Meu coração é todo seu. cap 24.

Só tinham duas escolhas a ser feitas. Ou eles pagavam a cirurgia e arriscavam a vida da filha numa cirurgia que podia não dar certo. Ou eles não pagavam e viam a filha sofrer com a doença em um estágio avançado podendo, a qualquer aborrecimento, morrer.

O que fazer?

O que fazer?

Chorar?

Não tinham mais lágrimas...

O que fazer então?

- Não fica assim não Kaléo, por favor...

- Laura, não dá... se ela morrer...

- Psiu.. - Ela tapou minha boca - não pense no pior.

- Não, não penso...

Minha mãe catou na minha mão e me levou para perto dos pais de Lydie.

Ela perguntou:

- O que pensam em fazer?

A mãe de Lydie abraçou mamãe em um desespero de dar dó:

- Não sabemos...

- Mas provavelmente, iremos arriscar. - Tornou o pai dela.

Arriscar? Me perguntava trêmulo...

- Só não temos dinheiro.

Eu arregalei os olhos:

- Não seja por isso, mamãe pode ajudar, faço tudo, tudo pela Lydie. Quanto pode dar mãe? vinte mil, quarenta, cem mil!?

O pai dela me olhou com desdén:

- Não seja inocente garoto! Acha que é fácil assim? Já olhou o preço da cirurgia? É muito dinheiro e não pode ser resolvido assim...

Eu tive vontade de pular no pescoço daquele homem, e dizer "Ei, cara, é sua filha que está morrendo! A mulher que amo!" Mas me calei, no fundo ele tinha razão.

- Calma, acho que Kaléo tem razão. Posso ajudar com um pouco, quinze mil, talvez...

- abriu a bolsa e pegou um cheque - por agora é o que eu tenho a oferecer. Vou sair e ver o que consigo. Se é isso o que querem, arriscar? Que tudo de certo então...

Mamãe saiu porta a fora, como tinha prometido. Iria arranjar mais grana.

De repente um homem de terno, que eu conhecia, entrou apressado na recepção. Laura o abraçou:

- Obrigada papai por vir.

Ele beijou sua testa.

- Onde está ele?

Laura apontou para mim. O homem de terno se aproximou de mim.

- Kaléo? Como vai...

- Levando...

- Laura me ligou, estou sabendo de seu drama... quero ajudar, do fundo do meu coração.

Eu iria falar o que? Não, não precisa? Sabendo que eu tanto precisava?

Só pude agradecer.

Em seguida também apareceu os pais de Lucca, umas amigas de minha mãe daqueles chás que ela costumava fazer, todos com dinheiro para Lydie fazer a cirurgia... me emcionei.

Todos fomos pra casa, embora eu não quisesse ir, mamãe me obrigou e apesar de resistir eu estava muito cansado, desgastado.

No dia seguinte, acabei acordando tarde demais e soube pela empregada que mamãe tinha saido, e meu pai, como sempre,estava trabalhando alheio ao sofrimento de seu único filho.

Comi algo correndo, aliás, voando e sai. Queria estar ao lado de minha amada o quanto antes, queria apoiar ela em tudo e para piorar teria que ir de táxi, o motorista não estava. Em vez de ligar, fui caminhando até o ponto. Queria refrescar um pouco a mente.

Entrei no táxi, pensativo, indiquei o local e não estava muito afim de papo com esses motoristas que querem sempre puxar assunto.

Estava olhando para fora do carro, até que eu vi uma cena bizarra. Ao passar na rua de trás do Savana vi que alguém apanhava, para minha surpresa era Lucca apanhando de Cadu e sua gangue. Meu Deus! Que cena!

Mandei o Táxi parar imediatamente e paguei a corrida. Sai em disparada para ajudar meu amigo.

Cadu arregalou os olhos ao me ver, nem por isso largou do Lucca:

- Pare com isso, é covardia!

Lucca, me salvou de tantas... chegou a hora de retribuir

- Kaléo? - Resmungou baixo Lucca, sem forças.

Dei um soco em Cadu.

- Larga ele! Vamos.

Cadu mandou que seus "capangas" largassem o meu amigo, e deu ordem para que eles se fossem.

Lucca ainda exitou em me deixar lá sozinho, mas foi...

- Agora é só eu e você...

- Cadu, não quero briga - olhei no relógio - estou atrasado.

- Lydie... estou sabendo...

Dei as costas para ele, estava mesmo atrasado.

- Ei , volte aqui, seja homem e me enfrente!

Não queria enfrenta-lo, mas naquela hora meu ego falou mais alto, altissimo!

- "Vambora" então!

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Quem poderia adivinhar que ele estava com essas coisas???

Um tiro me acertou, certeiro em meu ombro, se ele não fosse tão péssimo na pontaria, estava morto, simplismente lascado.

- O que eu fiz? O que eu fiz!!!

- Seu idiota, olha o que fez? Me acertou! - gritei, queimava por dentro, doia muito.

- Era só pra assustar! Não queria, Meu Deus o que fiz?!

Cadu, mas desesperado que eu, andava de um lado para o outro, até sair correndo pela rua.

- Volta!!!! To perdendo sangue! Volta!!!

Mas o desgraçado não voltou.

E me deitei no chão e gemia de dor. Doia muito, até que olhei e vi uma sombra, uma sombra de cabelos compridos.

- Kaléo?

- Estella...

Ela pegou no meu outro braço e me ajudou a levantar, retirou do bolso seu celular e chamou um táxi.

- Está doendo muito?

Ignorei sua pergunta e tornei:

- De onde você saiu?

- Bom, eu, eu... andei me envolvendo com o Cadu, e... bom, sabia de seu plano, usaria o Lucca para te atrair de qualquer forma, mas eu juro que não sabia que ele tinha um revólver!!!! Juro!

Eu não sei porque, mais acreditava...

O táxi chegou. Voamos para o hospital, o mais próximo, o de Lydie...

Line Alone
Enviado por Line Alone em 19/10/2010
Código do texto: T2566350
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