Worth iT episódio 1.0

Worth iT

1ª temporada: episódio 1.0

Primeiro dia

A vida de adolescente tem lados ruins, pois é estou vivendo este lado agora, imagine você que minha mãe mudou-se comigo da fabulosa Nova York para Portland, eu sei, a cidade não é tão ruim, mas compare com NY e você entenderá.

“Anime-se querido.” Disse Irma. (ah eu havia esquecido: Irma= Minha mãe)

“Só me deixe.” Pedi. Praticamente em paz eu não ficaria, deixei meu irmão Brad, e meus amigos Tony e Richard, juntos éramos o quarteto fantástico da vida real, agora eles são o trio fantástico já que eu fui obrigado a vir com Irma.

“Ali Lenny!” Irma apontou toda feliz para a nossa casa. Pelo menos a casa me agradou, eu imaginava um casebre de favela, mas era uma bela casa. Irma percebeu minha satisfação.

“É linda não é?” perguntou-me ainda feliz. Aff o que eu faço pra deixar claro que eu não gosto daqui?

“Mãe nada vai me fazer mudar de opinião.” Eu falar assim só piorava, mas o que eu podia fazer?

Eu estava apavorado por não ter pelo menos a companhia do meu irmão Brad ou no mínimo a companhia de Steve o meu meio-irmãozinho caçula e chato. Éramos apenas eu e Irma e a separação da família.

Separou-se de Steve (meu pai), mas não foi uma separação dolorosa ou melodramática com direito a motim de filhos rebeldes e tudo mais, Irma conseguiu ser gerente da filial da MAXIMUN (empresa de moda) onde na cede em NY ela era sub-gerente. Traduzindo, minha mãe separou-se por não agüentar mais marido ausente e agora tínhamos que diminuir as despesas. (droga)

Agora tô indo pela primeira vez para um colégio novo onde não conheço ninguém. Ah! Tem algo bom nisso. Tenho 17 anos e advinha? Saiu da escola ano que vem e completarei meus 18 E por último, mas não menos importante! Independência.

Carregamos o restante das coisas (pois o resto já estava em casa) e nem tempo para descanso tivemos. Meu irmão que podia escolher por ser maior de idade e não é idiota, fez o que qualquer pessoa em sã consciência faria. Escolheria NY.

No fim do domingo eu estava me sentindo um caco, trabalhamos na casa o dia todo sem parar e amanhã ainda tinha várias coisas para arrumar e móveis para arrastar. Aff eu nem tive tempo para um banho.

“O jantar está pronto!” ouvi minha mãe gritar do pé da escada.

Eu estava exausto e deitado no carpete do meu quarto. Enorme quarto do jeito que eu gosto, mas também pudera né? Numa casa enorme com apenas três suítes para apenas duas pessoas tinha que ter um bom quarto para mim. Levantei-me com sacrifício e me arrastei para o balcão da cozinha, já que a mesa não havia chegado.

“Como se sente?” por que ela tinha que perguntar?

“Mãe, numa boa você não gostaria de saber como me sinto.” Precavi.

“Ok. Então vamos comer. Pode atacar a pizza ao invés de mim.” Com essa eu tive que rir.

“Ok. Vou tentar me lembrar disso.” Concordei.

Uma das boas coisas em Irma é seu bom-humor, ela tira piadas de onde você nem imagina ter.

Steve meu querido pai é muito sério, vive pro trabalho, mas sempre arruma um jeito de estar conosco. (isto era antes da separação)

Haha chega de drama de adolescente que foi forçado a sair de sua terra natal. Agora é a hora das descrições Ok?

Eu: na boa eu não me acho, mas eu sou. 1,80 de altura, sarado, branquinho, olhos extremamente azuis, ah e eu imito o estilo de Jared Leto o meu ídolo. Eu tenho o moicano idêntico ao que ele usa no clipe CLOSER TO THE EDGE. Isso parece louco não é mesmo? Mas faz muito sucesso entre as garotas.

Irma é jovem, está chegando à casa dos 40, mas é uma bela mulher e muito conservada, meu pai é obeso, alcoólatra e rico, Brad é a minha cara, exceto pelo penteado.

“O que acha em Lenny?” perguntou Irma.

“De...?” perguntei confuso.

“Oh, em que mundo eu te encontro?” perguntou-me.

“Não em NY.” Rebati.

Ela me olhou feio.

“Ok, vamos, por favor, parar com essa ridícula história de NY e NY direto. Você não é nenhuma criança e já é hora de se acostumar.” Disse ela.

