Meu coração é todo seu. 21

Me sentia como no jardim de infância, minha mãe me ajudando a trocar de roupa e a tomar banho, depois chamou a empregada:

- Por favor, traga um café bem forte e sem açucar.

- Num instante senhora.

Eu, parecia um panaca, e não parava de rir, não falava nada com nada, é efeito da bebida.

A empregada trouxe o café e se retirou:

- Anda, beba! - Tornou minha mãe autoritária.

- Você nunca ligou pra mim...- resmunguei.

- Já conversamos sobre isso, agora beba. Te amo muito meu filho, não quero que sofra.

Tomei um gole. Argh! Era muito ruim.

- Que horrível!

- É para seu bem, beba tudo, vamos.

Outro gole, e mais outro, acabei tomando tudo.

Depois mamãe me fez deitar e catou um cobertor, me cobriu. Apagou a luz, e foi em direção a porta:

- Agora descanse.

- Não posso, terminamos, ela tem outro.

Mamãe acendeu a luz penalizada, sentou-se comigo na cama novamente:

- Óh meu filho, sinto que tenha sido assim, mas as coisas não se resolvem se embebedando.

- Eu fiz isso pro papai me mandar para Alemanha, não vou suportar ficar aqui.

- E nem se resolvem fugindo.

- Não estou fugindo, eu volto...

- Mas você nem pensou em mim, como ficarei sem você?

Passei minha mão pelo seu rosto, num gesto carinhosos apesar de estar bebado:

- Tenho certeza de que ficará bem, não iria querer alguém infeliz ao seu lado.

- Esse alguém é meu filho, aceito ele de qualquer forma e jeito.

- Mamãe não dramatize por favor, já disse que volto...

Ela me abraçou.

- Agora descanse.

- Fica comigo, até eu pegar no sono...

Ela sorriu:

- Claro meu filho...

Em minutos adormeci.

Sonhei com Lydie, ela estava linda, com seus cabelos rosa choque ao vento me esperando, estavamos prestes embarcar juntos num avião que se chamava felicidade, de repente, médicos surgiram fazendo Lydie entrar na ambulância e a notícia veio... eu a tinha perdido para sempre.

Acordei suando, molhadinho de suor e gritado, alguém bateu na porta:

- Mamãe? Entra.

A porta abriu, era meu pai:

- Melhorou da ressaca?

- Infelizmente sim. - disse seco.

- Melhor assim.

- O que quer?

Tacou uma papelada na escrivaninha:

- Aqui está sua passagem junto com teu passaporte. O avião sai amanhã cedo. Não vou poder ir com você no aeroporto, mas sua mãe irá. Não se atrase.

- Acabou?

Ele me olhou e saiu batendo a porta.

Respirei fundo, iria deixar essa tristeza toda para trás. Liguei para Laura. Em instantes, estavamos reunidos:

- Não quero que vá...

- Eu também não - ajudou Lucca.

Eu ri:

- Ai gente, eu não vou pro fim do mundo, Alemanha é logo ali...

Todos rimos.

Tinha mandado preparar uns petiscos para comer com meus amigos, era uma singela despedida:

- E ela... já sabe?

Lucca deu um cutucão em Laura:

- O cara ta mal aqui e você me toca nesse assunto!!!?

- Ué - Tornou Laura inocente.

- Não, tudo bem - suspirei - ela não sabe, e nem quero que saiba ouviram???

Voltamos a ouvir música e dar altas risadas. Meia- noite eles se foram.

Minhas malas estavam prontas.

Adeus Lydie.

Fui dormir.

Line Alone
Enviado por Line Alone em 06/10/2010
Código do texto: T2541739
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