Fic Twilight>>> Tinha que ser você. Capítulo 39.

Capítulo 39. –Perdão.

Quando estava em sua aula de Inglês, sem dar a mínima atenção para o que a professora estava dizendo, aconteceu. Por sorte essa era a única aula em que Rose não ficava com ninguém conhecido para depois levar um interrogatório sobre tudo aquilo. Foi simples. Quando ela menos esperou um garoto musculoso com feições bonitas adentrou a aula. Rosalie o fitou com curiosidade. A professora fez uma careta.

-O que quer, Sr. Emmet? –Perguntou ela com uma certa rispidez.

-Preciso levar Rosalie Hale à secretaria. É urgente. – A professora lançou um olhar desconfiado ao garoto.

-Do que se trata?

-Eu não sei, é confidencial. Mas a secretária me disse que é realmente importante.

A professora bufou, e então cedeu para que ele saísse logo da sua sala.

-Tá, bom. Srta. Hale, acompanhe o rapaz a secretária. – Rosalie não recusou, mas estava praticamente convencida, pela expressão de

Emmet que eles não iriam a secretária.

Ela foi até a porta, e lançou um olhar indiferente, para o garoto. Assim que saíram da sala, ela franziu o cenho e perguntou:

-O que é? Nós não vamos na secretária, NE? –E cruzou os braços,

seus lábios se contraindo numa espécie de sorriso ao ver a expressão do garoto.

-Você é rápida. Não, nós não vamos lá. Preciso levar você para...Er...Fazer uma coisa em um lugar.

Ela deu um sorrisinho.

-E como você pode achar que eu iria assim sem mais nem menos?

-Ah, você vai. Nem que eu tenha que te arrastar. – Disse o garoto sorrindo, e puxando um dos braços cor de mármore sensíveis da garota. Ela o fitou malignamente.

-Eu vou, Emmet. Não precisa apelar pra brutalidade. – Falou desvencilhando-se. –Mas me diga exatamente..Por quê?

-Ahh, você vai ver, loura.

-NÃO ME CHAME ASSIM! – Berrou a garota enfurecida, enquanto eles

transpassavam um corredor vazio.

-Calma, calma...É que eu peguei o hábito do Jak... – Ela lhe lançou um olhar assassino que o impediu de continuar. – Quer dizer, não vo te chamar mais assim. –E sorriu.

Ela continuou mal-humorada no resto do percurso.

O caminho foi lento, mas aos poucos que viravam os corredores ela percebeu aonde estava indo.

-Porque NÓS vamos ao salão de festas? – Perguntou ela arqueando a sobrancelha e cruzando os braços, fazendo um contraste com o seu salto alto que martelava no piso da escola.

-Não posso falar nada, ainda..Lo...Rosalie. Acho que você vai gostar.

-É bom mesmo, porque caso você tenha feito eu andar até aqui, para ver alguma coisa que não preste, vou acabar com você.

-HSUAIHSIUA...Nossa, que medo, heim.

-Grr. Você é tão idiota quanto o seu amigo. – Revidou ela, aparentemente mais perturbada por pensar em Jake.

-Bom, chegamos, Lo...Rosalie. – A garota o fitou com impaciência. Eles haviam parado em frente de uma porta imensa de madeira entalhada com feixos em ouro que a garota sabia que dava origem à um esplêndido salão.

-Ótimo.

-Você se incomodaria de fechar os olhos?

-Você tá tirando uma com a minha cara, Emmet?

-Não, é sério. Eu preciso que você feche.

-Eu tenho cara de tonta por acaso? Quer que eu entre aí dentro com

os olhos fechados.

-Ah, não. Você poderia sair na tentação de abrir. Eu vou te vendar, aí entramos juntos.

-O-oquê? – Disse a garota ferozmente.

-Faz parte da coisa, garota. Você vai ver. – Em seguida o garoto passou uma faixa escura por volta dos olhos da garota indignada. Se não fosse a curiosidade para saber o que ela estava fazendo ali, ela não permitiria, mas como ela não se agüentava, concordou a contra-

gosto.

Emmet abriu a porta, e ela com muito revolta não pode enxergar nada. Mas ela ouviu uma música muito bonita que deixava a sala num clima agradável combinando com o cheiro de velas e rosas que o local possuía. Ela não via a hora de saber o porquê daquilo.

-Não tira a venda, Rosalie. Até eu disser que você pode.

-Como se você desse as ordens. – Ela bufou.

Caminharam no meio do salão, Emmet, conduzindo a garota que não

via nada. Até que eles pararam. Rosalie começava a sentir um pouco

de raiva.

-Posso tirar essa droga da minha cara? –Questionou ela.

-Ainda não. – Respondeu a voz de Emmet, arrastada, e ela percebeu

que ele estava se distanciando.

A garota começou a se preocupar.

-Emmet? Emmet? EMMET! Isso não tem graça! Posso tirar essa droga agora? EMMET! – Berrou a garota confusa.

-Desculpe, por isso. Mas eu sabia que você não viria se ele contasse. Pode tirar a venda. –Falou uma voz rouca num timbre familiar, um timbre marcante e conhecido. A garota se arrepiou ao mesmo tempo que agora tinha um certo receio em tirar a venda, preocupada com o que viria a seguir, e o quanto doeria.