“Eu não mando no meu humor.” Reclamei.

Realmente que impressão eu estava passando? A de um adolescente imaturo e chato.

“Eu estava dizendo que como tenho um bom dinheiro sobrando eu não precisarei mais ir te levar e te buscar na escola. Eu comprarei o seu carro.” Meu queixo caiu.

“Você?... Você vai? Comprar o meu CARRO?!” agora fui idiota.

“Não. Mudei de ideia, roubarei de uma concessionária. Dâ é claro que eu vou te dar um carro.” Ironizou.

“Ok. Que legal. Mãe você é a melhor!” agradeci super entusiasmado

“Calma, tem condições.” É claro que teria.

Estava demorando.

“Bom demais pra ser verdade.” Dei uma ênfase para parecer desapontado.

“Você vai parar de falar de NY na minha frente pelo menos.” Eu sorri.

“Engraçado?” perguntou irritada.

“Não mãe. Eu prometo.” Concordei.

“E ser um bom filho e todo aquele blábláblá.” Gostei dessa também.

“Ok.” Concordei de novo. Ser bom filho é fácil, é só tirar boas notas, ter bons amigos e não se meter com drogas e bebidas, eu sou expert no assunto.

“Amanhã após seu primeiro dia você irá comigo comprá-lo. Ok?” avisou.

“Eu não imaginei que seria tão cedo. Ok valeu.” Agradeci.

“É uma forma de te compensar por você ter vindo comigo.” Confessou.

“Pode continuar compensando.” Rimos com meu comentário.

Depois de terminar de arrumar a sala, que era o único cômodo totalmente arrumado, subi para meu quarto. Meu adorável banheiro era convidativo, arranquei minhas roupas e as joguei no cesto de roupas sujas. É estava bom demais para ser verdade, quando abri o chuveiro me arrepiei com a água gelada.

“Merda. Mãe!” xinguei baixinho e a chamei alto.

“O quê?” perguntou.

“Não tem água quente.” Não perguntei, afirmei.

“É. Desculpa, mas está quente hoje. Amanhã tudo ficará normal.” Explicou.

“Espero que sim.” Falei.

“Não fique na net até tarde. Boa noite.” Escutei a porta fechar.

Net até tarde? Como se eu estivesse animado para isso, eu estou na verdade é exausto.

Depois do longo banho gelado na noite quente desabei na cama com minha Kalvin Klein boxer preta. Hehe que loucura. Nem demorei muito, fechei os olhos e quando os abri novamente o despertador estava zoando no criado-mudo.

“Acorda logo querido. Eu estou indo. Hoje é meu primeiro dia, se arruma logo!” gritou minha mãe.

Na correria eu me arrumei apressado vesti aquele maldito uniforme que de longe já diz EU SOU UM ADOLESCENTE RIQUINHO QUE ESTUDA NESSA ESCOLA PARA RICOS, tipo terninho com gravata xadrez vermelho e uma calça com suspensório, pelo menos a calça era justa. (tendência atualmente)

Minha mãe trabalha com moda e nunca me deixa fora de moda, minhas roupas são descartáveis. Bem filhinho de papai.

Comi mais rápido que o flash da liga da justiça (não que eu ainda assista) e então me preparei para a tortura.

“Mãe você me deixaria fazer uma tatoo?” perguntei.

“Han?” bestificou-se.

“Tatuagem mãe. Ela diz pros outros manterem distância.” Expliquei.

“Então não. Eu quero que você tenha amigos aqui.” Explicou.

“Ok.” Saímos a toda velocidade pela rua com trânsito leve, eram sete e cinqüenta quando ela me deixou no colégio. O horário é de oito às duas.

“Boa aula.” Disse e partiu.

Quase abri a boca quando as garotinhas pompom passaram por mim, elas eram lindas, mas eu não sou do tipo que fica com qualquer uma, pelo menos não quando estou sóbrio.

Gafe número um, tropecei no degrau da entrada causando alguns risos dos que perceberam.

Gafe número dois, errei a sala do primeiro período.

Os corredores estavam lotados de gente correndo para suas aulas, eu segui um garoto que tinha um mapa igual ao meu e entrei junto com ele.

“Olá. Estão atrasados.” Disse o professor. Olhei no meu mapa do colégio e do horário, era o senhor Laurent com aula de literatura. Merda, eu odeio literatura.

“Releva aí poxa. É primeiro dia de aula.” Falei. Todos me encararam, por sorte eu estou acostumado com isso.

