidido em ficar com uma outra guria da festa.

“A minha parte eu fiz. Vou esperar pra ver se a Eduarda vai ficar com algum guri. Tomara que ela não fique. Se não ficar eu vou chegar nela. Ao contrário disto, eu me ferrei, já que esta festa ta cheia de gurias bonitas e diferentes da Patrícia.”

Percebe-se que ele queria Eduarda. Finalmente havia se tocado de que gostava dela de uma forma diferente. Foi quando a viu com aquele vestido de festa. Foi naquele instante que decidiu seus sentimentos.

Enquanto Kaio pensava nisto, Eduarda ainda estava encabulada com Patrícia.

“Será que eles ficaram? Tenho quase certeza que sim! Que droga, porque eu só penso naquele guri?”

Ainda estava confusa quando Kaio tirou-a para dançar. Ficou mais surpresa do que das outras vezes. Eles dançaram músicas agitadas, românticas e sertanejas.

De vez em quando, os olhos de Eduarda procuravam os de Kaio.

De vez em quando, os olhos de Kaio buscavam os de Eduarda.

Pequeno detalhe: “Às vezes o olhar é decisivo na hora da paquera!”

Em seguida, um amigo de Eduarda pediu para dançar com ela. E ela foi, mesmo que quisesse continuar dançando com Kaio.

Ele apenas sorriu, como quem diz: “Pode ir, eu confio em ti.”

( “Qual é o teu segredo, do que você tem medo, não sou nenhum brinquedo que pode se quebrar...Me dê algum motivo, por não estar contigo, quero saber se você tem um novo amigo”).

Yan Nikson
Enviado por Yan Nikson em 21/10/2010
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