O SAPO
No meio da rua deserta
Ia o sapo imponente
Quando se depara com o embuá
Pára, mira-o; segue enfrente
É um bicho inocente
Eu também bicho-homem a passear
Já o olhei de soslaio
Malicioso como sempre
O Sapo no seu passeio noturno
Não quer nem saber
O que está a pensar o seu predador
“_ A rua é pública!”
Vai em seu caminho
Todo sorridente
Não sabe ele que é seu último luar
Nunca mais içará o seu papo
Um chute lhe mandará pro inferno
E naquela rua jamais pisará; e muito menos
Verá aqueles olhos que somente refletem desdém.