“Sentem-se.” Laurent ordenou.

“Apresentações. Vamos nos apresentar.” Disse-nos.

“Começando pelo senhor Lenn James.” Disse.

Eu nem fiquei apavorado, pois eu estava acostumado. Já que em NY eu era um dos mais populares.

“Olá. Eu sou Lenn, Lenny para os íntimos. Sou de NY, estou solteiro e estou odiando essa cidade.” Falei indo para frente da turma.

“Ok. Próximo.” Chamou pela fila.

Todos se apresentaram e no fim o sinal do primeiro período tocou. Na porta cometi a gafe número três: esbarrei numa menina que quase caiu se eu não tivesse segurado. Em compensação seus livros foram ao chão.

“Desculpa.” Nos abaixamos juntos numa cena clássica.

“Tudo bem. Você não fez por mal.” Disse com uma voz angelical.

Se fosse em NY certamente eu teria sido xingado dos piores palavrões.

“Isso é gentil da sua parte.” Idiota.

A garota corou? Tenho certeza que vi um tom vermelho brotar em suas belas bochechas. Garotas ainda coram? Uau faz tempo que vi um fenômeno como este.

“Qual é sua próxima aula?” perguntei.

“Biologia.” Disse timidamente.

“É a minha também. Vamos juntos?” perguntou-me;

“Sim. Se não for problema.” Eu estava sendo idiota mesmo.

“Veja por onde anda cara!” disse uma voz masculina irritada.

“Você é?” perguntei, mas logo percebi. Era jogador de futebol do time escolar e advinha, namoradinho da garota.

“Sou Lucian Bates e namorado de Kanye.” Disse o valentão.

“Eu sou...” ele me interrompeu.

“Um cego que esbarrou na minha garota.” Completou.

“Não fale assim Luc.” Disse a garota.

“Ok minha flor, você é tão piedosa.” Disse sorrindo.

Deram um selinho e se afastaram.

“Aguarde-me seu tal Luc.” Falei baixinho.

Fui sozinho para a próxima aula e meio irritado, tudo bem que eu tinha acabado de conhecê-la e em más circunstâncias, mas aquele cara me irritou profundamente.

“Quem aquele cara?” perguntei a um garoto forte que seguia perto de mim.

“Ele é o Luc Bates. O número um da escola.” Disse-me.

“E você é?” perguntou-me.

“Lenn, e você?” perguntei sem prestar atenção.

“Justin Madison.” Apertamos as mãos.

“Ok.” Entramos na sala e continuamos a conversar bobeiras enquanto o professor ou professora não chegava.

(Kanye)

Às vezes Luc é um total idiota, o garoto não fez por mal.

“Você não deveria ter falado assim.” Repreendi.

“Hey garota, eu ajo como eu quero.” Sim ele sempre faz isso.

“Ok, mas isso não quer dizer nada.” Insisti.

“Florzinha, não vamos ter uma DR por causa de um novato no colégio né?” me cortou.

“Ok.” Concordei ainda chateada.

O garoto era um fofo, só podia ser de for, ele me ajudou e foi gentil, sem falar que ele é lindo, aquele moicano vermelho dá um charme a mais, parece com um cantor, cujo nome não me lembro. E aquele corpo? Ele estava coberto pelo uniforme, mas eu percebi seu braço forte, seu tórax e suas pernas perfeitas, sem contar os olhos azuis.

Entramos na aula de biologia e ele conversava com Justin, um colega nosso. Ele tinha um sorriso lindo, daqueles de modelos das revistas ou artistas de TV, Luc me pegou no flagra.

“O que você tá olhando?” perguntou.

Eu corei, pois eu sou tímida demais e isso sempre me entrega, o que fazer para me soltar? O que eu faço parar com essa cor vermelha que vem sempre que sinto vergonha?

Merda, pelo menos eu namoro o garoto número um do IMMER High School e não sou uma vadia líder de torcida como tantas por aí e mesmo Luc sendo idiota ele me ama e é fiel. Fiz uma nota mental para me lembrar de escrever sobre hoje no meu diário.

A aula começou e então todos nos focamos no professor e nas explicações de outro mundo que ele dava com palavras super estranhas das quais já ouvimos muito, mas não fazemos noção do que significa.

Depois tivemos aula de governo, em seguida geografia mundial e então finalmente o intervalo.

Eu me envergonho disso, mas não parei de pensar nele desde que esbarrei, ele é novo e lindo e gentil e agora eu estava caminhando feliz da vida para o refeitório na perspectiva de encontrá-lo.

