O SAPO

No meio da rua deserta

Ia o sapo imponente

Quando se depara com o embuá

Pára, mira-o; segue enfrente

É um bicho inocente

Eu também bicho-homem a passear

Já o olhei de soslaio

Malicioso como sempre

O Sapo no seu passeio noturno

Não quer nem saber

O que está a pensar o seu predador

“_ A rua é pública!”

Vai em seu caminho

Todo sorridente

Não sabe ele que é seu último luar

Nunca mais içará o seu papo

Um chute lhe mandará pro inferno

E naquela rua jamais pisará; e muito menos

Verá aqueles olhos que somente refletem desdém.

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 08/10/2010
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