Ela arrancou delicadamente a faixa, dos olhos ainda sem abri-los. Então cuidadosamente foi deixando seus olhos dourados captarem a cena, transmitindo o que via para seu cérebro captar o significado. E levá-lo até o seu coração despedaçado.

Um garoto estava no meio do salão, pétalas de rosas vermelhas

formando um coração a sua volta. A musica ecoava nas paredes, e o salão havia se transformado numa réplica de outro salão de festas.

Aquele salão de festas.

O garoto a fitava esperançoso, receoso de que ela começasse a pirar.

Mas a garota teve uma reação diferente. Lágrimas involuntárias começaram a rolar dos seus olhos, e ela foi caminhando com o estrépito do seu salto no piso de madeira.

Ela tentava manter o olhar fixo em algo que não fosse o garoto. Em toda a decoração do local.

Até que se aproximou dele e disse com a voz mais fria e hostil que encontrou em meio de sua surpresa.

-O que é isso? –Perguntou.

Ele tentou se aproximar da garota mas ela deu um passo para trás.

-Eu achei que você deveria receber as melhores desculpas pelos meus erros. – A voz dele, num timbre cuidadoso, claro e bonito,

contrastavam com o local.

-Pois se enganou. Não tenho nada para desculpar.

-Ah, Rose, por favor, para com essa frieza.

Então ela sorriu maliciosamente.

-Não tenho nada para falar com você. –Disse relutante para não ceder ao desejo de ficar naquele lindo local. Não ele a magoara profundamente. A fizera sofrer. Era imperdoável. E nada poderia fazer que ela mudasse de opinião, por mais atraída que estivesse sendo pela vontade de ficar ali, e dar um abraço no garoto que ela ainda amava.

Ela se virou como se estivesse indo embora, mas ele a segurou pelo braço.

-Largue. – Ordenou com frieza.

-Não, por favor, por favor, por favor. Deixe ao menos eu me explicar.

A garota o fitou nos olhos e sentiu um bando de lágrimas idiotas vazarem dos seus olhos. Ela acabou não agüentando e as palavras que estavam presas na sua garganta resolveram sair.

-Para que eu devo ficar, heim, Jacob? Para me machucar mais do que já estou machucada? Para ouvir um monte de mentiras sobre o seu falso arrependimento? Eu to cansada, será que pode me largar, e deixar com que eu viva a minha vida, sem que você cruze o meu caminho? Já é difícil, sem te ver, e você ainda quer que eu tolere isso? –As lágrimas saíam furiosas. Ele também estava com uma expressão triste.

-Não são mentiras. Não são mentiras! – Entoou ele. – Eu sei que você está magoada, mas você não sabe o que eu estou passando Rosalie...

-O QUE VOCÊ ESTÁ PASSANDO? – Repetiu a garota revoltada, lutando para se libertar.

-Acredite, tem sido muito difícil, sem você, Rosalie...

-Acha que as suas palavras vazias vão me convencer a voltar? Para depois eu descobrir que era mais um dos seus JOGOS inúteis? SOME DA MINHA VIDA, Jacob! Você já tá me fazendo sofrer, parabéns, agora me deixa em paz!

-Não. Rosalie, será que dá para ficar quieta por um minuto e me ouvir? Eu nunca liguei para aposta nenhuma, ouviu? Nenhuma! Acha que eu estaria aqui, impedindo você de ir embora se eu não me importasse? Quanto tempo vai demorar para você REALMENTE entender, que EU AMO VOCÊ, e eu sei que você também me ama. Você vai deixar que uma coisa a toa estrague tudo?

A garota ficou sem palavras por uns momentos. Ele soltou seu braço. Ela o fitou.

-Não é uma coisa a toa.

-Por favor, por favor, fica. Me perdoa. –Ele suplicou, também parecia a beira das lágrimas.

-Eu te perdôo, Jacob. –Falou a garota, decidida. O rosto dele pareceu se iluminar. –Mas a essência se foi, se foi quando eu descobri as raízes de tudo isso. A essência se foi. E não há meios de fazer ela voltar. Não me procure mais, por favor. Só vai fazer com que seja pior para ambos. Eu vou embora.

A garota deu as costas, com muitas lágrimas, quase correu pelo salão que lhe parecia familiar. Escancarou a porta de madeira, e saiu correndo pelos corredores.

Entrou na primeira porta que viu.

Era de um banheiro feminino, ela percebeu.

Se apoiou numa parede e aos poucos foi escorregando, sentindo seu rosto se manchar de lágrimas e maquiagem borrada.

Doía tanto. Tanto. Porque as coisas tinham que ser assim? Ela pensou se ela realmente fez o certo. E não tinha forçar para pensar numa resposta.

Sua dor era tão intensa, que ela nem estranhou ao sentir o enjôo familiar.

Entrou numa cabine sanitária, pronta para vomitar. Feliz pelo sintoma estar ali. Pelo menos ela teria algo para fazer que não fosse pensar em sua dor quando saísse do colégio.

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 03/10/2010
Código do texto: T2535606
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