Tudo aconteceu como o esperado. Exceto pelo olhar que ele me deu quando apareci ali pegada na mão de Luc. Corei de novo, como já era de se esperar de uma garota tímida e idiota que só sorri e fala pouco e não tem coragem de mostrar o que tem dentro dela. Um dia eu mudo esse status, eu sei que a minha hora vai chegar.

Por enquanto vou seguindo passando despercebida por todos e o que mais me preocupa é que este é o último ano dâ. Eu vou deixar para ser popular, legal, e tudo de bom na faculdade? Acho que sim, sou muito idiota para fazer isso agora.

(Lenn)

Eu estava na mesa dos amigos de Justin conversando entusiasmado quando ela entrou no salão. Infelizmente ele estava com ela e de mãos dadas, mas isso não mudava a maneira como ela fazia meu coração palpitar.

“Hey ela tem dono.” Disse Justin.

“É, eu sei.” Suspirei. É possível se apaixonar assim tão rápido?

“Ele é o mais valentão daqui, mas ele não combina com ela. Ela é muito sonsa.” Disse uma garota que não parava de me olhar.

“Faz o meu tipo.” Pisquei.

Ela levou como um aviso e certamente faria o máximo para parecer com a doce e meiga garota que estava nas garras do Shrek da vida real.

Após o almoço tive aula de calculo e depois EF, por sorte foi aula teórica.

Minha mãe me esperava na saída com um sorriso majestoso.

“Vejo que está feliz.” Disse.

“Não vá se animando.” Avisei.

“Olha só. Alguém ainda acha que está no jardinzinho.” Disse Lucian ao passar.

Eu ignorei.

“E eu vejo que alguém sente falta de uma mãe.” Falei e entrei no carro. Acho que Kanye sorrir.

“Que cara chato.” Disse Irma.

“Você nem sabe o quanto. Vamos logo antes que surjam mais piadinhas.” Pedi.

Ela foi para o centro da cidade e estacionou em frente a uma concessionária.

“Pelo amor de Deus não me quebre inteira.” Disse-me.

“Pode deixar, não pedirei o mais caro e nem o mais barato.” Pisquei.

“Ok. Grata.” Piscou de volta.

Um cara bem vestido veio nos atender quando entramos.

“Então o que desejam?” perguntou com uma voz de locutor. Minha mãe se derreteu toda.

“Um carro.” Falei.

“É claro.” Disse-me sem desviar seus olhos dos de Irma.

“Quais são as preferências?” perguntou.

“Modelo atual, que não seja muito caro.” Disse minha mãe. Me matando de vergonha.

Eles não pararam de flertar enquanto olhávamos os carros.

“Já escolheu?” perguntou.

“Sim. Eu quero o Citroën.” Mostrei para Irma.

“Quanto é mesmo que custa?” ela nem ouviu o preço de tanto olhar pro cara.

“São 45.000 dólares.” Minha mãe achou um preço bom já que a pensão que ela começou a receber é enorme.

“Vou levar.” Disse ela.

Depois das burocracias.

“Você ganhou um brinde.” Disse a ela todo romântico.

“Meu número.” Piscou.

“Vamos combinar.” Minha mãe sabe como conquistar.

Saímos para o estacionamento o carro chegaria na minha casa ainda hoje.

“Mãe você vai sair com ele?” perguntei incrédulo.

“Não me venha com ciúmes pelo amor de Deus.” Repreendeu.

“Tudo bem, mas eu não aprovo do mesmo jeito.” Afirmei.

“Você nem o conhece.” Reclamou.

“E você conhece?” perguntei.

Ela sorriu.

“Ah. Homens, sempre ciumentos. Seja por mulher, irmã ou mãe.” Refletiu.

“Aff, não tô com ciúmes, ele apenas não presta para você.” Para o meu azar eu minto mal.

Chegamos em casa e jantamos harmoniosamente até ela me chamar pra arrumar a cozinha, dois cômodos por dia e então no fim de semana a casa já estaria arrumada totalmente.

Deitei-me na cama depois de um banho (dessa vez quente) e dormi mais tranqüilo e menos cansado que ontem, mas ela não saiu da minha cabeça. Kanye, eu tenho que tê-la comigo, seja por paixão, amor ou mesmo por competição.

Foi com esse pensamento que eu dormi tranquilamente ao som de THE ONLY EXCEPTION do PARAMORE, a música me fez relaxar e tirou por instantes as lembranças de New York.

CONTINUA...

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 28/09/2010
Código do texto: T2525116
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